Capitulo nos dias dos namorados, obvio que não me podia esquecer! ;)
Espero que apreciem! =)
Pousei a carta em cima da mesa, e olhei Alex com os olhos a brilhar de felicidade. Ele esteve uns dias longe de mim, o que foi um verdadeiro tormento, pois não sabia se ele voltaria, apesar de me ligar pelo menos duas vezes ao dia para me acalmar. E quando finalmente regressou, entregou-me uma carta fechada, dizendo que foi ao castelo principalmente para me trazer aquela surpresa.
Era uma carta da Arianna, uma amiga que uns meses antes de conhecer Alex ela viera de ferias até a minha antiga villa, e criamos uma amizade de certa forma.
No final do verão ela partiu com os pais, mas ficamos amigas á mesma, sempre trocando e-mail’s.
- Eu lembro-me de quando me contaste que afinal ela era uma híbrida de Atlantis – sorri meio envergonhada – e eu por mais curiosa que estivesse, tinha sido transformada á apenas umas 3 semanas e fui extremamente parva contigo – fiz careta.
- Se me lembro, dizes-te “ Vai-te foder Alexander! Não fales comigo, seu filho da puta”. – dizia pensativo e depois sorriu-me brincalhão, mostrando não estar chateado com aquilo – É, acho que foi isso…
Gargalhei.
- Sabes, ela aqui está a dizer que casou com o Dominick, esse foi o rapaz que a tinha feito sofrer imenso antes de a ter conhecido e a razão de ela ter um olhar perdido, e agora foi encontra-lo lá? Quem diria! E adivinha só, o namorado dela, o Kyle de quem ela me chegou a falar, era irmão do Dominick que além de eles serem de Atlantis, são a família real de lá e isso… Fogo, que coisas!
- Admira-me não dizeres “foi o destino”… - picou.
- E foi! – ele gargalhou por me ter ofendido – Sabes – olhei-o toda deslumbrada – ela agora é super feliz! O Kyle pelo que me apercebi deu a vida pelo irmão – murmurei – Mas ela diz que agora tem dois filhos! Gémeos Alex! Oh meu deus! Um menino e uma menina, Kyle e Francesca! E aqui diz que está grávida de novo!
- Isso sem dúvida alguma será importante para Dominick.
- Tu conhece-lo? – perguntei meia confusa.
- Se te tivesses interessado pelo tema, já te teria contado – sentou-se no sofá ao meu lado e puxou-me para ele – Ele não era o rei da cidade perdida, mas sim Jared o seu pai. Mas no fundo Dominick é que governava na verdade. E ele ajudou imenso na altura em que estava contigo no hospital… - não alargou muito o tema pois era uma coisa que ainda custava um pouco a ambos – E ele ajudou na captura dos responsáveis da revolução, e do atentado que nos fizeram... Eu fui lá agradecer pessoalmente, e então a tua amiga mandou o recado… Agora pelo que sei, Dominick foi coroado Rei, pois o seu pai achou melhor já que ele era muito melhor como rei do que o próprio Jared, e casou com a Arianna tornando assim rainha. Agora, dos filhos eu não sabia.
- Nota-se que ela está radiante! Quando recebes-te esta carta? – questionei.
- Uns dois meses depois de te ter expulsado…
- Então, já foi á cerca de dois anos atrás! A esta altura os gémeos já têm quase 3 anos, e o filho que ela esperava, já nasceu e tudo! Deve er 2 anos e meio… Quer dizer, ela disse que o medico lhe pareceu suspeito pois quando ela fez piada de ser gémeos de novo, ele sorriu… Fogo, já pode ter 4 filhos! Tantos!
- Nikka, lá é uma cultura diferente dos humanos a qual estás habituada. É muito importante as crianças na família, e ainda mais na família real. Provavelmente ela ainda terá mais uns 7 ou isso – gargalhou com a minha cara de choque – E normalmente é curto o espaço de tempo entre eles, a idade fértil das mulheres de Atlantis, pelo que me apercebi, é até os 30 anos,33, por aí.
- Que estranho… Olha uma vampira a falar de coisas estranhas – ironizei.
-É verdade, trouxe-te bolsas de sangue – acariciou o meu cabelo – Eu sei que te custa caçar.
Abracei-o apertado murmurando um obrigada.
- Sabes o que eu queria? - sussurrei abraçando-o.
- O quê? – eu sabia que ele me daria.
- Ir ao cinema contigo. A ultima vez que fomos, foi na villa. E antes de eu saber que eras vampiro. Só fomos uma vez, depois compras-te uma televisão toda moderna e nunca mais fomos.
- Tu queres mesmo? – enrugou a testa. – Tem tantos humanos… - disse depreciativo.
- Quero sim. Vá lá, vamos!
Ele suspirou.
- Está bem. Mas alimenta-te antes de ires, para não te sentires incomoda. Trouxe-te bolsas suficientes para uns dois meses.
- Está bem. Vou vestir-me! – beijei os seus lábios. Ainda estava de pijama.
- Eu prefeita que não te desses ao trabalho de colocar roupas, mas…
Atirei-lhe com uma almofada do sofá.
- Só pensas nisso!
- Não é verdade…
- Conta-me histórias! Eu conheço esse olhar.
- E mesmo assim, preferes cinema! Enfim.
Não lhe liguei e fui me vestir.
Estávamos na fila e não é necessário dizer que Alex odiava estar na fila, por isso reclamava.
- Eu ter de esperar…
- E que tal dizeres que és o Rei dos vampiros, assim deixam-te passar á frente. – ironizei.
Ele resmungou.
- Qual queres ver? – perguntei olhando o painel dos filmes.
- Qualquer porcaria. Escolhe.
Suspirei.
- Vamos ver aquele – apontei para um de comedia romântica. Ignorei o murmúrio de descontentamento de Alex.
Uns rapazes passaram, e assobiaram para mim. Alex rosnou baixinho.
- Aperta a casaca.
Ignorei-o. Odiava quando me dava ordens.
- Estás a ouvir, Nikka? – olhou-me enervado – Mandei fechares a casaca!
Tirei a casaca, mostrando o meu tope preto que moldava o meu corpo. E fazendo os rapazes assobiarem mais.
Ele bufou irritado, e simplesmente olhou os rapazes, que logo se afastaram.
Eu entrelacei os dedos nos dele, e sorrindo percebi que ele olhava atentamente quem me ousava olhar.
- Se não vestires a casaca, antes de sairmos da qui, já terei matado alguem. Estou-te a avisar.
Vesti a casaca.
A experiencia no cinema não estava a ser a melhor. Tudo porque o filme era muito emotivo, e despertava a sensibilidade de todos. Eu cheguei mesmo limpara lágrimas discretamente, enquanto me abraçava a Alex.
Mas Alex não gostou nada do filme. Fazia criticas constantemente. E quando eu disse “que lindo” ele ficou mais chato. O “que lindo” referia-se a uma frase que o protagonista tinha dito, embora Alexander tenha acreditado que achei piada ao actor. Estava irritado.
- Eu não acredito que ele disse isso! – gargalhou alto Alexander desochadamente – Que imbecil.
- Alex fala baixo!
- Já se está mesmo a ver que o imbecil vai morrer. Se tem cancro terminal, tem que morrer, se não é irreal.
- Ouve lá meu, qual é a tua? – alguém a trás de nós exaltou-se e atirou com o pacote de pipocas.
O pacote acertou na cabeça de Alex que ficou completamente rígido e quieto, enquanto pipocas caiam pelos seus cabelos e ficavam coladas na roupa.
Oh não.
- Queres é levar nessa boca! – continuou o gajo levantando-se – Eu paguei para ver o filme sossegado, não para ter que ouvir um paneleiro qualquer a falar na merda do filme todo!
Oh não.
Alex delicadamente levou os dedos ao cabelo e tirou uma pipoca.
- Como disse? – A voz de Alex estava amigável.
OH NÃO!
- O que ouviste seu merdas! Calas a boca ao bem, ou ao mal!
Segurei a mão de Alex.
- Por favor… Por favor Alex. Calma.
Ele simplesmente me olhou, com os lábios rígidos e respirava pelo nariz de forma acelerada, enquanto os seus olhos brilhavam febris de raiva.
- Ouve a pequena – ouvi o barulho da cadeira a partir ao meu lado, quando o rapaz me chamou pelo “nome” exclusivo de Alexander – Antes de ela se cansar de um gajo como…
Alex levantou-se, e as pessoas resmungaram. Ele sacudiu calmamente as pipocas, e simplesmente olhou o rapaz. No escuro o humano não devia ver bem o rosto de Alex, já que cheio de arrogância se levantou apertando os punhos.
- Vais enfrentar-me é paneleirote?
- Eu simplesmente arranco o teu coração e obrigo a puta da tua namorada come-lo. – Ameaçou tranquilamente Alexander.
- Alexander, vamos embora…
-Puta o caralho! – levantou-se a loira mamuda – Puta é ela!
Oh não, eu só queria sair de lá e comecei a puxar por Alex. Ele não se movia um milímetro.
Alexander pegou no humano pelo pescoço e levantou-o, encarando-o nos olhos, e rugindo fez o rapaz começar a pedir desculpas e tentar soltar-se.
- Nunca… ninguém… me chamou… paneleiro…
- Desculpa meu! Retiro o que disse… Desculpa…
- Alexander, por favor…
- Tarde de mais para lamentações. – então, o pescoço do rapaz foi partido, e eu soltei um grito ao mesmo tempo que a loira mamuda.
Alexander puxou-me por um braço e saímos de lá, enquanto os humanos enlouqueciam.
- Era necessário teres matado o humano? – perguntei a tremer ligeiramente enquanto ele arrancava com o carro a alta velocidade
- Ninguem que me ofende, vive para contar a história.
- Alexander, tu é que começas-te! Para que tinhas de incomodar as pessoas no cinema? Ele estava no direito dele! E tu mataste-o!
- Não dou segundas oportunidades.
- Porque o matas-te, caraças?
- Do lado dele?
Mais uma discussão infernal. E no fim ninguém ganhava, ambos perdíamos.
Porque eu tive a brilhante ideia de ir ao cinema, acabando a saída na morte de um rapaz.
No dia seguinte, nem nos falávamos. O que tornava o ambiente ainda mais irritante.
Fui á sala pegar um livro que tinha deixado lá para me distrair a ler. Ele estava sentado no sofá a mudar de canais, sem mais nada para fazer. Fui para o quarto e continuei a minha leitura deitada na cama.
- Vais ficar amuada muito mais? – perguntou chateado ao entrar no quarto.
- Achas que não tenho razão? – olhei-o descrente – Alexander, porque não podias ter deixado para lá? – ele olhou-me como se fosse louca. – Esquece, já discutimos 3 horas o assunto e não consegui que pensasses direito, então é melhor esquecer.
- É sempre a mesma merda. Nunca percebes que sou um vampiro e não um santo.
- Não podias ter perdoado?
- Como também querias que te perdoasse a traição, Nikka?
- E lá vamos nos novamente! Não ficamos de deixar acalmar as coisas um pouco antes de te fazer ver a realidade? – exasperei-me.
- Se queres perdão, é melhor procurares um padre.
- Quero ler sossegada, sai por favor. – voltei os olhos para o livro.
Ele respirou fundo e sentou-se na cama. Ignorei-o. Ele acabou por se aproximar de mim, e lia o livro comigo.
- Se me amaces como dizias, terias tentado ouvir-me quando me acossaram. – sussurrei ainda a olhar para o livro. Ele respirou fundo e ignorou. Dei de ombros. Era a personalidade dele.
De um momento para o outro, Alexander tirou-me o livro das mãos e beijou-me ao mesmo tempo que me abraçava forte.
- Não estou no clima para ter sexo Alexander. – empurrei-o para o afastar de mim.
- Caso não tenhas percebido, só te estava a tentar abraçar. – sentou-se despenteando o cabelo nervosamente – Só queria estar abraçado a ti, sentir-te comigo. E nada tinha a ver com necessidade de sexo.
- Pensei que era só isso que te motivava.
- Não sou um animal que não se controla, percebes?
Ri sem humor.
- Nestes dois anos que estivemos separados, certamente não foste celibatário.
- Da mesma forma que tu. – acusou.
- Estás a queres saber com quantos tive relações depois de ti, é? – olhei-o firme.
- Não sei se quero saber. – deu de ombros desinteressado – Realmente prefiro não saber quem pós as mãos naquilo que é meu.
- Está bem. – dei de ombros – Então eu não te digo com quantos tive sexo, mas quero que me digas com quem tu tiveste. Dormis-te com a Kawit, não foi? E não me refiro a dormir mesmo. Deitaste-a na mesma cama que me amavas? – soltei aquilo que me roía por dentro á muito.
Silencio. Não era necessário dizer nada.
- Era de esperar que aquela badalhoca se aproveitasse da minha ausência. Nada de novo até aí. – Mas sentia o gosto amargo na boca, só de pensar que Alexander tivera sexo com ela. Eu sabia que antes de me conhecer, eles faziam. Mas, saber que depois de mim, depois de me conhecer e me amar, jurar-me venerar-me todos os dias da eternidade, e mesmo assim fazer com ela… ruía-me de tal maneira que eu nem sabia expressar.
- Nós tínhamos acabado.
- Eu percebo. – ironizei – Tambem percebes perfeitamente o facto de ter feito com outros, então.
Silencio.
- Ela tentou. – disse baixinho – E eu queria. Queria deixar de fechar os olhos e pensar em ti, no teu corpo, no teu cheiro.
- Belas desculpas. – sentia-me traída.
- Mas não consegui. – confessou enquanto se deitava e escondia o rosto no meu pescoço – Só via os teus olhos, a cor da tua pele, o teu cabelo… Não funcionava com ela, por mais que quisesse. Nem com ela, nem com outra qualquer. – confessou.
- Oh Alex, juras? De verdade?
- Juro. – respondeu baixinho. – Depois de ti, as outras não existem. Não têm atractivos para mim.
Abracei-o forte.
- Para mim funciona igual. Não existiu mais ninguém, Alex. Foste o meu primeiro e único. - Os dedos dele correram pelo meu rosto, enquanto me beijava lentamente - e se quiseres, será assim para sempre.
Fechei os olhos, e senti os seus beijos no meu maxilar, a devoção com os seus dedos corriam pelo meu cabelo, como sentia a sua temperatura corporal.
Sentia que estávamos juntos apesar de tudo, porque o ar pegava fogo sempre que os nossos olhos se cruzavam, sempre que estávamos no mesmo local.
O ar faltava-me nos pulmões, a visão desfocava-se sempre que ele me tocava. O seu corpo rodou para cima do meu, e apoiando-se nos cotovelos, contemplava-me enquanto eu o contemplava. Apreciando a beleza um do outro, e sorrindo com isso.
- Tu prometeste amar-me, venerar-me acima de todas as coisas. – sussurrei levando os meus lábios contra os seus – Para sempre…. Tu prometes-te, Alexander.
- Eu sei. – afagou o meu rosto – E para sempre, significa para sempre. Não importa o que aconteça, eu continuarei a cumprir a minha promessa pela eternidade.
Espero que tenham gostado.
Beijinhos e já sabem, comentem ;)