quinta-feira, 5 de maio de 2011

NOVIDADE! :)

NOVIDADE!

Tenho um novo blog, passem por lá e digam o que acharam ;)


http://boanoitecinderela.blogs.sapo.pt


^E sigam se poderem! :*

Bjs :*

terça-feira, 3 de maio de 2011

12º Capítulo - Segredos

Por questões de saúde, fiquei ausente este tempo.
Desculpem pelo incomodo.
Tentei escrever um pouco, só para não deixar o blog sem post por mais de um mês.
Mas escrever agora, não é um coisa que consiga. Tenho outras preocupares na cabeça, no momento. Primeiro vem a saúde, acho que todos percebem isso.
Espero que compreendam.

Este capitulo vai para a Emily! – Obrigada pelas dicas das musicas, no teu ultimo comentário! Eu simplesmente adorei, e tens razão. Eu adoro esse género :)

Divirtam-se todos!

P.S-> Pelo que me apercebi, a Flavia Mendes é leitora nova! Fico feliz que tenhas gostado, és muito bem vinda :) (Profanação é a continuação de Amor e Sangue á Meia-Noite)


12º Capítulo - Segredos



Enquanto via o filme, sentada no sofá do meu apartamento, não podia deixar de pensar no militar. O filme era sobre guerra, o protagonista era um militar que nunca chegaria a voltar para casa, para a sua mulher grávida.
Eu tinha uma divida com um militar. Suspirei. E se ele fosse em alguma missão, antes de eu poder retribuir o que fez por mim? Como poderia pedir-lhe perdão? Quando de certa forma o enganei e tirei vantagem dele? Ele apaixonara-se por mim, dera-me tudo o que tinha. As economias dele, pelas quais trabalhou desde muito cedo, para pagar pelos documentos falsos e uma viagem para Itália. Colocou-se em risco a arranjar documentos falsos, para me fazer sair do país dele. Arranjou um lugar para eu ficar, na qual eu nunca cheguei a aparecer.
O que ele pensaria de mim? Como teria ficado ao saber que não aparecera na casa combinada, o que pensaria quando percebesse que eu não queria ficar com ele como ele queria ficar comigo?
Ele amara-me. Talvez iludido pela minha embalagem, não sei. Deslumbrou-se e apaixonara-se, chegando ao ponto de colocar tudo em risco, para ficar com aquela que ele pensara ser uma rapariga que tinha sido desviada para redes de prostituição e que a camionista amiga da família tinha-me ajudado na fuga.
Apesar das barreiras linguísticas, ele percebera que sofria. Só se equivocara no motivo. Ele ia desistir de tudo, fugir e morar comigo em Itália, onde tinha uns amigos que nos ajudaria no principio, a tal morada que me dera, falando com um dicionário na mão a tentar explicar que ia ter comigo quando juntasse novamente dinheiro para outra passagem de avião.
Suspirei.
Ele acreditava que eu era uma boa pessoa. Uma espécie de anjo, ou algo assim. Euriko, também pensara nos primeiros minutos. E eu matara-o para me alimentar, deixando uma menina órfã, com a sua madrinha. Provavelmente traumatizando-a quando ligasse tudo ao pensar que viajou na carrinha com a assassina do seu pai. O facto de ter deixado a criança viva, não minimizava o que fiz.
E eu podia não ter morto o militar, mas aquele ar juvenil e divertido, dificilmente ia ser o mesmo quando descobrisse que o anjo que descobrira existir, era na verdade, uma impostora.
Eu odiava aquilo que acabara por me tornar. Não especialmente o facto de ser uma vampira, mas sim aquilo que eu fazia por o ser.
Não importa aquilo que somos, mas as nossas acções. A forma como lidamos com as coisas.
Senti o cheiro de Alexander. Ele devia estar quase a entrar no apartamento. Eu não conseguia sentir o cheiro muito mais longe que isso.
Ele entrou, tirou a casaca. Tinha ido caçar.
- Que se passa? – perguntou assim que viu o meu olhar, não se deixando enganar pelo sorriso de boas vindas que pairava nos meus lábios. – Pensei que já tínhamos superado o facto de eu caçar. Mesmo quando ainda eras humana.
- E superei. São escolhas tua.
- Então, conta-me o que se passa. – sentou-se no sofá e puxou-me para seu abraço. O problema era que eu não queria ser abraçada. Não agora. Quando pensava em tudo de mal que fizera, e o dono dos braços que me seguravam, era uma das vitimas também.
Desenvencilhei-me do abraço.
- Conta-me. – exigiu.
- Lá estás tu com a mania de dar ordens! – exasperei-me – Não posso ficar sossegada com os meus pensamentos, pelo menos uma vez? – levantei-me do sofá e passei a mão pelos cabelos nervosa. Uma mania que sem querer, apanhara dele. – Alexander, existe coisas que todos guardamos em segredo. Até tu guardas coisas de mim. Existe coisas que as pessoas não gostam de falar.
- Eu quero saber tudo. – disse calmo, mas fitando-me atentamente – Conta-me a razão por estares com esse olhar de remorso.
Ri-me secamente.
- És inacreditável, sabias? – fui ao quando, abri o armário e tirei um casaco. Não por ter frio, mas porque nas ruas as pessoas acharia estranho estar de camisola de alças quando soprava um vento frio.
Quando voltei para a sala, a vestir o casaco, ele fitava-me atentamente.
- Não és o único a saber-me ler. Eu sei fazer o mesmo contigo. – peguei nas chaves – Pensas que estou com um olhar de remorso, como disse-te, porque achas que vou fazer algo contra ti. Ou já o fiz. Com a estúpida desconfiança. – voltei a rir-me secamente – Desculpa desapontar-te, mas nem tu se resume a ti.
- Onde vais?
- Não importa. Não sei. E – antes de abrir fechar a porta, avisei-o – não me sigas. Estarei atenta a isso.
Quando sai do prédio, senti os olhos de Alexander em mim, através da janela. Coloquei o capuz do casaco, e caminhei. O vento frio no rosto era agradável.
Gostava de Londres. Mas não era a minha casa.
Não podia deixar de pensar, que eu não tinha um lugar a quem chamar casa. Só Alexander, os seus braços, ele era o lugar onde pertencia. Encontrava conforto nele, mas a verdade é que eu não tinha um lugar físico, uma casa, um ponto de referencia.
E Alexander tinha vergonha de mim.
Era inacreditável, como á alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente feliz e irreverente na villa, com o meu pai e o meu irmão.
Sorri, pensando em como estaria o meu irmão. Cabeça oca.
A minha realidade nunca mais seria essa. Ás vezes sentia-me como se tudo fosse um castigo, não sei.
Talvez fosse uma moeda de troca. Entregar tudo, tudo em troca do amor. Alexander.
Agora quando já crescera mais, especialmente por ter de passar por todas as etapas que passei sozinha, percebia que não se pode ter tudo.
Costuma dizer que deixaria Alez, e seguiria a minha vida depois. Uma total mentira, agora eu sabia que seria impossível. Eu era para ser dele. Desde o inicio.
Talvez as coisas pudessem ter sido mais suaves, comigo a optar realmente por isso, e não ter sido forçada, a tudo ser arrancado de mim.
Mas NADA se comparava com a dor, que perceber que amava Alexander e ele já não estava lá. Nada.
Eu hoje amava mais Alexander, do que em humana. Era impossível de descrever o que um vampiro sente. Mil coisas ao mesmo tempo. Mil pensamentos.
E no meu caso, mil arrependimentos.

Sentei-me num banco de jardim, observando as pessoas que passavam. Observando rostos, mas pensando em outros rostos. Vitimas anónimas, Euriko morto. Outras espécie de vitimas. Rachel sozinha, o militar roubado, Michael, o meu pai. A minha melhor amiga.
Todos eles estavam mortos para mim.
Quando percebi que já eram 4 horas da tarde levantei-me para voltar para o apartamento. Afinal, estava ali desde as 11 da manha. Alexander devia estar a passar-se, ou não. Podia estar a observar-me, já que não estivera atenta ou não se ele me seguiria.
Mas ele tinha ficado no apartamento. Vi-o na janela antes de entrar no prédio e subir as escada. Abri a porta, e ouvi logo a pergunta que já esperava:
- Ode raios estiveste?
-Calma. Não estive a fazer nada de mal. Só pensar.
- Em quê? Eu quero saber.
- Também quero muitas coisas. E não as tenho. – eu já nem me chateava (muito) com estas típicas atitudes dele. Ele era rei, estava habituado a mandar. Era parte da personalidade dele. O que não significava que eu tinha de obedecer, claro.
- É só pedires-me o que queres, eu dou-te. – senti antes de ver. Ele abraçou-me forte – Não gosto nada de não saber onde andas.
- O que eu quero não me podes dar. Consciência tranquila é uma coisa que não se pode oferecer. – recebi o beijo dele, apreciando o sabor dos seus lábios. Adorando a forma como as suas mãos corriam pelas minhas costas e braços.



Bebia o sangue de uma bolsa no sofá, com Alex ao meu lado, e víamos um programa qualquer onde passavam vídeos engraçados.
- Nikka, conta-me os segredos de que falavas que tinhas. – suspirei e tive que soltar o riso.
- És inacreditável. A ideia de não saberes as coisas, esteve até agora na tua mente, não foi?
- Sim. – revirei os olhos – Não quero que tenhas segredos para mim.
- Alexander, toda a gente tem segredos. Sejam acções, pensamentos, sentimentos, ideias, preocupações, algo que não contam para ninguém.
- Mas, eu não quero que tenhamos segredos um do outro. Não mais!
- Tu contas-me tudo?
- Sim! Tudo o que acho relevante. Tudo o que é importante. Para mim, e para ti.
- Não mintas. – acusei-o – Não me contas tudo! Tem mais de 5500 anos, não pode haver ninguém que tenha mais segredos que tu. Deixa-me com os meus. Tu não queres saber.
- Mas, tudo o que é importante para ti, é importante para mim. Por favor, conta-me.
Fechei os olhos e suspirei. Abri os olhos fitei-o.
-Conta-me porque tens vergonha de mim. – rematei.
- Não tenho vergonha de ti! – respondeu ofendido.
- Certo.
- Que ideia é esse? Estás louca?
- Tu não queres que ninguém saiba que estás comigo. Que mesmo eu ter-te traído tu estas aqui. Não me levas ao castelo quando vais lá. Portanto, isso és tu a ter vergonha de mim.
- Não digas isso. – puxou o meu queixo para cima, para poder ver o meu rosto – Nunca que teria vergonha de ti. Isto sou eu a proteger-te. A tomar conta de ti. Eu sei como vai ser para ti, vais sentir-te incomoda, com os olhares. E por mais que eu obrigue que ninguém fale no tema, tu vais sentir-te deslocada. É por ti, nunca por ter vergonha de ti.
- Estas a dizer a verdade? – engoli em seco. Aquilo era uma coisa que sempre me remoía.
- Claro. – sorriu – Como podia ter vergonha da minha beleza particular?
Sorri.
- Nikka, eu quero que me digas o que vai no teu coração. Estou preocupado. Por favor.
- Eu só estava a pensar no que me tornei. No que me deixei ser. No porque de não ter parado. O que fiz, até voltarmos a estar juntos. Eu sou má. Sempre me vi como uma boa pessoa, com um bom coração. Sem atitudes com maldade ou segundas intenções. E tudo o que era, eu perdi. Eu não quero ser má, ser rancorosa, manipuladora. Eu manipulei, eu menti, eu enganei sem pensar duas vezes. A minha crueldade fez vitimas. Como posso viver comigo mesma?
- Nikka, por favor não comeces a ter esses pensamentos. És uma vampira, não podes querer comportar-te como uma humana. É uma nova etapa para ti.
- Mas, o facto de ser uma vampira não é desculpa. As nossas acções é que importam. E para mim, o facto de fazer tudo o que fiz, não me deixa ter paz. Como fiquei assim? Porque não parei? – respirei fundo – Eu matei, roubei, enganei, manipulei, fingi. Não sei onde parou a Nikka de antes. Eu quero-a de volta. – avoz começou a ficar fraca, com o choro preso.
- Eu queria que nunca tivesses ido na conversa daquele clã nojento, quando te abordaram antes mesmo de ir para a tua villa…
- Eu já disse que não foi isso, porra! – gritei, mas respirei fundo. Ele não iria acreditar. Não agora. – Não estávamos a falar sobre isso. O que eu queria dizer, é que de repente vime a ser algo totalmente diferente do que era.
- Continuas a ser a mesma.
- Não. Não porque eu não era maldosa e sem escrúpulos. Eu matei, e gostei. E o que mais me custa, foi que eu enganei quem me ajudava.
- Não vamos falar disso agora. – ele pensou que estava a falar dele.
- Não estou a falar de ti, no momento.
- De quem? – os seus dedos acariciaram a minha nuca – Acho que está na hora de me contares um pouco do que te aconteceu, enquanto estávamos separados. Foges sempre á pergunta, todas as vezes que te questiono sobre isso. Conta-me, nem que seja só um pouco.
- Uma noite, eu sai da floresta. Uma floresta na Roménia onde me tinha escondido depois de ter feito um dos meus muitos actos repulsivos. Uma camionista ajudou-me a sair do país. Ela pensou que era uma rapariga que tinha sido feita refém numa rede de prostituição de menores. – fechei os olhos, e deixei-me ficar a sentir o seu carinho calmante no meu pescoço – Ela levou-me para uma família que conhecia perto da fronteira da Roménia com a Ucrânia. Fui muito bem tratada, parte da família, mesmo tendo a barreira linguística. A vida naquela zona da Ucrânia era calma, fácil. Nas noites eu fugia para me alimentar, assim durante o dia, era fácil viver com eles. Eram tão boas pessoas, um pouco pobres, mas muito divertidos. Mesmo não percebendo o que diziam as suas piadas, as gargalhadas eram contagiosas. Lá, morava um jovem militar. – os dedos de Alexander pararam o carinho por uns segundos, e depois voltaram – Eu gostei dele. Ele era simpático comigo, fazia-me rir o tempo todo, chegou a empurrar-me no baloiço. Dava-me a mão quando estava triste e com o pensamento ausente. Falava calmamente, e o tom suave nas palavras ilegíveis para mim, tinha um efeito apaziguador.
- Aconteceu alguma coisa entre vocês? Tu disseste que não tinhas tido nenhum outro homem além de mim. – as palavras deles saíram arrastadas, como se o estivesse a trair de novo.
- Não. Não tive contacto físico com ele. Eu estava quebrada. E ele sabia isso, nem tentou algo mais. Só uma vez tentou-me beijar e ao ver a minha reacção, nunca mais o fez. Ele tentou arranjar-me, curar-me, fazer-me de novo inteira. Mas sempre sentia que eu ficava reservada no meu canto. Um dia, ele deu-me uns documentos falsos, e uma viagem para Itália. Aquilo custou todo o dinheiro que tinha. Pelo qual trabalhou toda a sua vida. Ele deu-me uma morada, para onde eu devia ter ido em Itália, e ele quando conseguisse juntar dinheiro para uma nova viagem, viria ter comigo. E juntos, iríamos começar de novo, construir uma vida. Eu nunca tive a pretensão de ir para a tal morada, e mesmo assim, peguei o dinheiro. Eu nunca lhe pedi nada, mas talvez mesmo sem querer, o manipulei. Ele estava apaixonado por mim, e eu fi-lo sofrer.
Silencio.
- Alex, os meus actos foram todos nojentos, mas este foi mais vil e repulsivo do que posso explicar. Eu via o amor nos olhos dele, e no fim, tomei foi uma decisão egoísta. Eu poderia ter arranjado dinheiro de outras formas, poderia ter roubado a ricos como fiz mais tarde em Itália, ou outra coisa qualquer. Mas, eu brinquei com sentimentos de outros. E no fim, ele não me corou, eu é que o deixei quebrado. – quando dei por mim, lágrimas escorriam pelo meu rosto. – Um dia, eu vou devolver-lhe o dinheiro, e pedirei desculpas, mesmo se ele nem a família me poderem desculpar. Sinto tanta vergonha do que fiz!
- Oh pequenina… Eu nunca devia ter-te deixado sozinha… Mas, não podia ter feito outra coisa.
- Eu percebo. O que te fiz, foi o pior dos meus pecados. E o resto, foi tudo consequência da minha maldade contigo. O remorso que sinto, todo o meu arrependimento sobre tudo o que fiz, não é nada comparado com a dor que sinto ao pensar na dor que te infligi. Nunca poderei dizer, o quanto lamento. Eu só, não estava em mim. Não é desculpa, mas eu não sabia quem eu era. Agora sei. Sei o que quero, e sei que o que ficou para trás não voltarei a repetir os mesmos erros. Acho que… cresci.
- Meu amor… - abraço-me e embalou-me no seu colo – Vamos com calma, com as revelações. Para a próxima, eu relato os meus pecados. De vagar, vamos voltar a ser o que éramos. Juntos vamos apagar as coisas más. Os pesadelos.
- Espero que sim. – levantei o rosto pedindo-lhe um beijo.
- Amanha, vamos juntos para o castelo. Eu nunca tive vergonha de ti. – beijou-me – não quero que te sintas mal lá, acho que só poderemos começar, onde tudo terminou. – beijou-me de novo.

Então, gostaram?:)
O capitulo anterior de Profanação, já foi á algum tempo, portanto espero que este tenha matado um pouco as saudades, que tanta gente me fala sobre isso ;)
E tenho de dizer, que surpresas vão acontecer no próximo capitulo. Coincidências, ou não.
Estejam atentos, porque a Nikka vai ser surpreendida. E vai esconder um segredo que Alain sabe, ao Alex. Até ele estar pronto para o ouvir.
Comentem, por favor :*