Estes capitulos vão para a Vita, a Marta Boo e a Sofia! :)
:P
Divirtam-se todos! =P
6 Capitulo – Coisas que não percebo
- Bom dia! – beijou o meu rosto Kyle.
- Bom dia, Kyle.
O nosso clima não era dos melhores, depois que recosei a proposta dele. Mas simplesmente não podia casar com ele. Não podia caminhar para ele quando não era ele que amava. A panca pelo Dominick iria ter que passar. Tinha.
- Como estavam os teu pais? – perguntou, referindo-se á visita breve que tinha feito á superfície.
- Bem. Eles pensam que agora estou a fazer uma viagem para espairecer. Para eles é normal. Sabes que eles nunca me prenderam, sempre me deixaram solta enquanto fazem viagens e isso. Não queria ir com eles e eles deixavam á vontade. Confiam em mim plenamente. Nem imaginam onde estou! – sorri.
- Já tinhas saudades deles, não era?
- Claro! Amo-os. Podem não ser os meus pai biológicos, mas para mim são os meus verdadeiros pais. Eles criaram-me e foram eles eu me deram a oportunidade de uma vida diferente. Na instituição que estava antes deles me adoptarem não tinha o que tive com eles. E não me estou a referir aos bens materiais. Na instituição nunca passei fome ou frio. Mas nunca me sentia em família. Não podias ter o amor e carinho de pais, era uma criança no meio de tantas outras.
- Percebo perfeitamente o que os teus pais significam para ti. – tomou a pílula dele – a nossa refeição ali – Eu achei-os incríveis. Um tanto despreocupados de mais, mas contigo estavam sempre atentos.
- Sim. – sorri – Os meus pais gostam é de conhecer novas culturas. Pararam as viagens até ter 15 anos depois voltaram a viajar e queriam levar-me com eles, mas eu preferia ficar. No entanto, não poderia imaginar melhores pais.
- E da tua família biológica, tens gostado?
- Só conheço metade… A da parte humana nunca conheci. Mas os de cá gosto… - dei de ombros – No entanto não são bem família… São todos simpáticos, apesar de nem saber bem os nomes dos primos e tios – ri – Mas é diferente… Não é bem família… No fundo são pessoas que estou a conhecer agora… Além disso é estranho ver tanta gente com olhos exactamente da mesma cor que os meus. E repara, eu não conhecia nunca com olhos da mesma cor que os meus!
- Já voltas-te? – perguntou animado o puto do Clint que entrou na “cozinha”.
- Não… Impressão tua Clint… - Não podia deixar de tentar pica-lo.
Ele olhou-me como se fosse profundamente infantil. Aquele miúdo dava nos nervos!
- Miudo, deixei um presente no teu quarto. – sorri-lhe. Eu gostava do puto.
- O quê? – perguntou animado.
- Vai lá ver…
Ele foi a correr. Kyle começou a gargalhar com a atitude do irmão.
- Que se passa com o Clint? – Dominick perguntou ao entrar. E o meu coração iria reagir sempre da mesma forma com a presença dele. Aos trambolhões.
- Foi a Arianna que deixou um presente no quarto dele.
- Por isso ele deu os bons dias sem parar de correr. – deu de ombros enquanto se servia da sua pílula. – Divertiste-te lá em cima? – perguntou cordial Dominick.
Era muito estranho ter Kyle e Dominick assim perto. Sentia-me uma traidora.
- Sim.
Ouvimos os gritos de Clint.
- O que lhe deste? – perguntou Dominick enquanto sorria – Parece que nunca esteve assim…
Abri um sorriso gigante. O miúdo devia estar a passar-se!
- Espero que os vossos pais não se zanguem…
- Nunca se zangariam quando o Clint ficou tão animado! – riu Kyle – Mas o que lhe deste?
- Algo que ele julgou uma lenda.
- Como assim?
- Kyle… Dei-lhe um cãozinho… - ali não existiam cães.
- Não acredito! – Kyle ficou embasbacado – Como o conseguiste fazer atravessar a passagem?
- Comprei um equipamento. Uma gaiola especial e isso… No outro dia estávamos os dois a conversar. Sabes como ele é curioso e perguntou-me sobre espécies de animais e isso. Então viu os cães no livro e explicou-me que eles aqui não procriavam, mas que existia condições. Meio que dizia que era uma lenda. Ele ficou tão fascinado com o cão… E nem era um cão bebé… Pelos gritos histéricos acho que gostou…
- Sem duvida! – Dominick olhava-me com carinho. Desviei o olhar.
- ARIANA! – Gritou Clint – ARIANNA! NÃO ACREDITO!
Entrou a correr como um furacão e deu-me um abraso que quase me fez cair. O miúdo chorava!
- Ei! Calma!
- Nunca tive um presente tão perfeito! Obrigado, obrigado, obrigado!
- Tens é que cuidar muito bem dele. Os animais são uma responsabilidade. Ele já está vacinado e isso. Tens alimento para ele, mas tens que cuidar muito bem dele!
- Vou cuidar! Prometo!
Todos rimos com o histerismo dele.
- É tão lindo! Que raça é aquela?
- Um Boxer.
- É tão fofo! – bateu palmas – Castanho! Tenho que pensar num nome… Tenho que ver onde ele vai dormir… Tenho que o educar… Tantas coisas a fazer! – e saiu novamente a correr.
- Acertas-te no presente! – gargalhou Kyle. – A minha mãe vai gostar do cão. Ela nunca foi á superfície, mas lembro-me que ela me contava historias infantis onde apareciam cães. Lembras-te Dominick?
- Não ouvi essas histórias. – deu de ombros. Senti um aperto no peito. Dominick não tivera uma infância. Estava demasiado ocupado em se preparar para o trono. Brincar não tinha lugar na sua agenda apertada.
Clint andava sempre com o cão de um lado para o outro. O cão também seguia sempre o Clint. E até a mãe irreverente dele gostava do cão. Era uma espécie de mascote. Clint adorava ser o único na cidade que tinha um cão! E exactamente como a criança que era, adorava fazer inveja aos outros miúdos. Mas ele merecia. Tinha apenas 6 anos e guardava o meu maior segredo. Era um bom miúdo. Pervertido, mas um bom miúdo.
- O Nick? – pensando no miúdo ele apareceu com a mascote sempre a trotar atrás dele.
- Deve estar com o teu pai. – respondeu a mãe dele enquanto se baixava para fazer festa no B (Brown). Como era castanho Clint colocou-lhe esse nome. E eu sorri pensando em como a Nikka tinha recebido a paga de colocar o meu nome numa égua. Colocaram o nome dela num cão.
- Vou chama-lo. Ele tem visitas…
- Quem? – perguntou a Sheila.
- A – Clint olhou-me para me avaliar – Roza.
- Quem? – não pode evitar fazer a pergunta. Sentindo ciúmes.
- Vou chama-lo. – Clint saiu antes de me explicar. Ia atrás dele, mas não podia.
- Quem dera que esses dois se entendam! – Sheila estava demasiado animada.
- Como assim?
- Sabes Dominick é apaixonado por Roza…
- Ai é?
- É! – sorriu animada Sheila – Quem dera que se entendam!
- É… Quem dera…
Respira. Quem era essa Roza? E que historia era essa de Dominick ser apaixonado por ela?
Não gostava nada disso…
E não gostei ainda mais de a conhecer. Quando Kyle me apresentou, não gostei logo dela.
Ok, ela era bonita. Era da minha altura, e tinha curvas como eu. Mas o cabelo era pequeno e cor de mel. E tinha olhos lilases. A sério! Quem tem olhos lilases e roxos? E porque tinham de ser tão bonitos? Salpicados de roxo?
Ptsss. E porque estava sempre a sorrir e exibir os carnudos lábios cor de cereja?
A sério! Rapariga parva!
- És a namorada do Kyle, não és?
- É.
Tínhamos ficado as duas a conversar num canto do salão. Por cortesia não podia virar-lhe costas, já que eu estava no meu canto e ela veio ter comigo. Não me podia deixar sossegada?
Estúpida!
- Eu cá – deu-me um cotovelada leve enquanto sorria para um lado da sala – prefiro o outro irmão, se é que me entendes…
Segui o seu olhar e vi que ela olhava para dominick que conversava com o pai.
- É… entendo… - ela queria levar na cara? Estava mesmo a pedi-las!
Estranhei. Eu nunca fui violenta. Não era de pensar em agredir ninguém. Não era nenhuma Nicholaa Brown. Nenhuma ruiva temperamental.
Sorri meia forçada e deixei-a lá enquanto fui para perto de Sheila que estava agachada com o B.
- Ele é mesmo lindinho! Só que é um baboso de primeira! – riu.
Gargalhei quando vi que o cão correu para Clint assim que ele bateu com a mão na perna.
- Olha só para aqueles dois! Tão queridos!
- Pois é! – Clint estava a ser literalmente lambido pelo B.
- Parecem tão apaixonados…
- Hã? – quando olhei percebi que Sheila não se referia ao seu filho mais novo, mas sim ao mais velho. Ele sorria para a Roza que falava e falava sem parar!
- Mas eles, são namorados ou algo assim? Nunca ouvi o nome dela…
- Dominick é reservado.
- Sei…
- Ele não quer assumir nada com ela por causa do acidente… Não quer que ela fique com um desfigurado…
- Dominick não é desfigurado. – apertei as mãos em forma de punho. Então Dominick era mesmo um pulha que me tentava enganar novamente. E eu parva caia na dele!
Ele todo derretido para aquela estúpida e eu com ciúmes! Quando tinha Kyle que era um amor comigo!
Não sabia se tinha mais raiva de Dominick ou de mim mesma!
Como podia ter caído na dele novamente?
Inacreditável!
Mas eu ia tirar essa historia a limpo, podia ter a certeza disso! Não ia ser a parva novamente!
Não ia cair na dele, não ia!
Á noite, fui bater na porta do quarto dele. Ainda era cedo, ele não ia estar a dormir.
- Quem é?
- Sou eu. Escusas de estar a colocar a mascara. – disse com raiva – Abre logo, quero falar contigo. – rosnei baixo.
Ele abriu e quando entrei vi que realmente não usava a mascara. Mas ainda tinha um pouco de vergonha.
- Passa-se alguma coisa?
- Sim. – disse assim que ele fechou a porta – É só para te dizer que não me vais fazer de parva novamente. Podes ter a certeza disso!
- O quê?
- Olha Dominick – respirei fundo – Estou bem com o Kyle. Pára com isso. Não sei o que ganhas em fazer mal aos outros, mas realmente estou farta destes jogos.
- Eu sei bem qual o meu lugar. Não faço jogos alguns.
- Vamos falar abertamente Dominick. Gozaste com a minha cara um ano atrás e queres repetir a façanha novamente. Mas não vou permitir. Não desta vez. A porca gorda abriu os olhos!
- Pára de dizer isso! Não estou a gozar contigo nem gosto de te ouvir dizer isso de porca gosda. Gargalhei.
- São tuas palavras. Não minhas.
7º Capitulo – Francamente.
- Minhas palavras?
Sorri amarga.
- Eu estava acordada Dominick.
- De que estás a falar?
- Na nossa primeira noite juntos. Na verdade, na minha primeira vez com um homem. Acordei e ouvi o que falavas com aquele teu amigo nojento. Ouvi o que me chamavas. Senti-me humilhada. Usada. Simplesmente… Uma aposta.
Ele cobriu o rosto com as mãos.
- Desculpa.
- Só sabes pedir desculpa! Foi nojento! Estar lá deitada e ouvir aquilo! Ainda por cima o porco do teu amigo levantou um pouco do cobertor e viu as minhas costas, que na altura eram as costas de uma porca gorda, não é?
- Arianna…
- Ouve-me bem Dominick… Fui humilhada, já não chega? Fazes-te de vitima comigo, tentas acabar com o que tenho com o Kyle… Rondas-me… Porque? Que mal te fiz? Foi ter-me apaixonado por ti, é? Uma porca gorda não devia ousar gostar de um príncipe herdeiro? Pois na altura nem sabia! Eras um rapaz que trabalhava num dos bares do meu pai! Desculpa de te ofendi. Apenas… Deixa-me em paz, ok?
Nem quis ouvir o que ele tinha para dizer. Sai do quarto dele e fui para o meu.
Não ia chorar. Não ia!
Claro que o parvo tinha que vir atrás de mim! Entrou sem pedir, tirou a mascara pois devia tê-la colocado – não iria correr o risco de ser visto sem máscara nos corredores.
- Arianna, já nem me lembrava disso. Juro que não pensava aquilo. Foi um acto desesperado para ver se parava de te amar. Não podia, percebes? Amar-te significava que teria de enfrentar o meu pai. Então disse aquilo como um ultimo grito de revolta. Não era pela aposta. mNão era. Contigo era o verdadeiro Dominick. Não o Dominick o futuro rei. Era apenas eu mesmo. Podes não acreditar, mas cheguei a enfrentar o meu pai e quando regressei para te contar tudo sobre mim, para te perguntar se querias ficar comigo… Tinhas simplesmente ido embora. Não sabia o motivo. Agora sei. Não fiquei com aquele dinheiro. Ian ficou com ele junto com um bom par de murros. Errei ao chamar-te aquilo. Sim. Errei. Lamento!
Ele estava agitado. Passava a mão pelos cabelos e eu só me concentrava naquelas palavras. Tentava impedir-me de acreditar nelas. Mas havia uma parte de mim que queria desesperadamente acreditar naquilo. Como se a minha sobrevivência dependesse disso.
- Fui um crápula, um pulha, um desgraçado! Entrei na merda da aposta, disse merdas que não pensava. Fiz coisas absurdas. Mas amava-te. Foi tudo por isso. Pode ter sido medo, medo de me entregar pois não era simplesmente um miúdo que trabalhava para o teu pai. Tinha uma cidade, um povo que dependia de mim. Anos de ensinamentos nas costas que não podia simplesmente esquecer. Errei muito. Mas acredita que já +paguei. E não estou a falar apenas do que aconteceu fisicamente comigo.
- Eu…
- A minha punição foi perder-te. Para o meu irmão.
Ficamos em silencio. Olhávamos nos olhos. Aquele chocolate derretido, que mostrava a sua alma. Desviei o olhar.
- Podes perdoar-me?
- Eu…
- Não estou a pedir para voltares para mim. Não estou a pedir nada além de um simples perdão. Não terei paz sem ele.
- Eu…
- Perdoa-me Arianna.
- Dominick eu… - suspirei derrotada – Eu perdoo-te.
Simplesmente me puxou para abraça-lo. Apertou-me forte, deixando-me sentir o coração que batia tão forte como o meu. Tão acelerado, tão alucinado. Como se tivesse levado choques eléctricos. Afastou-se e segurou o meu rosto.
- Amo-te. – sussurrou.
- Eu… - arregalei os olhos arfante.
- Shhh – calou-me com os seus dedos nos meus lábios – Não digas nada. Eu sei que no fundo também me amas.
- Não sabes nada! Nada! – empurrei-o.
Ele suspirou.
- Também preferia não sentir isto. Estás com o meu irmão. Irmão que adoro e não posso trair. Simplesmente não posso evitar sentir. Sei que não podemos tentar nada, mas podes recriminar-me por sentir isto?
Não respondi.
- Tu tens a Roza…
- A Roza é apenas uma amiga de infância.
- A tua mãe disse que…
- A minha mãe tem os seus devaneios românticos.
- A Roza gosta de ti…
- A Roza gosta de mim como amiga. Os pais dela é que insistem para tentar algo. A minha mãe quer que me junte a alguém desesperadamente. – riu cínico – E os pais de Roza, pensam que como já ninguem me quer podia contentar-me com uma amiga.
- Tu… não gostas dela?
- Não acabei de dizer que te amo? – passou a mão pelos cabelos. – Já sabes. Mas também tento esquecer-te. Assim como sei que tentas esquecer-me nos braços do meu irmão.
- Eu gosto do Kyle.
- Não o amas. – afirmou. – Não o olhas como me olhas. Nem sei se isso é bom ou mau…
- Eu quero amar Kyle. – admiti baixinho.
- E eu quero deixar de te amar. Quero não ter ciúmes. Quero que sejas feliz com o meu irmão. Nunca te poderei dar nada.
- Não digas isso. Estás sempre a desvalorizar-te pelas marcar… Elas não são o Dominick. Não fazem de ti a pessoa que és…
- Arianna… Existe mais. – abaixou-se e dobrou as pernas como os chineses. Fiz o mesmo e estendi as mãos para ele que as segurou. Costumávamos fazer aquilo…
- Queres contar-me?
- É vergonhoso. Apenas o meu pai sabe. Tentamos arranjar solução agora.
- Podes falar comigo se quiseres.
- Eu sei… - sorriu e beijou as minhas mãos – Tu não te importas com elas. – falavas das cicatrizes que nem reparava – E contigo nem eu me importo…
Sorri-lhe. Para mim aquele era o homem mais perfeito do mundo. O amor que nunca teria. Perto dele com as mãos dadas, mas muito longe. Impossível de alcançar. O que sentíamos um pelo outro, não era suficiente. Não podíamos passar por cima de outras pessoas, de normas importantes na sociedade dele. Tentávamos transformar o amor numa bela amizade. E tentávamos desesperadamente acreditar que seria possível.
- Mesmo que não existisse Kyle, mesmo que não existisse esta grande confusão… Mesmo que não me tornasse num homem que tem qe se esconder atrás de uma mascara… Não podia pedir que ficasses comigo. Não podia.
- Porque? – perguntei baixinho. Olhava nos olhos dele. Perdida naquele chocolate derretido.
- Sou apenas metade homem.
- O quê? Não percebi. – admiti.
- Não poderia dar-te filhos. Não posso ter herdeiros. Neste momento não sei como ultrapassar isto, pois eu fui criado para governar. Não poderei ceder o trono pois sou o mais velho e Kyle não é feito para governar. Nem Kyle nem Clint. Penso que os filhos de algum deles é que me irá suceder.
- Estás a confundir-me com esta conversa.
- Sabes que é muito importante para aqui os filhos, não sabes? É sinal de respeito ter muitos filhos. Uma bênção.
- Acho que é como antigamente na superfície. As famílias de antes eram muito numerosas.
- Sim. É mais ao menos isso. E numa família real, é algo ainda mais importante. Os herdeiros são tudo.
- Já percebi isso. – afaguei as mãos dele – Terás os teus. – afaguei as suas mãos. A ideia de ele ter filhos era dolorosa, pois sabia que nunca seria a mãe.
- Não. Não posso ter filhos.
- Estás a tentar dizer-me que és estéril? – perguntei baixinho.
- Mais ou menos isso.
Apertei as suas mãos, pois sabia que para ele era muito grave. Era algo inconcebível para o futuro Rei. Como se não fosse viril nem homem. Daí ele dizer que não era um homem inteiro. Odiei todas as normas daquela sociedade.
- Isso não faz de ti menos homem.
- Espera… - suspirou – Eu antes não era.
- Foi depois que…
- Sim. Depois do acidente…
- Oh Dominick… - beijei as suas mãos que tremiam levemente. Ele estava envergonhado.
- Não poderia pedir-te que ficasses comigo… Não poderia de qualquer maneira.
- Isso não é importante. Não ligaria para isso. Vais ver que ninguém vai ligar para isso…
- Arianna… - suspirou e baixou a cabeça, não suportava olhar-me – Já não sou mais homem. Com o acidente fiquei impotente.
Gelei.
- Não poderei voltar a amar uma mulher fisicamente.
Choque. Respirei aceleradamente. Dominick não me olhava. Lágrimas caíram pelo meu rosto e abracei-o. Sofria por ele sofrer. Para um homem, aquilo devia ser um tormento. Para um rapaz de 20 anos, ainda mais. Para alguém como Dominick, futuro Rei numa sociedade como aquela… Era um pesadelo.
Daí ele sentir-se tão inferior, sentir-se tão mal. Com vergonha. Dizer que não era para mim… Que não me podia dar nada…
- Oh Dominick…
Ele beijou o meu rosto e afastou-se do meu abraço. Levantou-se e colocou a mascara. Eu odiava aquela mascara!
- Não sou homem agora percebes? Nem sei porque ainda fiz alguma operação e me livrei de coisas disfuncionais! Não funciono como homem percebes? – exaltou-se – Não poderia voltar a amar-te como no bar. Não posso voltar a sentir-me completo como naquela noite em que estive contigo. Não posso voltar a viver um clímax contigo. Não posso te dar filhos. Não sou homem para isso. Depois de gritos com o meu pai sobre herdeiros que não poderia ter contigo, agora o destino encarregou-se de não me permitir ter filhos com ninguém.
- Dominick…
- Isso no fundo é bom. Porque se não for contigo também não queria com ninguém. A vida continua. – Abriu a porta e sussurrou – Espero que não comentes a minha vergonha com ninguém. – e saiu.
Deitei-me na cama e chorei. Como tudo acabava ali?
Como podia Dominick sofrer tanto?
Não era justo! Não era!
Eu só queria abraça-lo e dizer-lhe que se não fosse Kyle ficaria com ele, porque com Dominick não importava o amor físico. Ele dava-me muito mais que uma cara perfeita como o namorado da Nikka tinha. Dava-me muito mais que um homem viril como esse rei. Ele amava-me. E eu amava-o de volta.
Ele sentia-se sozinho, e eu não queria a solidão para ele.
Era insano… Mas eu queria Dominick mesmo assim. Para mim, ele não era uma metade.
Então?
Gostaram dos capitulos?
Dois como prometi! =)
Surpresa isto do Dominick, não?
As coisas não são fáceis para aqueles dois. Vamos ver como isto tudo acaba.
Se Arianna vai preferia “um homem inteiro” como o Kyle, ou um “metade” o Dominick.
Na quarta á mais! :P
Já tinha saúdes vossas! :D
Beijinhos! Comentem! =P
P.S-) Como raio é que as férias acabam tão rápido? :/ Porcaria! Breve as aulas começam novamente…