domingo, 5 de agosto de 2012

Capítulo 18 & 19

 O capitulo 18 era para sair mais cedo, mas não o postei propositadamente. Umas coisas no blog andam a deixar um pouco irritada. Vou ver como as coisas correm, deixar andar mais um pouco e depois decido o que fazer.

Agora sobre o capitulo...
Nota mais importante para o capitulo 19: Tem emoções fortes. Não se passem já xD Leiam até ao fim. A sério.

Queria falar sobre uma coisa, já muita gente disse que está com receio e um pressentimento que a Nikka vai morrer. Que ficam nervosos ao pensar que ela morre, e até que não vão gostar se ela morrer.
Claro que não vou dizer se ela vai morrer ou não, se a Nikka e o Alexander ficam juntos. Isso é o maior spoiler! Eu não gosto nada de quando me contam o final de uma série ou um filme que gosto muito. Se eu contar vai estragar a ansiedade pelo final.
Mas vocês conhecem-me. Sabem que eu vou fazer uma coisa com “pés e cabeça”, não posso prometer agradar a todos (até porque eu não sei o que esperam e é quase uma tarefa impossível agradar a toda a gente. Ninguém agrada a toda a gente) mas prometo fazer algo, por falta de palavra melhor, “decente”. Algo que se lembrem. Mas garanto que a maioria vai gostar do final, sim. Independentemente de a Nikka morrer ou não.
Confiem em mim, ok? ;) Ou pelo menos confiem na minha escrita. ;)
Leiam sem medo ou receio. Têm de acabar de ler a historia, os próximos capítulos para saberem.

Boa leitura! Dois capítulos grandes ;)
Acho que este é o post mais longo que alguma vez fiz! xD
Acho que vão gostar destes capítulos. Eu estava “morta” por os escrever.Espero que passsem um bom tempo na leitura!
Vai sem musicas. O meu pc está louco, não me abre os vídeos do youtube. Enfim.
O meu capitulo preferido, destes dois, é o 19º.

Capítulo 18

Saímos do castelo logo depois de ter consigo convencer Alexander a levar-me com ele. O carro seguia veloz e firme na estrada pela condução segura de Alexander. Mantinha-me em silêncio, o rádio ia desligado e os únicos são que se ouviam era a minha respiração e a de Alex, ou a voz dele tensa e enervada sempre que falava pelo telemóvel com alguém, ele falava em Russo e eu não percebia o que se passava. Mas nenhum dos restantes puros devia estar a sair-se melhor que nos, porque Alex continuava impaciente e nervoso e se houvesse alguma noticia sobre a captura dos responsáveis ele ter-me-ia dito.
Sabia perfeitamente que o grande motivo de toda a tensão dele era a minha presença ali com ele. Olhava pela janela quando senti a sua mão no meu joelho apertando-o, por cima do tecido das calças de ganga azul claro. Coloquei a minha mão por cima da dele e virei o rosto para o fitar.
- Vai correr tudo bem, Alexander.
- Não devia ser eu a reconfortar-te? – perguntou com o maxilar tenso.
- Eu sei que estás nervoso por minha causa. – ele assentiu confirmando e enlaçou os dedos nos meus – Mas não precisas. A sério.
- Nikka, eu não quero um único arranhão na tua pele. A sério.
- Se eu ficar com algum arranhão vou pedir-te beijinhos e logo vai passar. Tu dás-me beijinhos se eu pedir? – ele soltou um sorriso tenso que me fez sorrir.
- São muito poucas as coisas que tu me pedes e eu não te dou. – acariciou a palma da minha mão com o semblante grave, certamente ao pensar em como cedera ao meu pedido e me tinha trazido com ele.
- Eu depois compenso-te. Dou-te beijinhos onde tu quiseres. – corei.
Ele riu-se e apertou a minha mão.
- Chegamos.
Olhei pela janela e vi uma casa antiga no estilo victoriano com um grande portão e uns seguranças humanos á porta. Saímos do carro e Alex fez-me ficar atrás do seu corpo enquanto nos aproximávamos do portão. Alex trocou algumas palavras com os seguranças que nos abriram o portão. Acho que ele não desconfiava muito de quem pertencia aquela zona, pois quando entramos ele continuava tenso, mas não ia com as presas visíveis. Entramos numa sala escura sem janelas. Quando Alexander fechou a porta por onde entramos uma mulher jovem apareceu.
Ela cumprimentou Alexander com uma espécie de vénia e eles trocaram algumas palavras num idioma que eu não percebia. Alexander saltou para cima dela e prendeu-a á parede pelo pescoço, fiquei nervosa e olhava para todos os locais á procura de uma possível ameaça. A minha visão no escuro não era tão boa como a de Alexander mas ainda assim via bem o suficiente para saber que eramos os únicos naquela sala.
Alexander soltou a mulher e caminhou para mim, dando-me a mão. Antes de fechar a porta olhei para trás e vi a mulher de cabelos curtos a tocar no pescoço que certamente devia estar dolorido. O seu rosto só espelhava surpresa, e também preocupação. Não me parecia culpada. Se Alexander a deixou viva é porque não tinha uma única duvida sobre ela, caso contrário ela estaria a afogar-se no seu próprio sangue, isto nas melhores das hipóteses.

Quando o carro arrancou novamente eu perguntei a Alexander se tinha alguma pista.
- Não. – passou os dedos pelo couro cabeludo. Nervoso. – Berah não imaginava sequer o que se estava a passar.
- Berah é a aquela com quem… conversas-te? – Não fora uma conversa civilizada, mas não deixara de ser uma conversa.
- Sim. Ela lidera este covil. Um dos seus amantes foi morto.
- Coitada… - gemi triste - Ela deve estar péssima agora!
- Nikka – rolou os olhos – Eu disse um dos amantes dela. Claro que ela ficou apreensiva, e sente a morte de Asif. Acima de tudo tinham uma aliança entre os seus clãs. São dois clãs com pouco território e com a aliança deles ambos os covis partilham a zona de caça beneficiando ambos. Mesmo assim vamos passar pelo território do covil de Asif, não podemos deixar pontas soltas.
- Percebi. Achas que o tal Asif ia suicidar-se só para te atingir?
- Não sei, Nikka. Sinceramente Asif sempre me pareceu leal, mão não confio em ninguém. Suicidas também existem entre vampiros, fanáticos enlouquecidos que acreditam que enfrentam a verdadeira morte por algo superior a eles. A minha queda. Lembras-te que quando aquele camião veio contra nós? – assenti. Fora por esse acidente que descobri o aneurisma, a condutora espetou uma estaca no seu coração. Era uma suicida.
- Porque é que querem tanto a tua queda? Acho que estás a fazer um bom trabalho. – ele sorriu-me.
- Nikka eu estou no poder pela força, porque ninguém me derrota. Sou o mais velho, e controlo o fogo. Reina a lei do mais forte entre nós. Mas existe sempre uma parte da raça que quer mais, quer algo diferente das minhas regras e têm uma visão diferente da minha política. Acontece até mesmo com os governos humanos, manifestações, greves, ect. – assenti percebendo-o – Já leste muitos dos livros que estão na biblioteca Nikka, e basicamente tudo o que passamos se resume á exposição. Uma parte minoritária, sinceramente insana, da população vampira não aceita os puros, a nossa superioridade. Tiveste contacto com a Joanne deves ter percebido as ideias dela. Não aceitam ninguém superior a eles, querem expor-se livremente. Não permito isso Nikka. Nunca proibi a casa nos seus territórios, mas as regras existem para serem compridas. Não quero que o mundo saiba de nós.
- Mas porque eles querem?
- Querem matar livremente, escravizar os humanos. Lembras-te de te ter levado a uma festa e quando aquele vampiro ligado a Joanne me pediu autorização para caças crianças humanas e fazer delas prostitutas e eu não permiti? – assenti – Eles querem seguir todos os seus instintos sem que eu os impeça.
- Mas… Eles não percebem o que acontece se viermos á luz? – perguntei chocada – Vai haver confrontos entre nos, sem limites de território, sem hierarquias tudo vai ficar um cãos! Muitos vampiros vão morrer assim como humanos. Sim, provavelmente os vampiros iriam ganhar a batalha, mas muitos morreriam com todo o armamento que os humanos possuem hoje em dia. Acho que só tu, que és imune ao fogo, irias sair sem lesões desses confrontos. Já para não falar da vulnerabilidade deles durante o dia.
- Houve um tempo que os humanos sabiam de nós e se acobardavam refugiados no medo, enquanto outros nos caçavam abertamente. Esse tempo foi esquecido e só está agora nas páginas dos nossos livros. Para os humanos a lembrança acabou por se transformar num mito sobrenatural. Os vampiros com uma esperança media de vida de 200 anos não se podem lembrar desses tempos e não imaginam o que lhes ia esperar. Agora os tempos mudaram, os humanos têm muitos mais meios para reduzirem significativamente a raça vampira. Criar novos exércitos e treina-los ia demorar no mínimo uma década! Estamos muito bem assim, sabemos que estamos no topo da cadeia alimentar, que somos nos que governamos os humanos, estamos infiltrados nos grandes centros de poder e mesmo a maioria dos humanos não terem o conhecimento da nossa existência e não nos venerarem, nos fazemos o que queremos, caçamos as presas livremente… Só se pede descrição. Mas ainda assim existe quem tenha uma mente insana pelo poder desmedido e querem ser uma espécie de divindade para os humanos, por isso a raça mais pura, nós os puros Nikka, somos um alvo a abater. Somos superiores a eles e impedimo-los facilmente. Normalmente são os mais fracos que têm essa anciã de viverem como querem. Claro que também gostariam de criar vampiros sem regras e amentar o poder dos seus clãs, tu sabes que eu também controlo o numero da espécie, por uma questão de sobrevivência. Se existir muitos vampiros por determinadas zonas, a caça seria insuficiente. Dou uma margem segura, assim como faço para os puros. Por exemplo, no território de Assif entre 20 a 30 vampiros, quando um morre é substituído ou não, simplesmente não pode passar dos 30 porque aí seria insustentável, imagina essas medidas como controle de natalidade. E se eu dito que é assim que se faz, é assim que será. Não posso impedir estes pensamentos de revolta e ideias ignorantes, mas certamente posso impedir estes actos. Isso garanto-te. Hoje mais que nunca! Eu tenho-te a ti para cuidar. – rugiu raivoso.
- E vais conseguir, Alex. Sempre conseguiste durantes estes milénios que reinas-te.

Quando chegamos ao território de Assif, Alex avisou-me para estar atenta. Cada quilometro era percorrido cada vez mais devagar até chegarmos ao covil. Algo estava errado, o covil não tinha guardas. Alex estava tão nervoso que as suas presas estavam alongadas e os olhos ensanguentados antes mesmo de ter parado o carro.
- Nikka – a sua mão cobriu a mim que ia abrir a porta e eu olhei o seu rosto que estava tão próximo do meu, os seus olhos já estavam raiados de sangue – Por favor, deixa-me levar-te para casa.
- Não, amor. – soltei a mão que ele segurava e levei aos seus cabelos encostando a minha testa á dele, as nossas respirações juntaram-se. A dele estava tão acelerada – Calma. Nada me vai acontecer, estou contigo. Tu proteges-me.
Ele beijou-me sofregamente enquanto as suas mãos percorriam todo o meu rosto.
- Eu estou com um péssimo pressentimento, Nikka. – respirou fundo – Não consigo pensar em nada mais para além do facto que estás vulnerável.
- Ey, estou contigo Alex. Sou tua cria, treinaste-me o suficiente para isto. Vamos.
- Espera! – pediu alarmado antes de eu abrir a porta – Por favor…
- Sim. Eu vou fazer tudo o que me mandares, sem hesitar. Mas por favor, não te passes antes de entrar-mos! – tentei suar calma e descontraída.
Eu percebia Alexander, eu também estava preocupada com ele. Mas se me mostrasse preocupada, com medo ou nervosa era o fim, ele já estava um molho de nervos quando eu aparentava calma e descontração. Acariciei a sua sobrancelha e beijei-lhe de leve os lábios.
- Vamos lá?
- Vamos. – assentiu depois de respirar fundo.
Alex parecia um animal predador, ia na minha frente, meio agachado e cada passo que dava era lento e calculado. A minha respiração tornou-se agitada e senti formigueiro no meu couro cabeludo. As minhas presas alongaram-se e o instinto de predador que existia em mim fez-me caminhar meio agachada também - como de estivesse pronta para saltar para cima do que se metesse no meu caminho. Não tinha a elegância de Alexander, não era mortal como ele, mas estava pronta para o que fosse necessário.
O sol batia na minha cabeça e sabia que devia ser desconfortável para Alexander, os seus olhos sem os óculos deviam ardeu e incomoda-lo um pouco. Fechei os olhos e respirei fundo, á espera que funcionasse. Era fácil para mim, era natural, era o meu poder. Protegi Alex dos raios solares, e percebi que tinha resultado quando ele me lançou um olhar e se permitiu esboçar um sorriso torto antes de voltar á postura predatória.
Entramos na casa de apenas uma assoalhada e começamos a percorrer os compartimentos antes de descermos para os andares subterrâneos. Parei de respirar enquanto caminhava atrás de Alex que de 3 em três segundos olhava para trás para me vigiar.
- Parece que não tem ninguém aqui. – sussurrei e ouvi a minha voz baixa percorrer aquele corredor longo e escuro.
Ele levou o dedo indicador aos meus lábios calando-me. Depois levou esse mesmo indicador para o seu ouvido a indicar para ouvir com atenção ou que nos poderiam estar a ouvir.
Aquele corredor cheirava mal. Cheirava-me a sangue humano coalhado e podridão. Algo se tinha passado ali, claramente. A adrenalina corria pelas minhas veias, a minha audição estava mais aguçada, o olfato apurado.
Quando passei por um espelho parei. Pareceu-me ter visto algo brilhante. Alexander percebeu que tinha parado e fez-me sinal com a cabeça para continuar atrás dele. Dois segundos depois de ele ter virado a cabeça, senti um movimento de ar no meu lado direito. Os meus olhos focaram algo em movimento. Antes de me tocarem, eu já tinha reagido. Com um rugido empurrei o corpo contro a parede, segurei-o pelo pescoço.
- Nikka!
Alex no mesmo segundo estava ao meu lado ofegante.
- Apanhei-te. – rugi para a vampira.
Ela debatia-se e rugia desesperada e só assim é que percebi que as minhas mãos estavam a queima-la com a luz solar que emanava delas. Soltei-a. A vampira estava num estado lastimável. As marcas no pescoço em carne viva eram minhas, mas não tinha sido eu a arranhar os seus braços e rosto daquela maneira. Ela estava mesmo assustada, os seus olhos azuis espelhavam pavor.
- Rei Alexander! – suspirou reverente num sotaque britânico arrastado.
- Situação Mariannan?
- Fomos atacados. Estou de vigia no nível um, o resto do covil está no nível três e dormem enquanto é dia. Fomos atacados! O mestre Asif está morto.
Ela levantou-se enquanto eu tentava assimilar o que se estava a passar, no entanto estava muito agitada e quando um vampiro apareceu no corredor eu lancei-lhe um raio de luz enquanto Mariannan gritou.
Alexander segurou o meu braço dizendo para parar.
- É o Nigel que está a guardar o nível dois! – a vampira correu para o final do corredor onde o vampiro se tinha escondido na esquina.
Olhei apreensiva para Alexander.
- Fizeste bem, pequena. Nunca hesites. – tirou uma mecha de cabelo do meu rosto enquanto eu me acalmava e sentia as presas recuarem – Está tudo bem.
Nigel fumegava de um braço e tinha o rosto queimado de um lado. Olhou-me com raiva, mas depois viu como Alexander me dava a mão e olhou para o chão.
Nigel era um homem comum de uns 30 e poucos anos. Mas Mariannan não apenas comum. Ela era realmente bonita mesmo com alguns arranhões no rosto e meia descabelada. Cachos perfeitos e finos caiam-lhe pelo rosto num corte de cabelo pequeno que realçava os olhos azuis límpidos. Devia ter perto da aparência de 26  anos de idade de Alexander.
- Rei, foi tudo tão rápido! – começou Mariannan – Eram umas 3 horas da manha quando entraram pelo covil, mataram os guardas, prenderam-nos com prata e levaram Asif.
- Quando alguns se soltaram e ajudaram os outros, ficou dissidido que nos ficaríamos de vigia. – disse Nigel também com sotaque britânico. – Não acreditávamos que sofrêssemos algum problema em pleno dia. Quando caísse a noite estaríamos prontos para ir ao castelo contar o que se passou. Eles cortaram as nossas ligações de comunicação.
- Sabem qual o clã a que pertenciam os atacantes?
- Não, senhor. – respondeu Nigel. – Não reconheci nenhum deles.
Alexander pegou no telemóvel e começou a fazer telefonemas enquanto eu alternava olhares de Nigel para Mariannan, avaliando-os.
- Vocês são parecidos.
- Sim – respondeu Mariannan – Somos irmãos. Fomos transformados com diferença de dois anos. Eu fui a primeira a ser transformada, em 1987.
Assenti. Mariannan olhava-me entre curiosa e desconfiada e Nigel passava as mãos pelo lado do rosto que eu queimara um pouco. Ele iria curar.
- É a cria do Rei Alexander, não é? – perguntou cuidadosa a vampira.
- Sim.
Ela desviou o olhar do meu e ficou a olhar para Alexander que desligava o telemóvel.
- Um de vocês vem connosco até o próximo covil – gesticulou entre os dois vampiros - preciso que reconheçam se algum deles esteva entre os atacantes. Suspeito fortemente que Atreus esteja envolvido, ele não compareceu á reunião em minha casa. Asif foi convocado e também não compareceu, mas sabemos o motivo. E Atreus não estava na lista das vitimas.
- Mas é pelo dia! Não podemos sair, senhor. – apontou Nigel.
- Nicholaa controla a luz solar. Ela vai impedir que queimem.
- Então eu vou. – ofereceu-se Mariannan. – Nigel fica a vigiar. Ele foi atacado e ficou inconsciente durante todo o ataque. Eu vi tudo.
- Está bem. – assentiu Alexander. – Vamos.

Antes de sairmos daquela casa eu puxei Alexander á parte, longe o suficiente para que os outros dois não ouvissem a conversa.
- Estou á espera.
- Como?
- Não te finjas de desentendido. – acusei-o – Eu percebi muito bem a familiaridade com que aquela loira oxigenada falou contigo. A maneira como ela olhava para ti com esperanças.
- Nikka…
Apenas o olhei furiosa.
- Foi uma das muitas que levaste para a cama, não foi?
- Não te vou responder a isto agora. Não é o momento.
- Vais responder a isto vais, ou eu não dou um passo daqui!
- Porra! – praguejou baixo enquanto passava as mãos pelos cabelos desalinhados – Sim, já fui para a cama com ela. Passado Nikka. Eu vivo á muitos, muitos anos. É obvio que tive muitas mulheres.
- Eu sei. – disse amarga – Obrigada por me lembrares, seu mulherengo! Mas algo me diz que isto é recente, ela olha-te com espectativa. – esfreguei as têmporas enervada. – Não quero que ela vá. Vai o Nigel.
- Nigel não viu o ataque.
- Então vai acordar outro que tenha visto!
- Não sejas infantil. Não vamos perder tempo.
- Infantil? – rugi chateada.
- Ciumenta, então. Tenho a cabeça a mil, não te queria aqui e tu estás a ficar com ciúmes numa altura dessa. – riu-se nervoso – Se a situação não fosse tão problemática eu levava-te para casa, ou nem lá chegaríamos, e mostrava-te como não tens nenhum motivo para ter ciúmes.
- Quero que me digas quantas vezes fostes para a cama com ela. E há quanto tempo foi a ultima vez!
- Nikka…
- Alexander, estou a falar muito a serio.
- Tu queres mesmo saber? – rosnou baixo – Tu é que sabes! Não faço ideia quantas vezes foram, talvez entre umas 10 a 20. E a ultima vez que estive com ela foi numa festa, na ultima noite que passei no castelo antes de ir para a Villa e te conhecer. De manha estive com a Kawit e depois apanhei o avião. Depois toda a minha vida mudou quando te conheci. – comei a arfar com o choque - Era isso que querias saber?!
Não, não era aquilo que queria saber. Senti os olhos encherem-se se sangue enquanto me sentia ainda mais pálida que o normal. Alex rugiu baixinho e esticou a mão para mim. Afastei-me dele e saí de casa.
Alexander seguiu-me, enquanto Mariannan ficou no interior.
- Podes vir. – rugi alto para ela.
Ela apareceu hesitante na porta e depois correu para o carro o mais rápido que podia. Rolei os olhos enquanto o meu sangue fervia. Quando entrei no carro ela estava encolhida num canto.
- O carro é á prova de raios UV.
Ela relaxou e eu arrependi-me de lhe ter dado essa informação. Ela bem que podia ficar aterrorizada durante a viagem á espera de queimar pelo sol e não olharia para Alexander nem para mim.
Alexander entrou e ficou a olhar para mim e quando ele ia abrir a boca para falar eu levantei a mão.
- Falamos em casa. – ele que abrisse a boca para dizer algo que fizesse aquela anormal perceber que tínhamos discutido. Ainda mais por causa dela.
Ele resmungou qualquer coisa e arrancou tenso.
- Estou com dores de cabeça. – disse alto, sem me dirigir especificamente a ninguém – É normal que o meu dom não funcione tão bem.
A loira oxigenada atrás soltou um guincho assutado que fez um sorriso desenhar-se na minha boca. E Alex riu-se baixinho ao me olhar de canto de olho.
Eu não estava a brincar. Havia a probabilidade eventual de eu não conseguir proteger a vampira do sol e ela, por um erro sem intenção da minha parte, vir a queimar ao sol e desaparecer... Então olhei para Alexander, ali a conduzir preocupado e tenso, por minha causa. Sabia que a loira podia dar-lhe a confirmação que ele precisava e eu não ia colocar isso em risco.
Suspirei. Fora duro ouvir aquilo da boca dele, saber quem tinham sido exatamente as últimas antes de mim. Kawit nem era assim tanto um surpresa para mim, sinceramente mesmo Alexander nunca me ter dito, era mais que lógico que também tinha tido sexo com Jullianne durante aqueles seculos todos que ela têm. Na noite que ele esteve com Mariannan também deve ter estado com outras, e nos dias daquela semana com ainda mais. Milhares de mulheres devem ter passado pela cama dele.
E, mesmo aquilo me ter magoado ao saber, especialmente pela maneira como soube, não era o momento para ficar chateada. Sim, estava cheia de ciúmes mas Alexander estava tão nervoso que percebi porque ele dissera aquilo e daquela forma.
Não queria que ele ficasse ainda mais aflito, ele estava tão preocupado comigo, trouxera-me com ele. Eu sempre teria muitos ciúmes, mas ao olhar pelo retrovisor para a mulher no banco de trás sabia que não tinha qualquer concorrência ali. Era só uma das muitas vampiras com quem Alex tinha tido sexo. Depois de mim, nenhuma outra tinha estado com ele. Eu sabia com toda a certeza do mundo, que ele me amava com todo o seu coração. Assim como eu o amava. Tinha ciúmes, mas não era o momento para o preocupar ainda mais.
Estiquei a mão e coloquei-a na sua coxa, apertei os músculos numa caricia. Ele suspirou e colocou a mão em cima da minha acariciando-a enquanto me olhou e sorriu.
- Acho que vais ter de me dar muitos beijinhos também. Para me compensares. – provoquei-o.
- Em todos os sítios que tu quiseres.


Alexander parou o carro e sem o ter desligado ainda saltou e matou os guardas em menos de 3 segundos, impedindo-os de comunicarem com o interior. Voltou calmamente para o carro e desligou-o entregando-me a chaves.
- Se eu te mandar correr, tu corres o mais rápido possível e arrancas. Sem pensar duas vezes. Percebes?
- Sim. – assenti com um gesto de cabeça e guardei a chaves no bolso das calças.
Saímos do carro e Mariannan mesmo com medo do sol não correu para a mansão que se erguia na nossa frente, como eu esperava que ela fizesse.
- Ey – disse-lhe baixinho – O meu dom não vai falhar.
Ela respirou um pouco mais aliviada, mas percebia o seu medo do sol, inimigo mortal dela. Eu também tinha medo do que poderia encontrar, mas sabia que Alexander me protegeria sempre.
Caminhei meia agachada uns paços atrás de Alex que arrombou a porta. Entramos na mansão, o salão principal era escuro e frio. Arrepiou-me. Só entrava um pouco de luz pela porta, abrangia cerca de dois metros da porta. Mesmo assim mantive a proteção em Mariahna.
- É ele! – gritou Mariannan avisando-nos.
Não era necessário, pois um homem estava no cimo das escadas de braços cruzados como se esperasse por nós.
- Não devias estar a dormir, Atreus? – ironizou Alexander.
No momento seguinte ele saltou para cima dele. Ao mesmo tempo senti uma bala perfurar a minha pele no ombro. Rugi de dor e raiva, procurei pelo agressor e vi-o escondido atrás de uma poltrona. Podia queima-lo mas saltei para ele invés disso, segurei-o no chão pelo pescoço enquanto ele me rugia. Parti uma lasca de madeira da poltrona e enterrei-a no seu coração. O corpo começava a desfazer-se em cinzas.
Alex tinha Atreus imobilizado e olhava aflito, pisquei-lhe o olho e ele tentou esboçar um sorriso mas falhou. Estava pálido por me ver a lutar.
Mariannan sangrava de um braço onde tinha sido atingida por uma bala e arfava. Foi então que vi pelo canto de olho três pares de olhos que brilhavam no escuro. Estavam agachados num canto atrás de uma espécie de pequena fonte. O seu odor era mascarado pelo sangue que escorria da fonte.
Desta vez lancei um raio forte de luz para as sombras e ouvi os rugidos. Só parei quando se calaram e cinzas esvoaçavam pelo salão.
- Vou certificar-me que não há ninguém no andar superior. – segurei o ombro que sagrava.
- NÃO! – Rugiu Alex do cimo das escadas.
- Confia em mim.
- Nikka, não abuses, ok? – olhou-me zangado - Por hoje chega de aventura para ti.
- Ok… Eu fico aqui…
- Estás bem? – perguntou preocupado.
E foi aí que tudo começou. Ouvi disparos na nossa direcção e o meu reflexo foi saltar para as escadas e correr para Alex. Ele automaticamente largou o vampiro que segurava e colocou-se na minha frente. As balas batiam na pele dele, rasgavam a camisa mas não perfuravam a sua pele resistente. A adrenalina era tão grande que pouco sentia a dor no ombro.
O vampiro que Alex tinha largado tentava fugir. Sabia que ele era importante, então o meu reflexo foi saltar para cima dele e prende-lo ao chão pelo pescoço. Ele rugiu e começou a mover-se, agarrou o meu pulso direito que prendia o pescoço dele. Partiu-mo.
- Filho da puta! – gani de dor.
Com a mão direita espalmei o seu rosto, e queimei-o enquanto era a vez dele ganir de dor. Provavelmente estava a chamar-me filha da puta também, só que numa língua diferente.
Estava quente e quando olhei por cima do ombro enquanto continuava a segurar no rosto de Atreus com a palma da mão brilhante. Percebi que Alex arrancava a cabeça a um vampiro em chamas que tentara saltar para nós. A sala ardia em chamar grandes e intensas. Procurei por Mariannan e ela estava no cimo das escadas, com a parte do lado esquerdo do rosto e tronco negro, tinha sido queimada também e gemia encostada a um canto depois de ter decapitado uma vampira negra.
- Cuidado! – gritei quando vi outra vampira que apareceu atrás dela.
Lancei-lhe um raio que a atravessou e reduziu a cinzas a atacante. Senti-me voar para as escadas. Para matar a vampira que ia atacar Mariannan tive de soltar o rosto de Atreus que aproveitou para me pontapear para longe.
Alex controlou-me com a mente e impediu que batesse contra a parede enquanto saltou para Atreus o único que ainda devia estar vivo.
Desviei o olhar de Alex enquanto ouvia os gritos de dor de Atreus, não devia estar a ser bonito.
Dois minutos daquilo pareceu ser o suficiente para Atreus falar, já que Alexander acabou com aquilo e nunca mais ouvi Atreus.
Alexander tremia um pouco quando me pegou no colo, apesar de estar de pé e razoavelmente bem deixei que ele me pegasse ao colo e encostei a cabeça no seu pescoço beijando-o suavemente. Sentia o sangue correr pelas suas veias numa velocidade alucinante.
Alexander embrenhou-se um pouco além da berma da estrada e sentou-me encostada a uma árvore, ajoelhou-se tremolo ao meu lado. Estávamos rodeados de árvores e o vento era refrescante. Começou a rasgar a camisola no meu ombro direito e avaliou o ferimento.
- Vou levar-te a Alonzo.
- Não. Tira-me a bala, por favor.
- Não consigo. – arfou.
- Não sejas tonho. – ri fazendo uma careta com a dor que senti – A sério, tira-me a bala que realmente está a começar a doer-me. E se for eu a tirar ainda faço pior.
Ele respirou fundo e olhou-me desnorteado, ainda mais pálido que o normal mas os seus olhos estavam firmes para o que ia fazer.
Trinquei o lábio e apenas gemi baixinho pela dor quando ele colocou os lábios por cima da ferida e sugou a bala de madeira para depois cuspi-la.
- Obrigada.
Ele lambeu os lábios e depois beijou a minha ferida que começou a cicatrizar lentamente enquanto a sua língua deslizava pela minha pele. Alexander gemeu, não sei se por me ter magoado ou pelo meu sangue deslizar pela sua língua. Provavelmente ambos.
- Nunca mais te trago comigo. – resmungou com a cabeça encostada no meu ombro agora completamente curado.
- Nem penses. Eu saí-me muito bem.
- Não me importa. Fiquei apavorado. – resmungou enquanto me mordiscava a clavícula. – Não te podia mandar fugir porque a saída estava infestada de vampiros.
- Eu fiquei bem.
- Tinhas de te armar em guerreira e prenderes Atreus?
- Não o ia deixar escapar. – acariciei o seu cabelo.
- O cúmulo foi teres defendido Mariannan. Sua louca, nunca mais faças algo assim. Estou a falar muito a sério.
- Aham. Atreus deu-te alguma pista?
- Sim. Vou levar-te ao castelo e parto para a Nova Zelândia imediatamente. Tenho de os apanhar o mais rápido possível antes de fazerem mais estragos ou se juntarem todos.
- Oh, não! – resmunguei – Eu hoje tinha de ter direito a muitos beijinhos!
- Eu volto no máximo em 48 horas para te encher de beijos.
- Onde eu quiser?
- Onde tu quiseres – riu suavemente.
Ajudou-me a levantar e depois avaliou o meu pulso com calma.
- Dói, pequena?
- Quase nada. – ele ergueu uma sobrancelha – A sério, quase nada!
Pegou-me novamente ao colo e perguntou baixo e suavemente ao ouvido:
- Queres o meu sangue? – mordiscou-me a orelha.
- Não agora. Ou não vais para Nova Zelandia tão cedo.
Ele apertou-me contra o seu colo e levou-me para o carro.

 
Capítulo 19

Pelo caminho de volta Alexander estava constantemente ao telemóvel, e Mariana tentava não gemer de dores no banco de trás. O sol começava a desaparecer no horizonte dando os últimos raios do dia quando Alexander parou o carro em frente ao covil dela.
- Podes sair – disse-lhe – Mas depois de entrares em casa já não vais estar mais protegida contra o sol. – avisei-a caso ela pensasse que estaria sempre. Obviamente não a podia proteger a quilómetros de distância.
Ela assentiu.
- Obrigada Rainha.
Fiquei em estado catatónico enquanto ela saia do carro e corria o que podia para dentro do seu covil.
- Ela acabou de me chamar Rainha? Com toda aquela reverencia na voz?!
Alexander arrancou suavemente e olhou-me entre chateado e divertido pelo meu estado de choque.
- Era o mínimo. Depois de a teres protegido, e teres partido um pulso no meio do processo. Que não volte a acontecer.
- Não ficas-te orgulhoso da tua cria hoje? – brinquei.
- Fiquei sim, sua tonta.


Alexander só tomou um banho muito rápido enquanto Alonzo me avaliou o pulso. Não era necessário, uma boa noite de sono e eu estaria bem. Mas para que Alexander sossegasse eu nem reclamei.
Odiava ter de despedir-me dele. Estava na entrada do castelo a despedir-me, enquanto Alain revirava os olhos encostado á carrinha que os levaria ao Aeródromo onde seguirem no jacto privado de Alexander até Nova Zelândia.
- 48h, nem mais um minuto. – avisei-o.
- Não faças beicinho, pequena. – resmungou beijando-me nos lábios – Prometo. 48h, nem mais um segundo.
- Não queria nada que viajasses agora Não posso mesmo ir?
- Não. E este não vai-se manter mesmo que faças um beicinho ainda mais irresistível.
- Está bem. Então traz-me um presente. – pedi a tentar adiar a sua partida ao máximo.
- Queres alguma coisa em especial?- afastou o cabelo da minha testa e olhava-me nos olhos risonho. – Ou faço surpresa?
- Surpreende-me. – os meus dedos correram pelo seu pescoço. – E depois tens de me levar a conhecer Nova Zelândia.
- Vou levar-te a conhecer o mundo todo.
- Vou cobrar. – sorri, pousei o rosto no seu peito enquanto ele acariciava as minhas costas e beijava o topo da minha cabeça – Tens mesmo de ir, não é?
- Sim, pequena. Tenho mesmo de ir. Mesmo de jacto ainda vai demorar umas horas a chegar, e todos os minutos são importantes para os apanhar. Quero apanhar o grupo principal durante o dia.
- Está bem. – suspirei e ergui os lábios para ele que os beijou sofregamente.
- O castelo está protegido ao máximo. Kawit e Julianne ficam. Vão ficar no piso inferior sempre alerta. O castelo até por ar está protegido. Não tenhas medo, não há lugar mais seguro do que o castelo.
- Não tenho medo. Confio em ti.
- Amo-te. – beijou-me uma ultima vez – Comporta-te. – mordiscou-me o nariz.
- Amo-te. – puxei-o pela camisa para um ultimo beijo – Boa viagem. E liga-me, ouviste?
Ele sorriu e piscou-me o olho antes de entrar no carro. Quando o carro ia sair pelos portões eu corri até lá e enquanto mordia os lábios disse-lhe adeus.
Ele sorriu e acenou-me pela janela.
Mal eu sabia que podia vir a ser o ultimo vislumbre que tinha dele.


Dormi mal a noite toda. O dia seguinte ainda foi pior, Alex já devia ter aterrado mas não me disse nada. Só por volta do meio-dia é que recebi uma mensagem dele.

“ Espero que tenhas dormido bem, boneca.
A viagem correu bem, mas se não tivesse corrido não ia morrer mesmo que o avião se despenhasse ;) Aproveitei para dormir um pouco e descansar. Nas próximas horas não terei oportunidade para isso.
Não te telefonei ou dei notícias porque sei perfeitamente que tão cedo não dormiste e que só agora ou daqui a uma ou duas horas é que vais acordar. Não queria perturbar o teu sono. Precisas de descansar.
Quando acordares, se já não o estás, manda-me uma mensagem.
Amo-te”

Comecei a escrever-lhe uma mensagem de volta.

“Não, não dormi bem. Não te tinha ao meu lado para agarrar. Não dormi quase nada.
Tu deves ter dormido bem, já que eu não estava aí para te perturbar com os meus abraços. :S
Já estou cheia de saudades tuas. Quero que voltes rápido, quero o meu presente, quero os meus beijinhos e quero o teu sangue.
Eu amo-te mais. ”

Uns segundos depois recebi a resposta dele:

“Devias ter dormido. Precisas mesmo descansar. E se dormires o tempo vai passar mais rápido.
Claro que não dormi bem, pequena. Senti a falta do teu corpo quente junto ao meu, do teu perfume. Senti falta de te ter agarrada a mim. Quando acordo tenso são os meus instintos, não por não gostar de dormir agarrado a ti. Estou a melhorar nisso. Eu só quero dormir agarrado a ti, agora.
Também estou cheio de saudades tuas.
Eu vou voltar rápido e vou-te dar tudo o que queres. E muito mais.
Só podes estar a brincar com o “Eu amo-te mais”.
É obvio e indiscutível que sou eu quem ama mais.”

Corei e respondi rapidamente.

“ Hum, acho bem que gostes de dormir comigo, porque sinceramente se não gostasses não terias outro remedio que continuar a dormir agarrado comigo á mesma.
Vou cobrar tudo o que pedi. E o “muito mais” também.
Assim que poderes liga-me, por favor.
Não me enerves Alexander William, sou eu quem ama mais. Não discutas comigo, estou frágil.”

Sorri quando um minuto depois recebi a sua mensagem.

“ Sim, minha Rainha. Sou o seu eterno escravo, vou dormir consigo, dar beijinhos, presentes, o meu sangue, o meu corpo e tudo o que a vossa grandeza desejar.
;)
Assim que poder ligo-te, pequena.
Estou numa reunião e daqui a pouco vou para o campo e não vou poder mandar mensagem ou ligar-te.
Nicholaa Alannah, não me enerve a senhorita. Sempre fui eu quem mais amou, posso tolerar que a minha pequena me ame só um bocado a menos do que eu a amo. Mas, como sempre, eu tenho de ser o dominante. Sou eu quem ama mais. Fim da discussão, entendeu?
Amo-te pequena. Por favor cuida-te."

Com lagrimas nos olhos mandei-lhe a resposta.

“ Como sua Rainha digo-lhe que se comporte. Sei que nada destrói esse corpo (que é meu para o que quiser, deixe-me frisar bem esse ponto) mas, caro senhor Alexander, faça-me o favor de ter cuidado. Não quero que se magoe - Unicamente por motivos de amor incondicional, fui clara?
Espero que tudo corra como planejou, que seja rápido e venha logo de seguida (depois de comprar um presente, como é obvio. Mas não demore, qualquer coisa serve) porque tem de me agradar.
Mando-lhe um beijo na boca.
Não aceitei os seus argumentos para o fim da discussão, mas como carece de tempo, sugiro que discutamos a intensidade e mensuração do amor que nos une pessoalmente. Na cama se possível – se a sua excelência concordar.
A sério, Alexander. Amo-te.
P.S-> Depois liga-me.”

Recebi novamente uma mensagem dele e comecei a ler com um sorriso tremulo nos lábios.

“Depois ligo-te boneca. Sim, discutiremos isso pessoalmente, e não vejo problemas para que o seja na cama. Ou no sofá. Ou na banheira. Depois também discutiremos os detalhes pessoalmente.
Não te preocupes, pequena. Vai correr tudo bem.
A sério, Nicholaah. Amo-te. ;)
P.S-> Tenta só impedir-me de te ligar.”

O dia arrastou-se incrivelmente devagar. Reli as mensagens dele um milhão de vezes, pensei em alimentar-me mas sinceramente não tinha fome. Fui para a biblioteca, e finalmente decidi deitar-me na cama e esperar que ele me ligasse enquanto via um filme na tv.
Mal o telemóvel tocou eu desliguei a televisão e atendi.
- Pensei que já não me ias ligar! – resmunguei.
- Eu disse-te que te ligava o mais rápido possível. – ouvi a sua voz enrouquecida dizer.
- Pois eu já ia dormir e não me importava se ligavas ou não. Já falta pouco para a meia noite.
- Aposto que estavas á espera do meu telefonema sempre a olhar para o telemóvel.
- Por acaso até não estava. Convencido.
Ele riu-se.
- Ok, só estava um bocadinho. E tu, não estavas com vontade de me ligar? – perguntei ofendida.
- Claro que estava, Nikka. Depois do que se passou custou-me ainda mais afastar-me de ti.
- Só foste porque quiseste. – resmunguei.
- Não digas isso. Sabes que não é assim.
- Eu sei. – murmurei – Só estou rabugenta por não estares aqui.
Ele suspirou do outro lado.
- Amanha á noite já estou contigo. Vamos discutir. Na cama, no sofá e na banheira. – sussurrou e riu – E não fiques corada. Não consegui decidir o local, por isso discutimos em todos, pode ser?
- Pode. – murmurei baixinho.
- E depois vais escolher o local onde queres passar as próximas 3 semanas. Vamos viajar pelo mundo todo, quero mostrar-te tudo, contar-te o que vi. Temos de vir ao castelo pelo menos de 3 em 3 semanas e ficar uma para tratar das coisa, mas não tem problema pois não?
- Não. Claro que não! – ri-me – Podemos ir á praia. Eu protejo-te. – afirmei séria.
- Está bem. As praias vamos descobrir juntos. Só vi algumas e á noite. O sol incomodava-me para estar naquela areia quente.
- Vês a sorte que tens de me ter, Alexander? Vai ser tão bom… Estarmos assim numa praia. Já não vou ter problemas de ficar com um escaldão! Mas, ey, quando formos, e lá estiver mulheres assim super jeitosas eu mato-te se começas a apreciá-las.
- Como vou olhar para outra além de ti? – perguntou incrédulo – És minha Nikka. És perfeita, e toda minha. O único problema é que os homens não vão tirar os olhos de ti, e eu vou ter de matar alguns. – ele estava a falar tão sério que tive de me rir.
- Isso vai ser mais complicado. Vai passar homens assim todos morenos e todos jeitosos e obvio que vou ter de olhar! – provoquei-o.
- Não brinques com isso.
Distrai-me um pouco da conversa, pois ouvi uma agitação e olhei pelos portões. Um grupo tinha aparecido e falava com os guardas do portão. Kawit saiu disparada e sem trocar uma única palavra com eles matou-os imediatamente. Abri rápido a janela e nesse mesmo instante ela olhou para mim.
- Fecha a porra da janela! – rugiu-me tão alto que eu estremeci e fechei imediatamente a janela.
- Nikka? Nikka?! O que se passa?!
- Não sei. Um grupo apareceu nos portões e a Kawit foi lá. Matou-os imediatamente. Abri a janela para tentar perceber o que se passava mas ela mandou-me fecha-la.
- Fecha a janela! – rugiu-me.
- Já fechei!
Ele estava a começar a respirar aceleradamente.
- Alexander, está tudo bem. Ouve sempre alguma agitação durante o dia. Tens um completo exercito aqui. Como disseste, é o local mais protegido possível. Estou bem.
- Porra! Não consigo lidar com isto. Não devia ter saído daí.
- Claro que devias. Tinhas de os apanhar antes de ocorrer o pior, e só tu os podias parar. Vou ver se está tudo bem.
- NÃO! FICA NA PORRA DO QUARTO!
- Eu estou na porra do quarto. – exasperei. – Acalma-te, por favor.
- Desculpa ter gritado. – disse suavemente, persuasivo enquanto eu olhava pela janela – Mas por favor, fica no quarto. Não vás novamente para a janela…
- Já fui.
- NIKKA!
- Está tudo bem, a Kawit está a dar voltas ao castelo a falar com os guardas e parece que está tudo controlado.
- Está bem, então. Então agora volta para a cama e fala comigo, está bem? Onde queres ir mais?
- A tua tentativa de me distraíres e me fazeres sair da janela é muito subtil, caro Alexander. - ri.
- Está bem.- riu tenso. – Mas sai de perto da janela, por favor.
- Já sai, tonto.
- Não saias do quarto, não vás á janela. Eu vou ligar a Kawit e a Julianne. Depois ligo de novo para ti. Podes prometer-me que fazes o que disse?
- Sim. Prometo Alexander.
Ele desligou e eu rolei os olhos impaciente. Era óbvio que o castelo iria ter tentativas de ataque. Mas Alex tinha um exército de vampiros e humanos apara me defender. Kawit estava aqui, e ela controla a vida, ela mataria rapidamente quem se aproximasse. Se ela ia pessoalmente arrancar a cabeça deles é porque não havia grande perigo.
Percebia o nervosismo de Alexander, se fosse eu também estaria assim.

- Mais calmo? – perguntei quando atendi o telemóvel.
- Sim. – suspirou – A situação aqui está quase controlada aqui, falta apanhar alguns que se esconderam, mas rapidamente o vou fazer. Dentro de algumas horas estarei contigo.
- O meu vampiro poderoso! – brinquei. Eu sentia-o tão tenso que só queria que ele descontrai-se. Ele suspirou. – Estás bem?
- Não, não estou. Não gosto disto. Nada. Não te posso ter comigo porque és o primeiro alvo a abater, és o meu ponto fraco. E eu vou enlouquecer se não te tiver no meu raio de visão. O castelo está mais seguro do que nunca, nada entra aí, mas fico muito nervoso.
- Então não te preocupes. Por favor, não gosto que estejas assim.
- Não consigo evitar. Tu és tudo o que tenho.
- Oh meu amor, tu é que és tudo o que tenho. Tu és um Rei, tens um castelo, um reino...
- Tu és a única coisa que importa. Se não te tiver, não tenho nada. É tão aterrorizante.
- Alexander com medo? Wow. – tentei aliviar a conversa e acalma-lo.
Ele riu-se.
- Muito medo, princesa.
- Gosto desse princesa. Fica perfeito quando a meia-noite começa a soar.

Mal ele acabara de falar ouvi um som ensurdecedor. Depois silencio.
- Alex? – arfei. – Algo está errado.
Mal acabei de falar ouvi explosões, o terreno á volta do castelo começou a tremer. Corri para a janela, ainda agarrada ao telemóvel.
- Oh meu deus!
- NIKKA?!
- Alexander, está tudo a arder!
O inferno estava á minha frente, os campos estavam a arder, buracos no chão. Vampiros corriam por todo o lado, muitos deles em chama. Mas começaram a ouvir-se tiros na floresta, bombardeamentos dentro do castelo.
Alexander gritava-me ao telemóvel, mas eu não conseguia responder a nada do que me dizia. Percebia os seus gritos desesperados a perguntar-me o que se passava e a chamar o meu nome, mas estava com tanto medo que fugi para as escadas e ondas de chamas impediam a passagem no 3 andar. O castelo estava a arder em alguns locais.
Fogo. O puro em mim reagia aquilo descontroladamente. Pânico. Podia matar-me. Lembrava-me do pânico de Mariannan ao sol. De Alain no cimo das escadas quando eu era humana e ele tinha provocado Alexander. Alex tinha feito o seu casaco arder. Ele tirou-o longe em pânico.
Um pânico e um instinto de auto preservação em cada um de nós. Talvez o facto de ser jovem tornava tudo pior. Fogo sempre tinha sido bom e nunca antes tinha tido este medo paralisante, mas porque Alexander estava lá comigo. O fogo e ele eram um só e nunca me magoaria. Agora… Agora Alexander estava longe. O fogo fazia estalidos e as chamas amarelas e azuis faziam algo dentro de mim tremer desesperadamente. Instinto.
- NIKKA!
Ouvi a voz de Julianne. ela estava no final das escadas, 3 andares abaixo. Só a ouvia. Nem eu conseguia ir ter com ela e passar aquela muralha de chamas, nem ela chegar até mim.
- Julianne?!
- Vai para a janela do teu quarto. Eu vou buscar-te!
- Tu consegues?
- VAI!
- Alex?! Alex?! – gritei para o telemóvel que me começava a escorrer pelos dedos – Estás a ouvir?
- NIKKA! PORRA! PORRA! PORRA! POR FAVOR DIZ-ME O QUE SE PASSA!
- Não sei! – comecei a chorar desesperada, ouvia vozes no final da escadaria e sabia que eles começavam a subir as escadas. Com armas. Só passariam chamas com o equipamento certo. E eu sabia que vinham para mim. – Não sei! Era meia noite – engoli as lagrimas – e ouvi uma sirena. Depois começou tudo!! Eram bombas, os campos rebentaram todos, está tudo em chamas! As escadas estão em chamas! Alguém vem atrás de mim com armas, ouço tiros. Alguém deve estar a tentar impedir que subam as escadas, mas não sei! O fogo Alex… Não consigo respirar com o medo! É tão aterrorizante, não estás aqui para me impedir de queimar.
- NIKKA!
- A-a-a Julianne vem buscar-me á janela. Tenho de ir.
- NÃO DESLIGUES! VAI! PORRA! PORRA!
As minhas pernas não me acompanhavam bem.
- Alex. Estou com tanto medo. Acho que estou a entrar em colapso. A minha cabeça está a explodir!
- Por tudo que é mais sagrado Nikka… – falava baixo pela primeira vez – Respira fundo, amor. Calma. Tudo vai ficar bem.
- Prometes?
- Sim. Toma folego, está bem?
- Aham.
Comecei a respirar levemente a esfregar as têmporas mas só tive uns segundos para isso. Tinha de me mexer, tinha de fugir das chamas.
- Eu acho que vou morrer, Alexander.
- CALA-TE! – ouvia a sua voz desesperada e percebia que também ele estava a chorar. – Não desistas! NÃO ME FAÇAS VIVER SEM TI!
Eu queria tanto estar calma, queria que ele não sofresse ao me ouvir. Ele não merecia ouvir aquilo e estar tão longe de mim.
Continuei a subir as escadas mas o medo do fogo era brutal. Nunca pensei no fogo como inimigo, ele sempre me fazia lembrar de Alexander e das linhas bonitas e quentes que ele fazia deslizar pela minha pele branca. Agora percebia que era algo na nossa natureza, o medo paralisava-me. Alexander não estava comigo e era por isso que tinha medo. Tinha que continuar a subir as escadas, mas olhava o tempo todo para trás e ainda ouvia o som de passos a subir as escadas.
- Vou desligar. – disse baixinho sufocada. – Tu sabes que te amo, que és tudo para mim. Desculpa.
- EU RECUSO-ME A OUVIR ISSO!
- Por favor, diz que me amas. Por favor.
Senti algo rebentar ao lado do meu rosto e fui atingida por algumas pedras que me cortaram a bochecha. Cai. Levantei a cabeça desnorteada. Não conseguia ouvir nada do meu ouvido esquerdo. Tentei apalpar a zona mas só senti molhado, provavelmente sangue. Quando avaliei a minha mão, fiquei ainda mais apavorada. Não via. Soltei um grito que me arranhou a garganta. Sentia ácido nos olhos. Tateei pelo telemóvel, de joelhos. Ouvia o som distante de Alexander a gritar o meu nome. Segui o som o melhor que podia com a audição comprometida e apanhei o aparelho.
- ALEX!
- NIKKA!
- Uma coisa explodiu ao lado da minha cabeça! Não consigo ver. Não consigo ouvir do lado esquerdo. Não vou encontrar Julianne…
Ele rugiu desesperado.
- Alex?
- SIM?!
- Ainda não disseste que me amas. Por favor.
- NÃO ME VOU DESPEDIR DE TI!
- Desculpa.
- Nikka. Ouve-me. CORRE! CORRE O MAXIMO QUE PODERES! Não pares de correr amor. Corre até sentires que é dia, corre mesmo que o teu corpo grite para parares. Não pares por motivo nenhum! Foge para o rio, onde o fogo não te consiga atingir. Ou foge para qualquer lado. Eu encontro-te depois. EU ENCONTRO-TE! MAS FOGE! Como teu criador ordeno-te que corras! CORRE! Eu prometo que te encontro, pequena. Mas tens de correr e fugir daí!
- Está bem. – arfei tentando ficar de pé o mais rápido possível.
- Nikka?!
- Sim?
- AMO-TE! Não me destruas amor. Não me faças viver sem ti. Corre por tudo. Corre.
- Vejo-te mais tarde. Amo-te.
Larguei o telemóvel e comecei a correr como ele disse. Ouvia os seus rogidos pelo telemóvel, mas quando subia as escadas deixei de os ouvir. Cai muitas vezes na escada, não conseguia encontrar o caminho. Senti chamas na minha pele. Era o meu casaco que tinha pegado fogo. Tirei-o rapidamente. Os meus pés estavam descalços sentia chamas e cortes, mas não parei. Tentei guiar-me pelo olfacto. Lembra-te Nikka. Alex fez-te treinar com uma venda nos olhos. Usar a audição e o olfacto. Tateei pelas paredes e encontrei uma estatueta. Um busto. Ok. Estava no piso 5. O meu quarto era no piso 7, muito longe para mim nas condições que me encontrava. Não chegaria lá. Procurei por uma entrada para o quarto que sabia ser de Alain que ficava no piso 4. Tropecei varias vezes, não conhecia o lugar. Quando encontrei a janela, partia e lancei-me para baixo. Cai bem na frente das escadas principais, senti na minha anca as escadas, sabia que tinha partido o braço e deslocado a anca, mas levantei-me rápido. Não podia parar.
Comecei a cheirar o ar. Ouvia vozes, e então comecei a expandir o meu calor, brilharia tanto que nenhum vampiro ou humano conseguiria aproximar-se. Mas eles tinham armas e eu estava a mostrar-me para eles, não sabiam que eu tinha este poder mas mesmo assim iriam disparar se não me mexesse. Parei de expandir raios com medo que me encontrassem. Corri de novo e senti os enormes muros do castelo.
A única coisa que conseguia cheirar era poeira, sangue e fumo. Sentia as pedras nas minhas mãos, estavam frias. Era o caminho certo. Não sentia o calor do fogo ali.
Não tinha força para saltar. Os muros eram muito altos. Um som estridente, um ganido agoniado tirava-me a concentração. Só depois percebi que era eu própria que fazia aquele som. Arranhei o muro, tentava subir. Os saltos que dava não eram altos o suficiente. Não sei quanto tempo fiquei ali de um lado para o outro a tentar fugir. A tentar subir o muro, a tentar encontrar outra saida. Perdi o senso da realidade á muito.

Ouvia o nome de Alexander por toda a parte e sabia que era eu quem o gritava. Aquela sensação que me aquecia um pouco o peito, a minha ligação com Alexander, o meu criador… estava a perder-se. Quase não a sentia. Era muito ténue.
Estaria a morrer?
Não tinha mais forças, caí no chão de joelhos o corpo todo a tremer, e rugi o nome de Alexander desesperada. Eu já não o sentia. Nada. Como quando ele me renegou e a nossa ligação foi quebrada. Queria dizer que tinha morrido?
Eu sentia-me viva, não muito, mas sentia. Porque não o sentia? Lebantei-me e rugi desesperada o nome dele, arranhei a parede. Eu tinha de fugir dali.
Algo veio contra mim e apertou-me forte. Debati-me com toda a minha força, arranhando o mais que podia o atacante. Senti que estávamos a levitar, então parei. Só os puros podiam um dia vir a levitar. E só Alexander o fazia. Inalei forte e senti o seu perfume. O corpo forte e quente dele.
- Alexander! – abracei-o com todas as minhas forças.
- Eu disse que te encontrava, pequena. – ouvi a sua voz rouca, cheia de emoção. O sotaque dele um pouco arrastado. – Encontrei-te.
Alexander estava comigo agora. Era o seu cheiro, a sua voz, o corpo que eu tão bem conhecia. Só ele me acalmava assim, só o toque dele arrepiava a minha pele. E mais uma vez, ele salvava-me.
Mas como é que ele chegou tão rápido? Estava do outro lado do mundo, não estava?
Comecei a entrar em pânico de novo.

Que tal? =)
Espero que tenham gostado.
O capitulo 19 foi assim sem tempo de respirar desde o ataque, não foi? ;)
Comentem sff ;)
Estou curiosa sobre o que acharam.
P.S-> Vou tentar responder hoje a todos os comentários do último capitulo. Se não o fizer, amanha contínuo. Depois confiram ;)
Beijinhos

segunda-feira, 16 de julho de 2012

17º Capítulo - Hierarquia


O Capítulo era para ser postado na sexta, mas no fim de semana nem parei em casa. Espero que gostem.
O próximo capítulo sai ainda esta semana.
Já estamos a entrar na recta final =) Talvez mais 5 capítulos…
O capitulo não tem musicas…

Tem parte de bolinha vermelha, mas como sempre tenho de dar o aviso xD
A parte de bolinha vermelha fica entre ****

Exemplo:
********************************
Sdfghjklmnbvcxdcfvghjklkjhgfdcfvbnm
Iuyfvgfdcvgbh8trdyycfghituydcfhuoituf
Uyudfghyo86u5drtgdrcfvgiufgtfughoig
*******************************

P.S-> O capítulo está longo, mas como já não postava á algum tempo, debbcidi alongar o capítulo ;)
Boa leitura!

17º Capítulo - Hierarquia

- Alex! - Assim que o chamei ele saiu lindo da casa de banho. Vestia um smoking que o tornava delicioso. Corri os meus olhos por ele e sorri apreciadora. Virei costas e pedi – Aperta-me o vestido, por favor.
Ele fechou-me o vestido lentamente e beijou a minha nuca correndo o nariz pela minha pele.
- Estás linda.
Virei-me e enlacei o seu pescoço.
- E nervosa. – suspirei – Não sei se é boa ideia ir…
- O teu lugar é ao meu lado. – beijou a minha testa e deslizou os lábios até encontrar a minha boca e me beijar.
- Mas não vou descer ao mesmo tempo que tu. – falei firme enquanto ele se preparava para refustar.
- Está bem.
Tirou uma caixa do bolso do casaco e a abriu para mim. No veludo negro repousava um colar. A corrente era fina e brilhante, e um coração de diamante discreto esculpido com rubis a ornamentá-lo. Abri a boca espantada e deslumbrada. Era lindo. Os seus dedos pegaram na joia e eu levantei o meu cabelo e virei-lhe costas enquanto ele a prendia. Senti o frio dos diamantes na minha pele enquanto me virava para ele e sussurrei um obrigada.
- Amo-te, Nicholaa. – sorriu enquanto os seus polegares acariciavam as minhas bochechas levemente coradas. Sussurrei um amo-te de volta e beijamo-nos. Abracei-o sentindo o seu peito forte, sentia-me protegida.
Eu sai do quarto primeiro que ele. Havia uma reunião importante no castelo, Alex era o Rei e eu não queria descer com ele, porque eu não me via como rainha ou coisa parecida. Tentaria ficar afastada, manter um perfil discreto e não receber os olhares reprovadores e desconfiados de todos.
Traidora. Parasita. Quero matar-te.
Era isso que eu lia em muitos olhares assim que cheguei ao grande salão e os mais altos membros da sociedade estavam lá. Uns enquanto bebericavam dos seus copos de sangue, mostraram-me discretamente as presas. Desviei o olhar, mas realmente não sabia para onde ir. Não conhecia ninguém lá, e nem me ia apresentar – o que era desnecessário já que todos sabiam quem eu sou. Sabia que Kawit estaria na festa obviamente, mas estava mais que claro que não ia para o seu lado. Julianne nunca esteve muito confortável comigo desde que regressei e mantinha uma certa distancia. Alain. Sim, podia ir para perto dele – se ele não estivesse com alguma vampira ou uma alimentadora que andasse pela festa. Percorri o grande salão com os olhos mas acabei por sorrir porque senti a presença atrás de mim, no momento em que comecei a procura-lo.
- Estava mesmo á tua procura! – sorri girando o meu corpo na sua direcção.
O sorriso morreu nos meus lábios. Um vampiro fitava-me com um olhar frio. Alto, á volta de 30 anos, bonito e feições graves. Conheci-o imediatamente, vira uma foto dele num dos livros da biblioteca. Alex falara-me dele com um certo tom de respeito. Owen um membro poderoso da sociedade. Ele fizera do seu clã, um exercito de soldados leais.
- Estava?
- Hum. Pensei que seria outra pessoa… - comecei a contorna-lo para sair de perto dele - Se não se importa vou…
- Não, não vai. – rugiu segurando o meu braço, não com força mas impedia-me de sair dali – Não sem antes que eu diga o que tenho a dizer.
Ele não estava a falar alto, mas também não sussurrou de forma a que os restantes vampiros não percebessem a conversa.
- Largue o meu braço. Agora. – estava a sentir-me encurralada. Não conseguia decifrar o seu olhar e não gostava que ele me impedisse de sair dali. Sentia-me um gato encurralado.
- Não é a minha rainha. – continuou a segurar o meu braço e eu fitei-o num misto de raiva e receio. – Pelo menos, não por enquanto. Mas respeito o facto de ser uma pura, pontanto… – largou o meu braço – E, independentemente da minha opinião sobre si, é a companheira do Rei. Só queria dizer que tanto eu como o meu clã gostando ou não, em qualquer momento, abrimos a nossa porta para si, enquanto companheira do Rei.
Assenti com um gesto de cabeça agradecendo e afastei-me. Percebera muito bem o que ele dissera. Ele não me respeitava como ser, nem sentia lealdade para comigo. Apenas respeitava o facto de ser uma pura, mesmo que ele fosse mais forte que eu em muitos aspectos. Ele comandaria uma tropa por mim, mas apenas enquanto eu estivesse ao lado de Alexander King. Eu não tinha feito nada que inspirasse lealdade nele.
A “conversa” fora ouvida por todo o salão e os olhares de desprezo eram mais disfarçados, as palavras do vampiro foram certeiras. Eles podiam não gostar de mim, não me respeitar e até mesmo verem-me como uma traidora imunda que traiu o Rei e o seu Criador, mas ainda assim o segredo da imortalidade corria nas minhas veias, e eu ainda estava na posição de companheira do Rei. Gostando ou não, eu estava acima deles na hierarquia.
Engoli em seco enquanto aquilo me atingiu. Nunca tinha pensado nisso. Nunca tinha pensado em hierarquias, eu nunca pensei realmente no que eu era no meio dos vampiros. Era indiscutível que eu era a mais frágil que os restantes puros, que a minha pele não era tão resistente como a deles, que tinha os meus problemas por ter sido transformada aos 17 anos. O meu poder realmente ajudava e muito, era digamos que o melhor depois de Alex, mas numa luta corpo a corpo eu estava muito longe de poder “ganhar” a qualquer um deles. Numa luta corpo a corpo, mesmo com os treinos de Alex, perderia contra qualquer vampiro naquele salão. Eram mais velhos e mais fortes. Eu era teoricamente a mais fraca ali.
No entanto, eu era uma pura. Automaticamente estaria acima de qualquer vampiro presente, e ao ser a cria de Alex o Rei tinha um lugar destacado – sendo a sua companheira assumida, fazia de mim… A segunda na hierarquia? Sim. A segunda.
Wow.
Senti os olhos escuros de Kawit em mim, e então percebi melhor que nunca. Não foi só Alex que eu roubei dela. Roubei o seu posto, porque ela era a segunda na hierarquia mesmo não tendo nada oficial com Alexander ela era o segundo ser mais velho. Então, eu roubei-lhe de certa forma Alex, roubei o seu lugar na hierarquia e tudo isso rapidamente enquanto ela assistia sem poder fazer nada.
Sorri-lhe e pisquei-lhe o olho, provocando-a. Ela olhou-me com fúria, mas a nossa troca de farpas foi interrompida. Alex descia a escadaria.
Alto, imponente, e eu vi o porte de Rei no seu olhar, na sua postura, na forma como os seus lábios estavam cerrados. É estranho, mas o sentimento que tinha, o orgulho que sentia ia mais além do amor que sentia por ele. Era o meu Rei ali, o meu criador. Então, não foi nada de estranhar que de forma automática, no momento que todos lhe fizeram uma vénia, eu também o fiz.
A reunião acho que correu bem. Alex andava a tratar de certos problemas com os vampiros e eu fiquei no sofá a beber o meu copo de B-. B- era o meu favorito. Corei quando me corregi mentalmente, era o meu favorito depois do sangue de Alex. Mas ninguém podia descobrir jamais o que ambos fazíamos, que tomávamos sangue um do outro algumas vezes quando fazíamos amor. Era uma profanação. Era um segredo só nosso.
Senti que era observada. Encontrei os olhos de Julianne a fitarem-me atentamente. A minha respiração acelerou. Ela via o que uma pessoa realmente era, a sua aura, o seu estado de espirito, a sua essência, não sei a forma certa de definir o seu poder. E se ela me estivesse a ler neste momento? Se ela percebesse onde os meus pensamentos me levavam? Se ela percebesse que eu e Alex tomávamos o sangue um do outro?
Levantei-me e fiz-lhe sinal com a cabeça. Uns minutos depois de ter entrado na biblioteca, ela apareceu e fechou a porta, dando-nos assim privacidade com as paredes á prova de som, nem mesmo Alex ouviria a nossa conversa.
- Querias falar comigo?
- Sim. Julianne, tu ainda me consegues… bom, consegues ler-me?
- Assim como os outros poderes dos puros, com a exceção do Rei, o meu poder não funciona noutro puro.
- Mas… Mesmo comigo? Com todas as minhas debilidades?
- O teu corpo pode ser frágil, mas o segredo da imortalidade corre tanto nas tuas veias como nas de outro puro. E o teu criador não deixa de ser o Rei, um ser indestrutível, o seu sangue é mais forte que outro qualquer. - explicou - Se o poder dele não fosse o fogo, a única forma de morrermos, também o dele seria incapaz de funcionar em nós.
Mas… Estavas a olhar para mim, como se soubesses o que me passava pela cabeça.
- Continuo a ser muito boa a ler as pessoas. Posso não ver a tua aura, não ter deslumbre do teu coração, mas sei ler os gestos. Dos puros, tu e Alain são os mais fáceis, tu mais pois és ainda mais jovem que ele. – olhou-me atenta – Alem disso, como a tua pele é fina, ainda coras. – deu um meio sorriso – Olhas-te para Alexander de forma discreta, desvias-te o olhar e coras-te. Os teus pensamentos só podiam ser de conteúdo amoroso ou sexual.
- Ah.
- A tua postura mostrou-me que estava certa ou praticamente certa.
De novo ela ia-me evitar e ia sair pela porta rapidamente. Mas antes mesmo que ela abrisse a porta eu chamei-a de novo.
- Julianne, acho que temos de falar. – ela voltou para perto de mim e assentiu – Isto nunca me passou pela cabeça até vir para o castelo de novo. Quando estive longe daqui nunca pensei nisto. Enfim, pensei em muitas coisas, mas quando regressei tu me evitavas é que isto me passou pela cabeça.
- Entendo.
- Entendes? Porquê Julianne? Porquê? Porque não me defendeste, não falas-te por mim? Eu pensei que nos seriamos quase… de certa forma, como amigas. Percebo que “amigas” não é um termo bem utilizado para vampiros, mas pensei que eramos quase isso. Pensei que tinha o teu respeito, a tua lealdade. – ela ia falar mas eu levantei a mão como pedindo que ela esperasse que eu acabasse – Quando Alex me transformou, passaram a existir 5 puros, e Alex avaliou que tu eras quem tinha o poder mais “dispensável”, e por tanto, serias tu a enfrentar a verdadeira morte. Mesmo conhecendo-te pouco, tu tinhas sido amigável comigo, e mesmo naquela altura eu estar um pouco louca eu pedi a Alexander para reconsiderar, para deixar-te viver e um dia, quando qualquer puro enfrentasse a verdadeira morte ele não seria reposto e voltava a existir apenas 4. Fui eu que estive lá por ti, mesmo nunca me teres pedido algo, mesmo tu sendo uma espécie de conhecida simpática. Tu agradeceste-me e disseste que estarias comigo para o que fosse preciso, que me eras leal e que estavas em divida comigo.
Passei a mão pelos cabelos nervosa e ela apenas me encava esperando que acabasse de falar, desviando ás vezes o olhar do meu, mas apenas por um ou dois segundos.
- Sentimentos de amizade podem não fazer parte do teu vocabulário, mas lealdade? Lealdade tu tens de conhecer. Eu pensei que me eras leal, e no fim… Tu não disseste a verdade. Tu não tinhas de lutar por mim, enfrentar uma guerra ou algo assim. Tu só tinhas de dizer a verdade.
- É difícil explicar, Nicholaa.
- Quando eu vim ao castelo com Alex a primeira vez, a única vez que estive cá enquanto humana tu viste-me. Tu viste-me realmente. Tu conheceste a minha alma! Não teria um segredo para ti. Era humana, se para ti ler um vampiro normal é fácil e instantâneo, um humano adolescente como eu estaria a gritar o seu verdadeiro eu. – disse tudo tão rápido que estava sem folego – O que viste? Viste sede de poder? Traição? Interesse?
- Não. Eu vi uma mente confusa com assuntos de vampiros, vi a tristeza com a morte da tua progenitora, vi alegria, vi laços familiares, vi amor. – disse firme, olhando-me nos meus olhos - Um grande amor pelo Rei, um amor pela tua Humanidade. Vi inteligência, vi altruísmo, vi coragem e vi um bom coração. Uma alma pura.
- E depois de me teres visto, sem mentiras, sem mascaras e sem segredos, a minha alma… Depois disso, quando me acusaram de ter conhecido Alex já sabendo quem ele era, tudo com a finalidade de me tornar uma pura e ser a arma que o destruiria, tudo organizado ao detalhe… Tu sabias que isso era mentira. Tu sabias! E ainda assim não abriste a porra da boca enquanto era expulsa, humilhada e deixada sozinha no mundo. Porque não falas-te?!
- Eu percebo que te sintas dessa forma. Eu sei que falhei para contigo. Devia ter falado, mas.. Não é desculpa, mas o Rei não deixava ninguém falar sobre o assunto, não deixava sequer alguém se aproximar… Ele tinha os seus próprios pensamentos e eu não podia dizer nada. Não percebes o que eu quero dizer porque o Alexander que tu tens é diferente do que nos reina, ele não tem misericórdia. Tu podes gritar com ele e não aceitar as suas ordens e ainda assim não haver consequências, mas o resto de nos não pode fazer isso. Além disso, eu sabia que tu eras culpada de te aliares aquela cabra e tentares tirar o trono ao rei, mal foi descoberto o vosso plano eu percebi a razão dos teus actos da tua forma de agir. E se, por mais improvável que fosse, por mais remota e praticamente inexistente probabilidade tu me conseguisses enganar quando humana? Eu literalmente estava morta. Foi por isso que fiquei reticente no inicio… Eu sabia que de algumas acusações eras inocente, mas das outras… Eu não me podia arriscar. Eu não podia falar quando o Rei estava tão descontrolado que se eu mencionasse algo relacionado a ti, ele queimar-me-ia até á morte antes de ter terminado de dizer o teu nome. – ela começou a andar de um lado para o outro, agitada - Naquele dia, estávamos na sala do trono os 4. Kawit começou a contar o que descobriu, Alain não queria acreditar, mas eu sabia que era verdade. Eu percebi ali que as tuas atitudes evasivas nada tinham a ver com mau ajustamento, medo ou vontade de fugir do rei. Eu por momentos pensei que tentarias arranjar uma forma de contornar as suas ordens de criador e rei e fugires. Mas Kawit falou, e eu finalmente percebi. Depois os pensamentos de desconfiança de me poderes ter contornado eu hesitei, mas foram excluídos quando um vampiro membros do clã traidor entraram e contaram que estavas com eles desde humana eu sabia que era mentira, eu conseguia ver um pouco da mentira nele. O Rei matou-o ali de forma tresloucada e voltou para o trono. Eu fiquei receosa, e, lamento, guardei silêncio. A situação arrastou-se, e tu voltas-te. Alexander perdoou-te, e não fazia sentido ter falado.
- Muita coisa se passou, Alex também me devia conhecer e saber que não podia ter fingido o que se passou entre nos, hoje acho que ele acredita em mim. Estamos muito bem os dois agora. Isso foi passado. – caminhei para a porta, não havia muito mais a dizer - Sei que é indiferente para ti, mas desiludiste-me Julianne.
Abri a porta e enquanto saia ainda ouvi:
- Nicholaa… Não é indiferente para mim.

Quando cheguei ao quarto, depois de ter tirado a pouca maquiagem que tinha, tomei um banho, vesti uma t-shirt de Alex. Meti-me na cama e esperei por Alexander enquanto brincava com o colar que ele me tinha oferecido. O dia estava quase a nascer, e os vampiros deviam ficar no castelo, Alex voltaria para dormir uma horas e depois ambos nos íamos levantar para uma corrido pela floresta onde ele me treinaria mais um pouco.
Estava cansada física e mentalmente que estava mais a dormir que acordada quando Alex entrou. Ele beijou a minha testa e foi tomar um banho. Quando se deitou, procurei o seu corpo quente para me enroscar nele e dormimos. Alex definitivamente estava a habituar-se a dormir comigo enroscada nele, ele tal como todos os vampiros dormia de forma tensa, como morto. Fechou os olhos e tenso dormiu. Eu sei que muitas vezes que dormia assim a abraça-lo ele acordava atento muitas vezes durante a noite, e fazia esforço para não me atacar. Tal como acontecera esta noite. No meio do sono atirei uma perna para cima dele e apertei-o forte. Acordei com um solavanco dele a erguer-se da cama e com as presas alongadas, era péssimo acordar um puro assim com todos os instintos de predador prontos para qualquer eventual ameaça. Mas ele suspirou, beijou o meu pescoço e voltou a puxar-me para ele, colocando a minha perna na sua cintura de novo e afagou as minhas costas. Adormecemos de novo.


Acordei sentindo-me observada. Sorri e tapei o rosto com o lençol fino.
- Por favor, alguém me ajude! Um vampiro mau está a espiar-me! Ele vai matar-me!! Socorro.
Ele riu e rugiu tentando tirar o lençol.
- Não te podes esconder de mim. – fingiu uma voz maligna.
- O que queres de mim? – perguntei com voz assustada.
Ele tirou o lençol para longe, fazendo-me soltar uma risada enquanto ele se deitava por cima de mim no meio das minhas pernas e beijava a minha boca.
- Alex, eu quero fazer uma pergunta.
- Agora? – Resmungou.
- Aham. – o assunto não deixava a minha cabeça sossegada, e eu tinha de perguntar – É sobre… a traição.
- Já passou Nikka. Eu perdei, tu perdoaste. Já sofremos que chegue. Eu amo-te, tu amas-me não é? – assenti beijando o seu queixo – É tudo o que importa.
- Mas, sobre aquilo de eu te trair enquanto era humana, sobre tudo aquilo que passamos ter sido mentira – só de falar nisso eu sentia um enorme nó na garganta – eu quero dizer…
Os seus dedos estavam trémulos e taparam a minha boca.
- Por favor, não digas… Não digas que é verdade. Não quero ouvir. Estou no paraíso de novo. Não me mandes para o inferno outra vez.
- Mas, eu tenho de dizer. Não consigo pensar que tu acreditas que toda a nossa história era mentira. Que eu estava a trair-te desde esse tempo. Não é verdade! Eu apaixonei-me pelo meu professor de Inglês, não sabia nada sobre vampiros, na verdade não sabia nada sobre amor. E eu apaixonei-me perdidamente por ti. A traição só aconteceu depois que me transformaste, eu só queria vingar-me…
Ele encostou a testa no meu peito e suspirou pesadamente, falando alguma coisa noutra língua para si próprio.
- Fala comigo Alexander…
- Eu estava a dizer que já tinha tomado como verdade que tudo aquilo que vivemos, tudo o que passamos para ficar juntos nunca poderia ter sido mentira. – levantou o rosto para me encarar - Que as bochechas coradas, o coração acelerado que sentia em ti não podia ser uma mentira. Que o medo que vi nos teus olhos na noite que descobriste a verdade não era mentira. Que a tua firme ideia de não seres imortal não podia ser uma forma de estratégia… eu lembro-me da noite no hospital tão bem, a dor que me sufocava o peito, a sensação de ter o teu corpo quente e frágil nos meus braços sabendo que nunca irias sair com vida da operação mas desejando uma espécie de milagre que até rezei… eu implorei para tudo se resolver de outra forma, porque sabia que então eu teria de ir contra a tua vontade e acabar por arriscar matar o que tínhamos, matar-te. Arriscar nunca mais ouvir um “amo-te” da tua boca… Os beijos trocados, as caricias partilhadas nunca poderiam ser uma encenação. Fui um tolo em um dia ter pensado isso, mas estava magoado. Desculpa…
- Não vamos passar a eternidade a pedir desculpas um ao outro. – ri feliz enquanto acariciava os cabelos revoltos – Estamos juntos agora, nada nos vai separar.

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Beijamo-nos com paixão enquanto eu sentia a forma como a sua excitação crescia. Suspirei ficando excitada também. Impaciente ele tirou rápido as minhas calças do pijama azuis e as minhas cuecas, a camisa do meu pijama ele tirou de forma mais delicada, percorrendo a minha pele de beijos, fazendo-me arrepiar com cada caricia. Assim que as minhas mãos percorreram as suas costas firmes as minhas unhas arranharam a sua pele pelo extasse que ele me fazia sentir.
- Alex… - gemi – Eu amo-te tanto…
Puxei os seus cabelos sedosos para trazer a sua boca para a minha, enquanto percebia que ele descia as calças do seu pijama, mas não as tirou, ambos estávamos com muita pressa. Assim que ele entrou em mim, qualquer pensamento minimamente coerente terminou.
Só existia ele e eu. Nada mais.
Pedi-lhe que me mordesse, que queria isso. Os seus lábios e hálito quente no meu pescoço faziam um frenesim correr todo o meu corpo. Sem parar de deslizar dentro de mim, os seus dentes furaram a minha pele e os seus lábios sugaram o meu sangue.
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O treino com Alex foi adiado. Enquanto nos vestíamos Alex recebeu um telefonema e tudo aconteceu muito rápido, acabamos de nos vestir rapidamente e segui Alex que ordenara chamarem os outros puros para uma reunião na sala do trono o mais rápido possível.
- O que aconteceu? – Alain entrou desperto e atento.
Já estavam todos presentes, Alex iria começar a falar.
- Hoje, quando o sol nasceu, 57 vampiros ligados directamente aos que ainda dormem no castelo,morreram por toda a Roménia. Algo está a acontecer, alguém que nos escapou da última vez juntou esforços e prepara-se para mais ataques. E estão malditamente próximos de nós. Eu sei que estão no país, quero apanha-los ainda cá.
- Mas quem podia ter escapado? – perguntei nervosa.
- Diz-nos tu! Tu é que conhecias aquela escumalha toda.
- Eu só tive contacto com Joanne. – rugi a Kawit.
- Chega Kawit. – a voz de Alexander não dava margens para argumentos – Vamos dividir-nos. Quando o novo dia nascer não quero mais mortes. Está dia, é mais fácil encontrar um lugar suspeito, entrem nos clãs. Quando a noite cair comecem os interrogatórios. Alain, vais para Norte, Kawit Este, Julianne Oeste e eu fico com toda a região Sul.
Todos assentiram, e eu comecei a olhar feio para Alexander.
- E eu?
- Tu ficas no castelo, Nikka. – disse suavemente mas firme.
- O quê? – rugi –Porquê?
- Não tenho tempo para esta conversa, agora. Tu ficas.
Senti raiva tomar conta de mim.
- Não vou ficar aqui.
- Vais sim. Eu ordeno-te que fiques.
Olhei-o magoada nos olhos.
- Estás a excluir-me de novo? Não acredito nisto, Alexander. Todo este tempo treinaste-me para quê?
- Para se necessário te saberes proteger. Não foi para ires á procura de lutas. És vulnerável e eu não vou arriscar que saias magoada.
- Eu já percebi. – assenti – Podem passar mil anos que ainda vou ser tratada como uma criança. Tu sempre me vais tratar assim. Eu quero ir! Estive muito tempo sozinha e sobrevivi, sobrevivi naquele covil nojento, saí de lá sozinha. Confia em mim, por favor! Eu descobri o meu poder, não vou ficar vulnerável. Eu quero ir!
- Tu tens um puder? – espantou-se Alain assim como os outros.
Alex fulminou-o com o olhar por nos ter interrompidos e virou-se firme para mim.
- Não te deixo ires sozinha.
- Então leva-me contigo!
- Não. Desconfio que a ameaça esteja a sul, mas mesmo assim tenho de cobrir todo o país. Não te quero expor. Serias a primeira a ser atacada por minha causa.
- Por favor, Alexander! Eu não vou ficar bem aqui sozinha e tu longe… Eu quero ir, quero fazer parte disto! Não me obrigues a ficar aqui.
- Ela pode vir comigo. – disse Julianne – Eu garanto que ela volta sem um arranhão.
Julianne era uma guerreira mortal, só superada por Alexander. Mas pelo olhar de Alex nem isso o fazia confiar-me a ela.
- Eu não quero ir com ela. – e não queria mesmo, depois de tudo – Alex eu quero ir sozinha ou contigo. b
Ele mandou os outros partirem e ficou a passar as mãos pelos cabelos, nervoso.
- Não podes ir Nikka. Fica no castelo e avisa os vampiros quando eles acordarem.
- Não sou parva Alex. Pensas que me enganas com uma missão fingida?
- Não vais.
- Vai começar tudo de novo. – olhei-o com raiva – Argh! Odeio quando me tratas assim.
- É para o teu bem. – responde nervoso - Não vamos discutir, Nikka.
- Só estamos a discutir porque tu me tratas assim.
- Porque te amo!
- Tu é que sabes. – disse com raiva – Mas as coisas vão ficar péssimas entre nós.
- Tenho de fazer isto assim, Nikka!
- Não, não tens.
Ele suspirou.
- Se fores comigo, não podes hesitar um segundo perante uma ordem minha. Sempre ao meu lado. Eu posso proteger-te do fogo, Nikka. Mas não quero um único arranhão na tua pele, por isso nada de tentares entrar num confronto físico com ninguém, se confrontos acontecerem.
- Eu prometo! – aproximei-me dele – Eu prometo Alexander.
- Está bem. – suspirou enquanto segurava o meu rosto – Desta vez ganhas-te.
Sorri e beijei a sua boca.
- Mas só ganhas-te porque não queria depois enfrentar uma greve de sexo. – brincou beijando-me rapidamente. Senti que ele estava nervoso em me levar.
Quando entrei com Alex no carro, o clima mudou. Não queria distraí-lo, e ambos tínhamos de estar atentos. Não sabíamos o que poderíamos encontrar a sul.



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Beijinhos