14º Capítulo - Moeda
Aqui está o capítulo!
P.S-> O capítulo está sem músicas, porque a minha Net está parva e não abre os vídeos do youtube,e já estou á imenso tempo a tentar. Dessa forma, é impossível eu colocar as músicas. =/
Definitivamente, eu não era nada além de uma imbecil que sempre cometia os mesmos erros. Parecia que nunca aprendia.
Porque, eu sabia que ao não contar a Alexander sobre Yakiv, traria muitos problemas. Mas e se eu contasse? Se eu contasse, ele iria desconfiar de mim, que eu sempre soubera que ele ficou vampiro, que ele estava no castelo e tudo o mais. E iria fazer Yakiv enfrentar a verdadeiramente morte. Isso era certo, porque mesmo Alex não fazer ideia de como ele era, ele odiava-o.
Pensei que a melhor solução seria saber de tudo primeiro, saber como Yakiv ficou vampiro (sim, porque ele não era um quando eu o conheci. Tinha certeza absoluta), saber a razão pela qual ele estava alí, e fazer Alex ver que ele não era como ele pensava que era.
Eu iria contar, só que… quando tudo estivesse calmo.
Em duas horas o sol nasceria, e Yakiv iria dormir para ficar longe do sol, só na noite seguinte eu poderia falar com ele.
Por enquanto, não ficaria a pensar mais nisso. Ainda tinha coisas pela frente antes disso. Já tinha guardado as minhas coisas no meu antigo quarto, e sorrindo pensava em como tudo estava igual. Pensei que Alexander tinha simplesmente feito tudo aquilo explodir. Mas não, estava tudo ali.
Mas eu não ia dormir ali. O meu sorriso abriu ainda mais. Dormiria no quarto do Alex, ali seria só… o meu quarto de vestir ou algo do género.
Gostei de voltar ao castelo. Apesar da maioria das recordações serem angustiantes, era bom estar de volta.
Quando entramos no castelo, Alain, Julliane e Kawit estavam presentes. Penso que todos fomos reservados em relação uns aos outros, eu não sabia o que eles pensavam, tinham uma expressão impassível. Bem, não todos. Eu conseguia perceber o quanto Kawit estava raivosa, e ela percebeu bem a mensagem transmitida no meu olhar para ela “Sim puta, estou de volta”. No entanto, ela baixou a cabeça para mim, quando Alexander ordenou que me respeitassem como o respeitavam a ele.
Enquanto me penteava, fazendo uma trança no longo cabelo ruivo, encarei o espelho e sorrindo deixei lembranças aleatórias invadirem a minha mente.
Flashback
Aqui está o capítulo!
P.S-> O capítulo está sem músicas, porque a minha Net está parva e não abre os vídeos do youtube,e já estou á imenso tempo a tentar. Dessa forma, é impossível eu colocar as músicas. =/
Definitivamente, eu não era nada além de uma imbecil que sempre cometia os mesmos erros. Parecia que nunca aprendia.
Porque, eu sabia que ao não contar a Alexander sobre Yakiv, traria muitos problemas. Mas e se eu contasse? Se eu contasse, ele iria desconfiar de mim, que eu sempre soubera que ele ficou vampiro, que ele estava no castelo e tudo o mais. E iria fazer Yakiv enfrentar a verdadeiramente morte. Isso era certo, porque mesmo Alex não fazer ideia de como ele era, ele odiava-o.
Pensei que a melhor solução seria saber de tudo primeiro, saber como Yakiv ficou vampiro (sim, porque ele não era um quando eu o conheci. Tinha certeza absoluta), saber a razão pela qual ele estava alí, e fazer Alex ver que ele não era como ele pensava que era.
Eu iria contar, só que… quando tudo estivesse calmo.
Em duas horas o sol nasceria, e Yakiv iria dormir para ficar longe do sol, só na noite seguinte eu poderia falar com ele.
Por enquanto, não ficaria a pensar mais nisso. Ainda tinha coisas pela frente antes disso. Já tinha guardado as minhas coisas no meu antigo quarto, e sorrindo pensava em como tudo estava igual. Pensei que Alexander tinha simplesmente feito tudo aquilo explodir. Mas não, estava tudo ali.
Mas eu não ia dormir ali. O meu sorriso abriu ainda mais. Dormiria no quarto do Alex, ali seria só… o meu quarto de vestir ou algo do género.
Gostei de voltar ao castelo. Apesar da maioria das recordações serem angustiantes, era bom estar de volta.
Quando entramos no castelo, Alain, Julliane e Kawit estavam presentes. Penso que todos fomos reservados em relação uns aos outros, eu não sabia o que eles pensavam, tinham uma expressão impassível. Bem, não todos. Eu conseguia perceber o quanto Kawit estava raivosa, e ela percebeu bem a mensagem transmitida no meu olhar para ela “Sim puta, estou de volta”. No entanto, ela baixou a cabeça para mim, quando Alexander ordenou que me respeitassem como o respeitavam a ele.
Enquanto me penteava, fazendo uma trança no longo cabelo ruivo, encarei o espelho e sorrindo deixei lembranças aleatórias invadirem a minha mente.
Flashback
- Caraças Alexander! – resmunguei enervada – Odei quando fazes isso! Assustaste-me. De novo.
Saia do minha casa de banho, depois de ter feito a minha higiene pessoal, e ao entrar no meu quarto, vi Alexander deitado na minha cama relaxado e á minha espera.
- Tive saudades tuas. De novo. – sorriu.
Raios. Sempre que ele dava aquele sorriso torto, eu ficava com o coração aos pulos e era impossível ficar chateada.
Saltei para a cama, sem me preocupar com a t-shirt larga com um gato estampado tivesse subido e revelado um pouco das coxas. Os meus lábios cobriram os dele vorazmente, e os meus dedos embrenharam-se no seu cabelo castanho, deixando-o ainda mais desalinhado.
- Hum, não sei se é boa ideia estares aqui, com o meu pai em casa. –aninhei-me nos seus braços – Já não dás aulas no colégio, mas imagina o que o meu pai faria ao ver um homem no meu quarto. Um homem que é meu ex-professor, e que nos apaixonamos enquanto eras meu professor.
- Eu já disse que por mim, não fazíamos mais segredo.
- Eu só quero preparar o terreno. – pisquei-lhe o olho – Mal posso esperar para que todas na escola saibam que eu tenho o professor gato! – brinquei.
- Achas que o teu pai vai fazer muita confusão pelo nosso relacionamento?
- Não sei… Talvez um pouco. Mas não me importo.
- Óptimo – mordiscou a minha orelha – Porque eu também não.
- Agora, fica sossegado que eu tenho de me pentear. – mordi-lhe levemente o queixo – Depois tenho de ir a casa da Nereida, posso é escapulir na parte de tarde até tua casa…
- Só de tarde? – sentou-se na cama enquanto eu me levantava.
- Só… - disse olhando-o por cima do ombro – Infelizmente…
Quando me olhei no espelho, pensei seriamente que Alexander não devia me ver assim tão cedo pela manhã. O meu cabelo definitivamente estava uma confusão total. Comecei a pentear-me rapidamente e optei por usar duas tranças. Comecei a trançar um lado do cabelo.
Alexander levantou-se enquanto eu amarrava um elástico.
- Eu faço o outro lado. – Os seus dedos começaram a deslizar pela outra parte do cabelo e eu olhava-o enquanto ele franzia a testa.
- Alexander, sabes fazer uma trança, certo? – ele assentiu – Um lado passa por cima da do meio, e depois fazes o mesmo com o outro lado. – disse divertida.
- Já está. – beijou os meus lábios depois de amarrar um elástico. Virei-me para o espelho – Ficas-te linda.
Simplesmente o olhei, e comecei a desfazer a “trança”.
(…)
Retirava os meus livros do meu cacifo vermelho, e pensava nas palavras de Nereida. Na hora do almoço, no refeitório, comentara com ela o quanto era raro o professor de Inglês almoçar lá. Nereida disse que eu devia parar de prestar tanta atenção no professor tirano – mas lindo – de inglês. Para não me meter em mais problemas.
É, ela tinha razão.
Apenas, talvez fosse tarde de mais.
- Olá Brown!
Respirei fundo ao reconhecer a voz falsa.
- Olá Nora. – fechei a porta do cacifo depois de tirar o meu caderno – Adeus, Nora.
- Ey, espera aí! – segurou a manga do meu casaco.
- Tira a pata. – avisei-a – Já me estou a passar contigo desde o inicio da semana. Vais te safando porque não quero ficar de castigo novamente, mas não abuses.
- Ou o quê?
E pronto, em cinco minutos, depois de o típico “palavra puxa palavra”, estávamos a puxar os cabelos uma á outra, e um grupinho já se juntava incentivando. Um rapaz da turma puxou-me, enquanto o outro puxava Nora, impedindo-me de vingar do arranhão na bochecha e na testa que aquelas unhas falsas me fizeram.
- Sua puta! – rugi pontapeando o ar e pela cara de pervertidos de os rapazes tinha a certeza que eles tinham visto as minhas cuecas quando as minhas pernas batiam no ar fazendo a saia do uniforme escolar esvoaçar.
Aquela espécie de prostituta desmiolada tinha fios de cabelos meus entrelaçados pelos dedos (eu também tinha os dela) mas eu não tinha podido retribuir os arranhões na cara. Iria parar hoje mesmo de roer as unhas, porque finalmente tinha um motivo mais que motivador. Eu iria fazer-lhe o mesmo.
- Ey! – ouvimos a voz do professor de Biologia gritar e empurrar os alunos entrando no círculo – O que se passa aqui?
Percebi a presença do professor Alexander entrando no círculo de alunos e juntando-se ao professor de Biologia, para perceber o que se passava. Então parei de esbracejar e pontapear o ar. Ela já não devia ter uma boa impressão sobre mim…
- Ela atacou-me!
É que era sempre a mesma coisa. Eu sempre a atacava. Ela nunca tinha culpa.
- Foste tu que começas-te! – rugi enquanto o rapaz me soltava, assim que sabia que não nos íamos pegar outra vez.
- Não me importa quem começou, ou quem terminou. – a voz gelada de Alexander fez todos se remeterem ao silêncio.
O resultado fora as duas de castigo – sim, finalmente não ficava só eu! Nora, ficara a lavar as casas de banho – incluindo os balneários, boa sorte com os masculinos! - a cantina, o ginásio e os corredores. Oh, o quanto ela chorou para tentar alterar isso!
E eu fiquei de arrumar as salas todas.
A tarefa estava bem distribuída em quantidade (ambas só abandonaríamos a escola lá pelas 11 da noite! E a escola fechava ás 4 e meia da tarde. Era muita coisa a der feita) só que pela primeira vez, eu fiquei com a melhor parte.
Durante a aula de Inglês, Nora fingiu estar com dores de barriga, obvio que era para se escapulir do castigo. O professor Alexander também percebeu, e respondeu simplesmente “Não adianta tentar evitar o castigo. Se não fizer hoje, fará o mesmo castigo durante cada dia da próxima semana.”.
Eram umas seis horas da tarde, e eu não tinha arrumado nem metade das salas. Estava a limpar as mesas quando ouvi uma batida na porta, uma forma de mostrar a sua presença. Corei ao perceber quem era.
- Esqueci uns documentos, e vim saber se o castigo está a ser comprido devidamente. – ao contrário do que a frase indicava, ele não foi autoritário.
- Hum… Eu estou a fazer o melhor possível… - engoli em seco – Mas acho que toda a gente vai ficar feliz, por amanha serem as funcionárias a tratar de tudo outra vez.
- Talvez o castigo foi demasiado pesado. Obviamente vai levar imenso tempo.
- Pelo menos não fiquei com as casa de banho! – não pode evitar sorrir.
- Foi á infirmaria ver os arranhões, como mandei?
- Sim, fui… Mas não era necessário… Foi só superficialmente, nem vai deixar marcas. – o que era a sorte daquela atrofiada.
Silêncio.
Como ele não disse mais nada, voltei ao “trabalho”. Ele ficou encostado á porta, observando. Talvez a inspeccionar. Quando terminei a sala, empurrei o carrinho de limpezas para a outra e ele foi a trás, desconfortável.
Antes de entrar na sala, tirei as luvas e hesitante levei a mão ao bolso e fechei-a sobre o objecto que já carregava á mais de uma semana. Sem nunca ter tido coragem, nem oportunidade de agir.
Engoli em seco, e então rapidamente virei-me estendendo a mão com a palma branca para cima.
Ele fitou a moeda, sem perceber.
- Hum… - eu realmente estava a sentir-me mal, de tão forte que o meu coração batia e rugia nos ouvidos. – Eu… Naquela aula, em falou sobre os vícios do jogo dos petas, disse que nunca tinha sorte… E bem… - com os dedos trémulos, girei a moeda, mostrando novamente uma face igual. Dois lados, e de cada lado, a mesma face. – se jogar com esta moeda, ganha sempre. Irá ter sempre sorte…Eu pensei que iria gostar…
Ele fitou-me nos olhos, e eu desviei o olhar, enquanto os seus dedos pegavam na moeda, e a analisaram.
- Interessante… - a voz dele estava baixa – É… para mim?
Assenti sentindo-me muito corada.
- Nunca recebi um presente. – os seus olhos focavam os meus, e depois acrescentou rapidamente – Um presente deste género, quero dizer.
- Gostou?
- Sim, mas… Não devia ter gasto dinheiro com um presente para mim… É uma peça antiga, de ouro branco… Não posso aceitar. – estendeu a moeda para mim.
- Não gastei dinheiro. – engoli em seco – Foi a minha mãe que me deu, quando era pequena. Tinha sido da minha avó…
- Realmente não posso aceitar. – voltou a colocar a moeda na minha mãe, os seus dedos envolvendo a minha mão, fechando-a sobre a moeda.
Engoli com dificuldade, tentando conter as lágrimas. Recriminei-me a mim mesma, por fazer papel de idiota. Olhei para a sala e mormurei:
- Eu percebo… É melhor ir arrumar esta sala, se não nunca mais acabo…
- Eu… - disse ele hesitante – Eu gostei imenso, sinto-me honrado, mas não posso aceitar.
- Está bem.
- É um presente de família… Porque queria oferece-lo para mim?
- Porque… Achei que já me deu sorte, e podia fazer o mesmo pelo senhor… Gostaria que ficasse com a moeda… E o Natal é este mês, eu pensei que… Não é nada de mais. Percebo porque recusa. – agora eu percebia que devia ser embaraçoso para ele, ter uma aluna a oferecer aquilo. Mas eu não tinha pensado por esse lado, eu só… Achei que aquilo devia ficar com ele. E não pensei sobre quão revelador podia ser o gesto. Queria fugir dali de tão envergonhada que ficava.
Ia virar-me quando ele segurou o meu pulso, e delicadamente abriu a minha mão, pegando na moeda.
- Obrigado, pelo presente. Mas, se o quiser de volta, não hesite em pedir… - gradou-o no bolso do casaco – Vai dar-me sorte, certamente.
E sem mais uma palavra, começou a caminhar para a saída.
Na semana seguinte, uma caixa dourada estava á porta da minha casa, com o meu nome. Peguei nela antes que o meu irmão a visse, mas estava sozinha em casa e corri para o meu quarto. Abri e dentro estavam dois livros. Eram antigos, mas em perfeito estado. Suspendi a respiração, e tremia sem controle. Eram dois volumes. O idioma era Alemão."Kinder- und Hausmärchen", pelos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm). Foi publicado inicialmente em 1812. Eram uma primeira edição. Tremendo, lembrei-me que tinha dito que aquelas eram as minhas histórias infantis preferidas. As minha histórias preferidas de todas. Tinha dito aquilo, num debate na aula de Inglês.
Não tinha remetente, mas eu sabia perfeitamente quem tinha enviado.
Que tal? =) Gostaram?
Comentem! =D
Saia do minha casa de banho, depois de ter feito a minha higiene pessoal, e ao entrar no meu quarto, vi Alexander deitado na minha cama relaxado e á minha espera.
- Tive saudades tuas. De novo. – sorriu.
Raios. Sempre que ele dava aquele sorriso torto, eu ficava com o coração aos pulos e era impossível ficar chateada.
Saltei para a cama, sem me preocupar com a t-shirt larga com um gato estampado tivesse subido e revelado um pouco das coxas. Os meus lábios cobriram os dele vorazmente, e os meus dedos embrenharam-se no seu cabelo castanho, deixando-o ainda mais desalinhado.
- Hum, não sei se é boa ideia estares aqui, com o meu pai em casa. –aninhei-me nos seus braços – Já não dás aulas no colégio, mas imagina o que o meu pai faria ao ver um homem no meu quarto. Um homem que é meu ex-professor, e que nos apaixonamos enquanto eras meu professor.
- Eu já disse que por mim, não fazíamos mais segredo.
- Eu só quero preparar o terreno. – pisquei-lhe o olho – Mal posso esperar para que todas na escola saibam que eu tenho o professor gato! – brinquei.
- Achas que o teu pai vai fazer muita confusão pelo nosso relacionamento?
- Não sei… Talvez um pouco. Mas não me importo.
- Óptimo – mordiscou a minha orelha – Porque eu também não.
- Agora, fica sossegado que eu tenho de me pentear. – mordi-lhe levemente o queixo – Depois tenho de ir a casa da Nereida, posso é escapulir na parte de tarde até tua casa…
- Só de tarde? – sentou-se na cama enquanto eu me levantava.
- Só… - disse olhando-o por cima do ombro – Infelizmente…
Quando me olhei no espelho, pensei seriamente que Alexander não devia me ver assim tão cedo pela manhã. O meu cabelo definitivamente estava uma confusão total. Comecei a pentear-me rapidamente e optei por usar duas tranças. Comecei a trançar um lado do cabelo.
Alexander levantou-se enquanto eu amarrava um elástico.
- Eu faço o outro lado. – Os seus dedos começaram a deslizar pela outra parte do cabelo e eu olhava-o enquanto ele franzia a testa.
- Alexander, sabes fazer uma trança, certo? – ele assentiu – Um lado passa por cima da do meio, e depois fazes o mesmo com o outro lado. – disse divertida.
- Já está. – beijou os meus lábios depois de amarrar um elástico. Virei-me para o espelho – Ficas-te linda.
Simplesmente o olhei, e comecei a desfazer a “trança”.
(…)
Retirava os meus livros do meu cacifo vermelho, e pensava nas palavras de Nereida. Na hora do almoço, no refeitório, comentara com ela o quanto era raro o professor de Inglês almoçar lá. Nereida disse que eu devia parar de prestar tanta atenção no professor tirano – mas lindo – de inglês. Para não me meter em mais problemas.
É, ela tinha razão.
Apenas, talvez fosse tarde de mais.
- Olá Brown!
Respirei fundo ao reconhecer a voz falsa.
- Olá Nora. – fechei a porta do cacifo depois de tirar o meu caderno – Adeus, Nora.
- Ey, espera aí! – segurou a manga do meu casaco.
- Tira a pata. – avisei-a – Já me estou a passar contigo desde o inicio da semana. Vais te safando porque não quero ficar de castigo novamente, mas não abuses.
- Ou o quê?
E pronto, em cinco minutos, depois de o típico “palavra puxa palavra”, estávamos a puxar os cabelos uma á outra, e um grupinho já se juntava incentivando. Um rapaz da turma puxou-me, enquanto o outro puxava Nora, impedindo-me de vingar do arranhão na bochecha e na testa que aquelas unhas falsas me fizeram.
- Sua puta! – rugi pontapeando o ar e pela cara de pervertidos de os rapazes tinha a certeza que eles tinham visto as minhas cuecas quando as minhas pernas batiam no ar fazendo a saia do uniforme escolar esvoaçar.
Aquela espécie de prostituta desmiolada tinha fios de cabelos meus entrelaçados pelos dedos (eu também tinha os dela) mas eu não tinha podido retribuir os arranhões na cara. Iria parar hoje mesmo de roer as unhas, porque finalmente tinha um motivo mais que motivador. Eu iria fazer-lhe o mesmo.
- Ey! – ouvimos a voz do professor de Biologia gritar e empurrar os alunos entrando no círculo – O que se passa aqui?
Percebi a presença do professor Alexander entrando no círculo de alunos e juntando-se ao professor de Biologia, para perceber o que se passava. Então parei de esbracejar e pontapear o ar. Ela já não devia ter uma boa impressão sobre mim…
- Ela atacou-me!
É que era sempre a mesma coisa. Eu sempre a atacava. Ela nunca tinha culpa.
- Foste tu que começas-te! – rugi enquanto o rapaz me soltava, assim que sabia que não nos íamos pegar outra vez.
- Não me importa quem começou, ou quem terminou. – a voz gelada de Alexander fez todos se remeterem ao silêncio.
O resultado fora as duas de castigo – sim, finalmente não ficava só eu! Nora, ficara a lavar as casas de banho – incluindo os balneários, boa sorte com os masculinos! - a cantina, o ginásio e os corredores. Oh, o quanto ela chorou para tentar alterar isso!
E eu fiquei de arrumar as salas todas.
A tarefa estava bem distribuída em quantidade (ambas só abandonaríamos a escola lá pelas 11 da noite! E a escola fechava ás 4 e meia da tarde. Era muita coisa a der feita) só que pela primeira vez, eu fiquei com a melhor parte.
Durante a aula de Inglês, Nora fingiu estar com dores de barriga, obvio que era para se escapulir do castigo. O professor Alexander também percebeu, e respondeu simplesmente “Não adianta tentar evitar o castigo. Se não fizer hoje, fará o mesmo castigo durante cada dia da próxima semana.”.
Eram umas seis horas da tarde, e eu não tinha arrumado nem metade das salas. Estava a limpar as mesas quando ouvi uma batida na porta, uma forma de mostrar a sua presença. Corei ao perceber quem era.
- Esqueci uns documentos, e vim saber se o castigo está a ser comprido devidamente. – ao contrário do que a frase indicava, ele não foi autoritário.
- Hum… Eu estou a fazer o melhor possível… - engoli em seco – Mas acho que toda a gente vai ficar feliz, por amanha serem as funcionárias a tratar de tudo outra vez.
- Talvez o castigo foi demasiado pesado. Obviamente vai levar imenso tempo.
- Pelo menos não fiquei com as casa de banho! – não pode evitar sorrir.
- Foi á infirmaria ver os arranhões, como mandei?
- Sim, fui… Mas não era necessário… Foi só superficialmente, nem vai deixar marcas. – o que era a sorte daquela atrofiada.
Silêncio.
Como ele não disse mais nada, voltei ao “trabalho”. Ele ficou encostado á porta, observando. Talvez a inspeccionar. Quando terminei a sala, empurrei o carrinho de limpezas para a outra e ele foi a trás, desconfortável.
Antes de entrar na sala, tirei as luvas e hesitante levei a mão ao bolso e fechei-a sobre o objecto que já carregava á mais de uma semana. Sem nunca ter tido coragem, nem oportunidade de agir.
Engoli em seco, e então rapidamente virei-me estendendo a mão com a palma branca para cima.
Ele fitou a moeda, sem perceber.
- Hum… - eu realmente estava a sentir-me mal, de tão forte que o meu coração batia e rugia nos ouvidos. – Eu… Naquela aula, em falou sobre os vícios do jogo dos petas, disse que nunca tinha sorte… E bem… - com os dedos trémulos, girei a moeda, mostrando novamente uma face igual. Dois lados, e de cada lado, a mesma face. – se jogar com esta moeda, ganha sempre. Irá ter sempre sorte…Eu pensei que iria gostar…
Ele fitou-me nos olhos, e eu desviei o olhar, enquanto os seus dedos pegavam na moeda, e a analisaram.
- Interessante… - a voz dele estava baixa – É… para mim?
Assenti sentindo-me muito corada.
- Nunca recebi um presente. – os seus olhos focavam os meus, e depois acrescentou rapidamente – Um presente deste género, quero dizer.
- Gostou?
- Sim, mas… Não devia ter gasto dinheiro com um presente para mim… É uma peça antiga, de ouro branco… Não posso aceitar. – estendeu a moeda para mim.
- Não gastei dinheiro. – engoli em seco – Foi a minha mãe que me deu, quando era pequena. Tinha sido da minha avó…
- Realmente não posso aceitar. – voltou a colocar a moeda na minha mãe, os seus dedos envolvendo a minha mão, fechando-a sobre a moeda.
Engoli com dificuldade, tentando conter as lágrimas. Recriminei-me a mim mesma, por fazer papel de idiota. Olhei para a sala e mormurei:
- Eu percebo… É melhor ir arrumar esta sala, se não nunca mais acabo…
- Eu… - disse ele hesitante – Eu gostei imenso, sinto-me honrado, mas não posso aceitar.
- Está bem.
- É um presente de família… Porque queria oferece-lo para mim?
- Porque… Achei que já me deu sorte, e podia fazer o mesmo pelo senhor… Gostaria que ficasse com a moeda… E o Natal é este mês, eu pensei que… Não é nada de mais. Percebo porque recusa. – agora eu percebia que devia ser embaraçoso para ele, ter uma aluna a oferecer aquilo. Mas eu não tinha pensado por esse lado, eu só… Achei que aquilo devia ficar com ele. E não pensei sobre quão revelador podia ser o gesto. Queria fugir dali de tão envergonhada que ficava.
Ia virar-me quando ele segurou o meu pulso, e delicadamente abriu a minha mão, pegando na moeda.
- Obrigado, pelo presente. Mas, se o quiser de volta, não hesite em pedir… - gradou-o no bolso do casaco – Vai dar-me sorte, certamente.
E sem mais uma palavra, começou a caminhar para a saída.
Na semana seguinte, uma caixa dourada estava á porta da minha casa, com o meu nome. Peguei nela antes que o meu irmão a visse, mas estava sozinha em casa e corri para o meu quarto. Abri e dentro estavam dois livros. Eram antigos, mas em perfeito estado. Suspendi a respiração, e tremia sem controle. Eram dois volumes. O idioma era Alemão."Kinder- und Hausmärchen", pelos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm). Foi publicado inicialmente em 1812. Eram uma primeira edição. Tremendo, lembrei-me que tinha dito que aquelas eram as minhas histórias infantis preferidas. As minha histórias preferidas de todas. Tinha dito aquilo, num debate na aula de Inglês.
Não tinha remetente, mas eu sabia perfeitamente quem tinha enviado.
Que tal? =) Gostaram?
Comentem! =D
Eu pensei que seria fofo e romântico saberem mais um pouco do que aconteceu com eles os dois no tempo lá na vila. Sempre tive a ideia de fazer isso nesta temporada, quer por flashback, ou por conversas deles... E o momento começa a ser bom para isso, quando eles estão num bom momento, relaxados e in love e tudo isso =)
Beijinhos!
P.S-> Falta-me responder a 9 comentários (salvo erro) do capítulo anterior. Vou tratar disso agora mesmo, depois vejam. =)
Editado: Já estão todos respondidos. Vão conferir, é que podem já não se lembrar que comentaram ;)
Beijinhos!
P.S-> Falta-me responder a 9 comentários (salvo erro) do capítulo anterior. Vou tratar disso agora mesmo, depois vejam. =)
Editado: Já estão todos respondidos. Vão conferir, é que podem já não se lembrar que comentaram ;)