terça-feira, 30 de março de 2010

1 Capitulo - Um dia Normal - Na selva.

Esta capitulo é dedicado à md, à cátia e à soraya, que comentaram a fic em primeiro lugar! Obrigada meninas!



No meio do texto, coloquei uma sogestão de musica (tambem uma homenagem a twilight), para acompanhar a leitura. :)







- Levanta Filhaaaaa!
Tapei o rosto com uma almofada. Mas de alguma forma, o grito estridente do meu pai ainda consegui fazer zunir os meus ouvidos.
- Deixa-me pai!
- Agora! Se não levantares esse rabo da cama em 5 segundos eu deito os teus livros fora.
Levantei-me e corri aterrorizada para abrir a porta. O meu pai era mesmo baixo ao fazer uma ameaça dessas…
- Satisfeito? – Perguntei com falta de ar, da correria e tropeções para chegar á porta.
- Muito – O meu louco pai beijou a minha testa – Agora veste-te. Aproveitas a boleia do teu irmão.
Olhei-a horrorizada. Como?
Ela fechou a porta e saiu!
Como assim? Eu vou com ele? Desde quando? Porque não posso ir no meu carro?
Michael Brown. Meu querido irmão. Nunca nos demos bem. Ele é mais velho que eu dois anos e acha-se o dono da razão. Adora dar a ideia que é inteligente. Mas é tremendamente burro! Sério, não percebe nada! 2+2 é uma conta complicada para ele!
Infelizmente ele no seu percurso escolar foi chumbando e chumbando. Até que eu o consegui passar, mas inevitavelmente andei um ano na turma dele (ano para esquecer).
Agora ele anda no 11 e eu no 12. Como já referi ele tem tudo, menos cérebro. O que eu acredito ser algo profundamente essencial.
Fui tomar um duche rápido e lavei calmamente os meu maravilhosos cabelos. Talvez sejam exuberantes de mais… Mas eu adoro-os! Verdade! É uma coisa que tenho super orgulho! São longos, um pouco acima dos quadris, vermelhos como fogo e com alguns caracóis. É meio ondulado. Gosto dele, essencialmente por serem diferentes. Na minha escola as raparigas têm todos (quando digo todas uns 80 %) cabelos loiros. Vê-se uma morena, (muito raramente) mas ruiva? Ptss nem vê-la! EU SOU ÚNICA! É isso que digo para as pessoas quando quer que eu pinte o meu precioso cabelo!

Vesti uma roupa qualquer no meu corpo magro, sem curvas exorbitantes que fazem de mim uma rapariga normal.
Bem, eu sou baixa (míseros 1.62), magra e tenho apenas curvas suaves. Tenho pena de ter nascido assim, mas cada um anda com aquilo que tem.
Olhei no espelho e fiz bico com os meus lábios mais ou menos cheios de tonalidade meia avermelhada. Pele branca, olhos grandes, verde-esmeralda com cílios compridos e avermelhados, sobrancelhas arruivadas (queriam pretas?) nariz fofo. A minha mãe dizia que pelo meu nariz nota-se que sou teimosa. E infelizmente tenho apenas algumas sardas no nariz… Mas enfim… Nada pode ser perfeito.
Sorri para o espelho. Os meus dentes estavam impecáveis. Toquei-os. Fazia apenas um ano que era chamada de “sorriso metálico”. As pequenas covinhas na minha cara formaram-se quando me ri. Dei uma estalada. Aquilo faz-me parecer uma boneca! Que horror.
- Nicholaa!
- JÁ VOUU!
O estúpido do meu irmão chamou e eu tive que sair a correr da casa de banho.
Cheguei á cozinha e o cheiro maravilhoso de panquecas fez a minha barriga roncar.
- Bom dia cabeça de fósforo!
Ignorei Michael e sentei-me babando para as panquecas que a empregada, que vinha umas 2 vezes por semana, colocava no prato á minha frente e derramava mel em cima…
- Amanha vou à cabeleireira… Não queres ter o cabelo que nem o meu?
- Eu sou única Cindy! Nem sonhes!
A Cindy era uma mulher baixa e gordinha. Mas muito bonita. Cabelos encaracolados curtinhos e loiros (cor original preta o que a fazia ficar com raízes pretas bastante obvias). Pele morena (que eu invejava). Olhos castanhos quentes e doces, boca pequena e com bochechas salientes no rosto. Ela tinha 50 anos, e era caidinha pelo meu pai. O meu pai no entanto não tinha olhos para nenhuma mulher. Pelo menos da forma que Cindy queria… O meu pai não tinha olhos para ninguém, excepto a minha falecida mãe. Os meus pais amavam-se profundamente.
- Nikka, é para hoje?
Ignorei o meu irmão. Ele tem a mania de ser o rapaz mais lindo do mundo. É musculado, com uns 1.75 m, pele morena, olhos castanhos, cabelo loiro. Neste momento o meu irmão olhava-me feroz, mas eu continuei a comer calmamente. Mas a verdade é que eu queria ser mais parecido com ele. - Fisicamente falando, já que mentalmente ele pode ser comparado a um calhau. - Sempre que olho para ele vejo a cara da minha mãe! Olhos iguais, cabelos da mesma tonalidade, pele moreninha que nem a dela ela…
Ignorei-o e continuei a comer tranquilamente. Ele tenta constantemente irritar-me. E, normalmente tem sucesso.
O meu pai desceu as escadas rápido deu num beijo na minha testa e outro na bochecha do meu irmão, que mal o meu pai virou costas, limpou o rosto com uma careta de nojo. Revirei os olhos.
- Pai, porque eu tenho que ir com a aberração? - Perguntei encarando os olhos pretos como a noite do meu pai.
- Eu, aberração? Essa é boa! Quem tem cabeça de fósforo sou eu?
- Seu…
- Parem vocês os dois! Agora! Nem de manhã sossegam?
Eu e o meu irmão demos de ombros ao mesmo tempo e calamo-nos.
- Bem Nicholaa, vais com o teu irmão porque ontem bati com o teu carro…
- O quê? – Levantei-me rápido virando tudo de cima da mesa tal a velocidade.
- Foi um acidente…
- Explica! Eu empresto-te o carro, porque o teu estava avariado e agora avarias o MEU?
- Bem, a parte boa é que a dianteira não sofreu danos…
- E a traseira? – perguntei com os olhos arregalados.
- Bem isso…
- PAI! Como isso aconteceu?
- Eu estava parado no semáforo e aí bateram-me por trás…
- O semáforo estava verde? – era bem a cara do meu pai, ficar distraído e não se dar conta que o semáforo já estava verde. Ou ficar a falar no telemóvel, e aí provocar um acidente…
Ele coçou os seus cabelos pretos encaracolados. Culpado!
- Quero-o de volta. Rápido! Não vou com ele nem mais um dia! – apontei para o meu irmão que ria de mim.
Claro que ele ria. O carro foi um presente do nosso pai para o “irmão do ano”. Quem tirasse melhores notas leva-a o premio. Eu ganhei, claro. Ele agora amava ver o meu precioso premio destruído!
- Calma filha… - sorriu e apareceram as covinhas na cara dele. Foi dele que eu peguei! Mais ódio!
- É tudo culpa tua! – Saí de casa batendo a porta!
Eu era branca por culpa dele. Eu tinha olhos verde-esmeralda porque o pai dele tinha. Eu tenho cabelo vermelho porque a mãe dele tinha! Ódio! Porque não tinha os olhos da minha mãe que tanto amava e que cada vez falhava mais na memória? Eu queria ser linda que nem ela… Eu queria que o meu pai disse-se para mim o que diz para Michael “ Lembras-me a tua mãe em cada expressão…”. Eu quem lembrava? A ele próprio! Grrrr!






Esperei batendo o pé á porta do carro desportivo do imbecil do meu irmão.
Ele entrou no carro, mas não destrancou a minha porta. Esperei. Nada. Bati no vidro.
- Diga. – Se ele pensa que eu vou pedir está tão enganado…
- Abre essa merda, agora!
Ele riu mas lá abriu. Entrei, coloquei o cinto e lá fui o caminho todo a ouvir Akon. Podia piorar?!
- Querida maninha, sabes a novidade?
- Não, mas tenho um pressentimento que me vais contar…
- Sabes a mansão no alto da Vila? – Olhei para ele semicerrando os olhos e ele gargalhou.
Se eu sabia? Quando tinha uns 6 anos pensava que aquilo era assombrado e viviam vampiros lá dentro. A mansão parece saída de um filme de terror. Um dia peguei numa mochila com alho, água benta que tinha roubado da igreja, um crucifixo, e lá fui eu na caça ao vampiro! Quando entro vejo um vulto que gritou que me ia sugar.
Michael.
- De qualquer forma, mudaram-se para lá na sexta á noite.
- Que eu tenho com isso?
- Nada. Sei lá! Só falei!
- Ok. Obrigada pela sabedoria que me transmitis-te.
Ele olhou-me estranho. Provavelmente sem perceber o que era sabedoria ou transmitir.
Rápido chegamos na escola e eu corri para longe da aberração que agora era seguido por inúmeras raparigas. Revirei os meus olhos.
- Nereida! – Falei abraçando a minha melhor amiga – e única, devo acrescentar. - que me abraçou de volta.
Nereida é espanhola. Tem muitas curvas e um tom de pele perfeito! Conheci-a no jardim-de-infância quando ela se mudou para cá, mal sabendo falar inglês. Comunicávamos por mímica. Eu não tinha amigas - no feminino mesmo - já que passava a vida a armar confusão e odiava bonecas. Nereida não arranjava amigas também e era perseguida pelas menininhas que implicavam com ela. Eu fui a sua guarda-costas. Para retribuir ela ficava comigo na detenção, sem nem sequer estar castigada.
Sempre estivemos juntas. No dia do nosso primeiro beijo contamos logo tudo uma à outra, no dia do aparecimento da menstruação e no caso de Nereida eu praticamente estive presente na sua primeira relação sexual. Ela não poupou detalhes.
O dia foi passando e eu mais uma vez quase que fui para a detenção pois Nora, mais uma vez implicou comigo. Com o meu génio explosivo ia meter um murro na cara dela. Jonh chegou dizendo para não me incomodar.
Jonh… O rapaz que todas querem na escola… O popular, o divertido, mas… o mulherengo… Mas tratando-se de Jonh quem se importa quando se tem um belo cabelo dourado e uns olhos dourados? Já para não falar dos músculos incríveis…
Bem, ele acompanhou-me até ao carro do meu irmão e ficou a conversar comigo e rindo.
- O teu cabelo é bem lindo…
- Obrigada… - corei muito com o elogio.
- Sabes… O Baile de Inverno é daqui a duas semanas… - Por favor convida-me! Por favor! – Eu estava a pensar se… Sabes se …
- Sim? Querias saber se… - incentivei-o a realizar o meu sonho.
- Se gostarias de ir comigo. – Fitou o chão com as bochechas coradas!
Meu Deus! Era o meu sonho!
- Eu…
- Ela já tem par Jonh. Ele vai visita-la todos os dias a casa…. – Olhei horrorizada o meu irmão.
- Oh… Não sabia… - Jonh olhou-me triste e eu abri a boca para desmentir mas ele continuou a falar – Lamento… Se calhar devia ter falado mais cedo… Bem… Boa sorte… - deu meia volta e foi!
- Jonh eu…
- Ela agradece mas vai ter que recusar! – Gritou o meu irmão.
Eu dei-lhe várias latadas na cara e ele ria!
Deus eu vou mata-lo!
Ele entrou no carro e deixou-me lá! Eu tive que apanhar um táxi!
Paguei ao taxista e entrei em casa logo gritando.
- Michael! Onde estás seu filho da puta!
- Nicholaa! Olha a linguagem! – eu nem liguei ao meu pai. Joguei os livros no chão e corri escadas assim.
- Abre essa porta Michael Gwarin ou eu juro que a arrombo! – gritei socando e socando a porta. – 1… - comecei a contagem andando para trás. – 2… - ele não abria! – 3! – corri para a porta.
Ela abriu-se e eu cai no chão! Michael escapuliu-se escadas abaixo.
- Michael! – gritei correndo também. – Seu desgraçado! Porque fixes-te aquilo?
Eu viu-o a rir-se lá em baixo! Eu mato! Tirei o sapato do uniforme da escola e atirei-lho. Acertei bem na cara!

- Como te atreves! – descalcei o outro sapato e atirei-lho. Eu sentia a cara a escaldar de tão irritada e magoada que estava com o meu irmão! – Uma coisa é estragares as minhas coisas, roubares e sabotar tudo o que faço… Mas outra é teres-te metido na minha vida! O JONH! Tinha que ser com o JONH? – Corri escada abaixo e tentei chegar perto dele para segurar aquele pescoço!
Ele andava às voltas na mesa e eu seguia-o. Saltei para cima da mesa e depois para as costas dele e soqueio na cabeça.
- Nicholaa! – E o meu pai tirou-me de cima do meu odioso irmão! – Olha a cena! – eu tirei os cabelos do rosto e vi o meu irmão esfregando a cara, marcada com os meus dedos.
- Ele… Dispensou… o rapaz que eu queria que me convidasse para o baile! Desde sempre! E quando ele convidou, o Michael disse que eu já tinha par! E como se não fosse suficiente, a aberração depois veio embora sem mi! – gritei para o meu pai e depois virei para o meu irmão que sorria orgulhoso – Seu retardado!
- Calma cabeça de fósforo.
- NÃO ME CHAMES ISSO! CABEÇA OCA!
- CHEGA! – gritou o meu pai e ambos gelamos. Ele nunca grita! – Céus!
- Desculpa pai… - disse arrependida e tirando os olhos do retardado do meu irmão. Ele olhou-me repreendendo-me com o olhar. – Já sei, já sei… Castigo.
- É o que dá cabeça de fósforo. Pareces saída da selva!
- Tu é que começas-te lá na escola! E eu sou Nicholaa! Ni-cho-laa! Entendes? Ou, nem complexidade mental tens para isso?
- Chega os dois! Agora!
Ambos baixamos os olhos, mas com vontade de nos matar-mos um ao outro.
- Agora expliquem-se! – Exigiu o meu pai.
Eu com o orgulho que me restava ergui o queixo e fitei Michael.
- Ele é o culpado.
- Ela é a culpada! – apontou para mim e eu olhei-o com ódio!
- Porque a briga começou? – Quis saber o meu pai.
- Eu estava com um amigo a conversar…
- Um anormal que queria saltar para cima de ti na primeira oportunidade! – eu olhei-o horrorizada! O pai estava ali!
- E não!
- E sim! Ele estava a tentar fazer com que fosses a nova aquisição da sua lista! Eu não vou querer ouvir ele se vangloriar nos balneários do que fez com a minha irmã! Eu conheço o Jonh, Nikka!
- Nicholaa, isto é verdade? – Perguntou o meu pai ficando do lado de Michael!
- Claro que não! Nós estávamos a falar e ele convidou-me para o Baile! Eu ia aceitar e o imbecil é que se foi meter! Eu sempre quis ir com o Jonh! E ele não é nada assim! Ele foi simpático! O Michael é que está a tentar levar as coisas por outro caminho…
- Vais com outro. Tenho certeza que pares não te vão faltar, filha. Não vale a pena matarem-se um ao outro.
- Mas eu queria a-que-le! Droga! É tão difícil entender? Ele arruinou o meu possível namoro! – Choraminguei e o meu pai veio logo com pena para cima de mim. Sempre funciona!
- Michael não devias ter-te intrometido nos assuntos da tua irmã… Se ela queria esse tal rapaz tenho certeza que ele é decente. – Michael gargalhou e eu fiz bico para o meu pai.
- Michael, pede desculpa.
Michael cruzou os braços e olhou-me irritado. Eu apertei-me mais ao meu pai.
- Agora, Michael Brown! – Controlei-me para não rir da cara do meu irmão.
- Desculpa cabeça de fósforo! – o meu pai olhou-o e ele encolheu os ombros – Ok, ok! Desculpa lá fedelha! Mas depois não digas que não te avisei!
- Isso não vai acontecer, não te preocupes!
- Tanto faz.
- Bem. Agora que já não estão a comportar-se como selvagens…
- Pai! – dissemos ofendidos eu e o meu irmão ao mesmo tempo e depois olhamo-nos chateados. Ele tinha que imitar as minhas falas agora?
- Bem. – ignorou-nos completamente! - Vamos jantar fora hoje?
- Por mim… - dei de ombros.
- Vamos. – aceitou o meu irmão – Pai, sabes que mudaram-se para aquela mansão? A que a Nikka gosta tanto? – O passatempo preferido do meu irmão era infernizar a minha vida.
- Cala-te parvalhão!
- Também ouvi dizer isso. Acho que é um professor qualquer…
- oh oh! A cabeça de fósforo vai logo andar a investigar se é um vampiro! E se for, vai faze-lo prometer beber o sangue dela até a ultima gota, não é Nikka?
OMG! Eu corei horrores! Como ele se atreve!
Até o meu pai riu! Morre Michael!
- Ele está a brincar… - disse para o meu pai, fuzilando Michael – Ele tem um péssimo sentido de humor!
- Que nada! Pai, lembras-te quando ela tinha uns 6 anos e acreditava em vampiros? E ainda jurava que na mansão habitavam lá alguns! – começou a rir-se muito e eu olhei-o com ódio – Depois arrumou uma mochila com alho, agua benta e essas coisas e foi até lá! Eu descobri e fui lá assusta-la! Correu colina abaixo a gritar por socorro!
- Ah Ah Ah ! Ainda me estou a rir! Ao menos não fui eu que acreditei que a fada dos dentes vinha para arrancar dentes dos malcriados e chorei por 2 semanas! – ele não ia ficar a rir. Não mesmo!
O meu pai riu-se que nem louco e eu olhei Michael vitoriosa!
- Tanto faz. Pai posso subir? Ou precisas de alguma coisa, pai? – pediu ele todo irritadiço.
Ui que pena!
- Podes.
- Fedelha! Olha os sapatos. – E ele tinha picar e atirou-me os sapatos. Lutei contra o impulso de lhe mostrar a língua.
Sorri falsa para ele e voltei a calçar os sapatos.



Este capítulo está assim para o fraquinho... Mas eu tinha mesmo que mostrar como era a rotina de Nikka... Assim como fazer a descrição dela e da familia... Lamento se foi chato... :S
Mas no proximo capítulo já vamos ter Alexander! Prometo! (até porque ele já está escrito)
Obrigada por lerem! Mesmo!
Se não gostam de alguma coisa digam, se acham que devo mudar alguma coisa...
E tambem o que esperam da fic, ou até mesmo sugestões...
Beijinhos, e já sabem... COMENTEM! ;)

Prefácio - Fic "Amor e Sangue À Meia-Noite

Amor & Sangue À Meia-Noite




Nicholaa era uma rapariga normal, com os seus problemas de auto-controlo, resultados de uma infância sem a mãe e de um comportamento impulsivo.
Nunca soube o quanto aterrador podia ser o amor. Apenas tinha lido sobre o assunto, no meio das suas dezenas de romances.

Nunca tinha sentido o corpo vibrar nem ao coração bater descompassado.
Não sabia o quão grande ou assustador podia ser.
Alias, a vida não era muito sólida, nem muito interessante antes de o conhecer.

Alexander. O seu professor de Inglês. Lindo e com o cabelo desordenado, e os seus olhos acinzentados que guardavam segredos que ela não podia imaginar.
Alexander King era muito mais que o seu professor de Inglês. Muito mais que um mero Humano. Um mero Mortal.



Querid(a) leitor(a):


Tudo o que queria, eu tomava.
Tudo o que ansiava eu procurava.
Tudo menos ela.
Tudo funcionava perfeitamente. A terra continuava a girar em torno do sol, o sol continuava a nascer em cada manhã, não era dependente de nada ou ninguém.
Então, eu via.

E a terra saiu do seu eixo, por alguns momentos. Foi como se tivesse parado de girar, como se ali mesmo soubesse que estava perdido.
Quando ela me olhou, eu soube ali mesmo, que seria capaz de me perder naquele olhar. Naquela imensidão do seu verde-esmeralda. Podia ver perfeitamente que caminhava para o abismo. E desejei desesperadamente saltar. Perder o chão e pular no desconhecido. Sentir a adrenalina bombear nas minha veias.
Sentir-me vivo novamente.
Mas as águas eram demasiado profundas para alguém que não sabia nadar.
Então, tudo funcionava ao contrário. A Terra deixou de girar em torno do sol, Girava para ela, em torno dela. E o sol nascia apenas para a poder ver.
E eu estava perdidamente apaixonado.
Estranho isso… Paixão, amor… Nunca soube o que era. Na verdade nunca quis saber.

E será que agora que descobri, não preferia ficar na ignorância?
A resposta é simples. Absolutamente não.

Melhor sofrer do que nunca a ter visto, nunca a ter tocado. Porque um universo sem Nikka, uma existência sem ela… Não é existência de todo.
Ela não era para mim. Ela representa vida. Eu, por outro lado, morte.
Ela precisa de viver na luz. Só posso oferecer trevas. E preciso desesperadamente que ela me siga.
Eu sabia, desde o inicio, que não devia ter continuado, não devia ter pulado. Devia ter virado costas e ter fugido. Agora, é demasiado tarde para não a querer para mim. Para não a ter que tomar desesperadamente. Eu preciso dela. Mais do que o oxigénio, que na verdade me é indispensável.
Ela é o meu oxigénio. A minha consciência, minha alma, minha vida.
E eu sou apenas um ser da escuridão, que caminha sozinho. E fadado a ama-la para sempre.
Porque apenas um vampiro a pode amar para sempre.


Alexander King
Na noite, em que o seu eterno amor descobriu a verdade.