Todo o que é postado neste blog é da minha autoria. Qualquer reprodução é ilegal e será punida. É pura ficção e alguma semelhança à realidade é coincidência.
Profanação [Em Apresentação] - Continuação de Amor & Sangue À Meia-Noite
Estou em periodo de praxes. Não tenho nem tempo para estudar (sim porque eu ainda nem estudei uma única coisa e o curso não é para brincar. Simplesmente não dá para estudar) e só venho ao pc para imprimir as coisas que os professores enviam para a proxima aula. Eu saio de casa de manha e só chego depois da meia noite (a maioria bem depois), quando não estou nas aulas estou naquilo a que nós chamamos “latada” e só saio de lá para jantar (e até o jantar é na casa dos superiores nunca janto em minha casa, onde ás vezes – 90% das vezes - tenho de arromar e lavar louça) e depois volta para a latada até as 23 h. Hora “oficial” em que a latada termina, mas depois ficamos muito mais tempo a ser praxados pelos que têem mais matriculas, normalmente até por volta das 2h ou 2h e meia da manhã. E na quinta feira fui apanhada por uma melicia – o pior pesadelo de toda a gente, somos propriadade deles até as 8 da manhã e a praxe deles são terriveis.
Assim que tudo abrande eu venho cá postar algum capitulo. Desculpem, eu apenas estou cansada fisicamente (muito. As praxes não são só “figurinhas” pelo menos não no meu curso. Parece a tropa aquilo, ou pior.) E a nível psicológica é indescritível. Nem sei se aguento até ao fim aquilo. Até porque eu nem tenho tempo de estudar e este mês já tenho frequências – vai ser lindo!!
Beijinhos e espero que percebam! Eu vou dando noticias, e logo que consiga eu posto, nem que seja pouquinho!
Não se esqueçam das minhas histórias nem de mim! :P Eu lembro-me sempre de vocês, assim que dê eu tento escrever. ^Vão visitando o meu blog pessoal que eu vou tentando dar noticias por lá!
P.S-> O capítulo está sem músicas, porque a minha Net está parva e não abre os vídeos do youtube,e já estou á imenso tempo a tentar. Dessa forma, é impossível eu colocar as músicas. =/
Definitivamente, eu não era nada além de uma imbecil que sempre cometia os mesmos erros. Parecia que nunca aprendia. Porque, eu sabia que ao não contar a Alexander sobre Yakiv, traria muitos problemas. Mas e se eu contasse? Se eu contasse, ele iria desconfiar de mim, que eu sempre soubera que ele ficou vampiro, que ele estava no castelo e tudo o mais. E iria fazer Yakiv enfrentar a verdadeiramente morte. Isso era certo, porque mesmo Alex não fazer ideia de como ele era, ele odiava-o. Pensei que a melhor solução seria saber de tudo primeiro, saber como Yakiv ficou vampiro (sim, porque ele não era um quando eu o conheci. Tinha certeza absoluta), saber a razão pela qual ele estava alí, e fazer Alex ver que ele não era como ele pensava que era. Eu iria contar, só que… quando tudo estivesse calmo. Em duas horas o sol nasceria, e Yakiv iria dormir para ficar longe do sol, só na noite seguinte eu poderia falar com ele. Por enquanto, não ficaria a pensar mais nisso. Ainda tinha coisas pela frente antes disso. Já tinha guardado as minhas coisas no meu antigo quarto, e sorrindo pensava em como tudo estava igual. Pensei que Alexander tinha simplesmente feito tudo aquilo explodir. Mas não, estava tudo ali. Mas eu não ia dormir ali. O meu sorriso abriu ainda mais. Dormiria no quarto do Alex, ali seria só… o meu quarto de vestir ou algo do género. Gostei de voltar ao castelo. Apesar da maioria das recordações serem angustiantes, era bom estar de volta. Quando entramos no castelo, Alain, Julliane e Kawit estavam presentes. Penso que todos fomos reservados em relação uns aos outros, eu não sabia o que eles pensavam, tinham uma expressão impassível. Bem, não todos. Eu conseguia perceber o quanto Kawit estava raivosa, e ela percebeu bem a mensagem transmitida no meu olhar para ela “Sim puta, estou de volta”. No entanto, ela baixou a cabeça para mim, quando Alexander ordenou que me respeitassem como o respeitavam a ele. Enquanto me penteava, fazendo uma trança no longo cabelo ruivo, encarei o espelho e sorrindo deixei lembranças aleatórias invadirem a minha mente. Flashback
- Caraças Alexander! – resmunguei enervada – Odei quando fazes isso! Assustaste-me. De novo. Saia do minha casa de banho, depois de ter feito a minha higiene pessoal, e ao entrar no meu quarto, vi Alexander deitado na minha cama relaxado e á minha espera. - Tive saudades tuas. De novo. – sorriu. Raios. Sempre que ele dava aquele sorriso torto, eu ficava com o coração aos pulos e era impossível ficar chateada. Saltei para a cama, sem me preocupar com a t-shirt larga com um gato estampado tivesse subido e revelado um pouco das coxas. Os meus lábios cobriram os dele vorazmente, e os meus dedos embrenharam-se no seu cabelo castanho, deixando-o ainda mais desalinhado. - Hum, não sei se é boa ideia estares aqui, com o meu pai em casa. –aninhei-me nos seus braços – Já não dás aulas no colégio, mas imagina o que o meu pai faria ao ver um homem no meu quarto. Um homem que é meu ex-professor, e que nos apaixonamos enquanto eras meu professor. - Eu já disse que por mim, não fazíamos mais segredo. - Eu só quero preparar o terreno. – pisquei-lhe o olho – Mal posso esperar para que todas na escola saibam que eu tenho o professor gato! – brinquei. - Achas que o teu pai vai fazer muita confusão pelo nosso relacionamento? - Não sei… Talvez um pouco. Mas não me importo. - Óptimo – mordiscou a minha orelha – Porque eu também não. - Agora, fica sossegado que eu tenho de me pentear. – mordi-lhe levemente o queixo – Depois tenho de ir a casa da Nereida, posso é escapulir na parte de tarde até tua casa… - Só de tarde? – sentou-se na cama enquanto eu me levantava. - Só… - disse olhando-o por cima do ombro – Infelizmente… Quando me olhei no espelho, pensei seriamente que Alexander não devia me ver assim tão cedo pela manhã. O meu cabelo definitivamente estava uma confusão total. Comecei a pentear-me rapidamente e optei por usar duas tranças. Comecei a trançar um lado do cabelo. Alexander levantou-se enquanto eu amarrava um elástico. - Eu faço o outro lado. – Os seus dedos começaram a deslizar pela outra parte do cabelo e eu olhava-o enquanto ele franzia a testa. - Alexander, sabes fazer uma trança, certo? – ele assentiu – Um lado passa por cima da do meio, e depois fazes o mesmo com o outro lado. – disse divertida. - Já está. – beijou os meus lábios depois de amarrar um elástico. Virei-me para o espelho – Ficas-te linda. Simplesmente o olhei, e comecei a desfazer a “trança”.
(…)
Retirava os meus livros do meu cacifo vermelho, e pensava nas palavras de Nereida. Na hora do almoço, no refeitório, comentara com ela o quanto era raro o professor de Inglês almoçar lá. Nereida disse que eu devia parar de prestar tanta atenção no professor tirano – mas lindo – de inglês. Para não me meter em mais problemas. É, ela tinha razão. Apenas, talvez fosse tarde de mais. - Olá Brown! Respirei fundo ao reconhecer a voz falsa. - Olá Nora. – fechei a porta do cacifo depois de tirar o meu caderno – Adeus, Nora. - Ey, espera aí! – segurou a manga do meu casaco. - Tira a pata. – avisei-a – Já me estou a passar contigo desde o inicio da semana. Vais te safando porque não quero ficar de castigo novamente, mas não abuses. - Ou o quê? E pronto, em cinco minutos, depois de o típico “palavra puxa palavra”, estávamos a puxar os cabelos uma á outra, e um grupinho já se juntava incentivando. Um rapaz da turma puxou-me, enquanto o outro puxava Nora, impedindo-me de vingar do arranhão na bochecha e na testa que aquelas unhas falsas me fizeram. - Sua puta! – rugi pontapeando o ar e pela cara de pervertidos de os rapazes tinha a certeza que eles tinham visto as minhas cuecas quando as minhas pernas batiam no ar fazendo a saia do uniforme escolar esvoaçar. Aquela espécie de prostituta desmiolada tinha fios de cabelos meus entrelaçados pelos dedos (eu também tinha os dela) mas eu não tinha podido retribuir os arranhões na cara. Iria parar hoje mesmo de roer as unhas, porque finalmente tinha um motivo mais que motivador. Eu iria fazer-lhe o mesmo. - Ey! – ouvimos a voz do professor de Biologia gritar e empurrar os alunos entrando no círculo – O que se passa aqui? Percebi a presença do professor Alexander entrando no círculo de alunos e juntando-se ao professor de Biologia, para perceber o que se passava. Então parei de esbracejar e pontapear o ar. Ela já não devia ter uma boa impressão sobre mim… - Ela atacou-me! É que era sempre a mesma coisa. Eu sempre a atacava. Ela nunca tinha culpa. - Foste tu que começas-te! – rugi enquanto o rapaz me soltava, assim que sabia que não nos íamos pegar outra vez. - Não me importa quem começou, ou quem terminou. – a voz gelada de Alexander fez todos se remeterem ao silêncio. O resultado fora as duas de castigo – sim, finalmente não ficava só eu! Nora, ficara a lavar as casas de banho – incluindo os balneários, boa sorte com os masculinos! - a cantina, o ginásio e os corredores. Oh, o quanto ela chorou para tentar alterar isso! E eu fiquei de arrumar as salas todas. A tarefa estava bem distribuída em quantidade (ambas só abandonaríamos a escola lá pelas 11 da noite! E a escola fechava ás 4 e meia da tarde. Era muita coisa a der feita) só que pela primeira vez, eu fiquei com a melhor parte. Durante a aula de Inglês, Nora fingiu estar com dores de barriga, obvio que era para se escapulir do castigo. O professor Alexander também percebeu, e respondeu simplesmente “Não adianta tentar evitar o castigo. Se não fizer hoje, fará o mesmo castigo durante cada dia da próxima semana.”. Eram umas seis horas da tarde, e eu não tinha arrumado nem metade das salas. Estava a limpar as mesas quando ouvi uma batida na porta, uma forma de mostrar a sua presença. Corei ao perceber quem era. - Esqueci uns documentos, e vim saber se o castigo está a ser comprido devidamente. – ao contrário do que a frase indicava, ele não foi autoritário. - Hum… Eu estou a fazer o melhor possível… - engoli em seco – Mas acho que toda a gente vai ficar feliz, por amanha serem as funcionárias a tratar de tudo outra vez. - Talvez o castigo foi demasiado pesado. Obviamente vai levar imenso tempo. - Pelo menos não fiquei com as casa de banho! – não pode evitar sorrir. - Foi á infirmaria ver os arranhões, como mandei? - Sim, fui… Mas não era necessário… Foi só superficialmente, nem vai deixar marcas. – o que era a sorte daquela atrofiada. Silêncio. Como ele não disse mais nada, voltei ao “trabalho”. Ele ficou encostado á porta, observando. Talvez a inspeccionar. Quando terminei a sala, empurrei o carrinho de limpezas para a outra e ele foi a trás, desconfortável. Antes de entrar na sala, tirei as luvas e hesitante levei a mão ao bolso e fechei-a sobre o objecto que já carregava á mais de uma semana. Sem nunca ter tido coragem, nem oportunidade de agir. Engoli em seco, e então rapidamente virei-me estendendo a mão com a palma branca para cima. Ele fitou a moeda, sem perceber. - Hum… - eu realmente estava a sentir-me mal, de tão forte que o meu coração batia e rugia nos ouvidos. – Eu… Naquela aula, em falou sobre os vícios do jogo dos petas, disse que nunca tinha sorte… E bem… - com os dedos trémulos, girei a moeda, mostrando novamente uma face igual. Dois lados, e de cada lado, a mesma face. – se jogar com esta moeda, ganha sempre. Irá ter sempre sorte…Eu pensei que iria gostar… Ele fitou-me nos olhos, e eu desviei o olhar, enquanto os seus dedos pegavam na moeda, e a analisaram. - Interessante… - a voz dele estava baixa – É… para mim? Assenti sentindo-me muito corada. - Nunca recebi um presente. – os seus olhos focavam os meus, e depois acrescentou rapidamente – Um presente deste género, quero dizer. - Gostou? - Sim, mas… Não devia ter gasto dinheiro com um presente para mim… É uma peça antiga, de ouro branco… Não posso aceitar. – estendeu a moeda para mim. - Não gastei dinheiro. – engoli em seco – Foi a minha mãe que me deu, quando era pequena. Tinha sido da minha avó… - Realmente não posso aceitar. – voltou a colocar a moeda na minha mãe, os seus dedos envolvendo a minha mão, fechando-a sobre a moeda. Engoli com dificuldade, tentando conter as lágrimas. Recriminei-me a mim mesma, por fazer papel de idiota. Olhei para a sala e mormurei: - Eu percebo… É melhor ir arrumar esta sala, se não nunca mais acabo… - Eu… - disse ele hesitante – Eu gostei imenso, sinto-me honrado, mas não posso aceitar. - Está bem. - É um presente de família… Porque queria oferece-lo para mim? - Porque… Achei que já me deu sorte, e podia fazer o mesmo pelo senhor… Gostaria que ficasse com a moeda… E o Natal é este mês, eu pensei que… Não é nada de mais. Percebo porque recusa. – agora eu percebia que devia ser embaraçoso para ele, ter uma aluna a oferecer aquilo. Mas eu não tinha pensado por esse lado, eu só… Achei que aquilo devia ficar com ele. E não pensei sobre quão revelador podia ser o gesto. Queria fugir dali de tão envergonhada que ficava. Ia virar-me quando ele segurou o meu pulso, e delicadamente abriu a minha mão, pegando na moeda. - Obrigado, pelo presente. Mas, se o quiser de volta, não hesite em pedir… - gradou-o no bolso do casaco – Vai dar-me sorte, certamente. E sem mais uma palavra, começou a caminhar para a saída. Na semana seguinte, uma caixa dourada estava á porta da minha casa, com o meu nome. Peguei nela antes que o meu irmão a visse, mas estava sozinha em casa e corri para o meu quarto. Abri e dentro estavam dois livros. Eram antigos, mas em perfeito estado. Suspendi a respiração, e tremia sem controle. Eram dois volumes. O idioma era Alemão."Kinder- und Hausmärchen", pelos Irmãos Grimm (Jacob e Wilhelm). Foi publicado inicialmente em 1812. Eram uma primeira edição. Tremendo, lembrei-me que tinha dito que aquelas eram as minhas histórias infantis preferidas. As minha histórias preferidas de todas. Tinha dito aquilo, num debate na aula de Inglês. Não tinha remetente, mas eu sabia perfeitamente quem tinha enviado.
Que tal? =) Gostaram? Comentem! =D
Eu pensei que seria fofo e romântico saberem mais um pouco do que aconteceu com eles os dois no tempo lá na vila. Sempre tive a ideia de fazer isso nesta temporada, quer por flashback, ou por conversas deles... E o momento começa a ser bom para isso, quando eles estão num bom momento, relaxados e in love e tudo isso =)
Beijinhos!
P.S-> Falta-me responder a 9 comentários (salvo erro) do capítulo anterior. Vou tratar disso agora mesmo, depois vejam. =) Editado: Já estão todos respondidos. Vão conferir, é que podem já não se lembrar que comentaram ;)
Passei só para dizer que eu hoje trago post mais logo, é que fiquei sem net porque quando esteve mau tempo a minha ligação foi-se… Mas eu continuei a escrever, e hoje venho já colocar as coisas direitas por aqui! Mas tem de ser mais logo, porque não tou em casa…
Ah, e agradecer também ao anónimo que têm vindo a comentar sobre as personagens de amor e sangue á meia noite e tudo o resto! Espero que gostes da história, além dos personagens =) Eu adoro coments! :) Nem que sejam para dizer olá! =) Como não tinha outra maneira de contactar, aradeci mesmo aqui! :)
Olhem, eu aqui chorei imenso ao escrever este capitulo. Talvez seja porque sou eu a escrever e me coloque nos personagens junto com sabendo os seus destinos... Talvez eu sinta mais, e ao escrever chorar e rir é mais facil para mim. Espero ter passado os sentimentos. Mas bem, quem é sensível, talvez deva ir buscar uma caixinha de lenços:P
- Não acredito… - sussurrei baixinho.
Encostei a cabeça no vidro da janela do carro, e olhei para a casa que por um tempo me acolheu, iluminada pelo luar. Uma lágrima de sangue escorreu pela minha pele pálida. Limpei-a rapidamente.
- Eu não acredito é que estás a chorar. – os seus dedos tencionaram-se no volante enquanto arrancava. Contrario ao que pensava, arrancou suavemente. – A chorar, na minha frente. – olhei-o de esguelha e suspirei. Voltei a olhar para a casa, que ficava cada vez mais longe. – A chorares na minha frente, por outro. – a sua voz suava ressentida, e um tom de fúria e amargura escondida.
- Alexander, pelo menos tenta parecer menos egoísta. A sério, ás vezes eu não consigo acreditar em como tens um coração tão gelado.
Ele não me respondeu.
- Ás vezes penso que vou morrer congelada só por estar perto de ti.
- Não vou nem se quer responder a isso. – olhou-me de lado, aparentemente calmo – Estás á procura de uma discussão. Poupa o trabalho e desabafa de uma vez. Chora lá pela morte do miserável humano.
- Pára o carro. – disse firme.
- O quê?
- Pára o carro, agora.
Ele deslizou o carro, por um caminho de terra batida que surgiu embrenhando pela floresta e depois parou. Saí do carro e afastei-me um pouco, passando as mãos pelo cabelo nervosa.
Inclinei a cabeça, e deixei algumas lágrimas escorrerem, um nó na garganta. Arrependimento. Arrependimento e mais arrependimento. Enquanto os meus ombros balançavam um pouco, senti os braços quentes de Alex, deslizarem pelos meus ombros, e puxando-me contra o seu peito. Sentia as costas quentes pelo contanto com Alexander, enquanto os seus braços me rodeavam, dando-me conforto.
Eventualmente, acabei por me girar, e encarar o seu rosto. Ele estava tenso, pensativo. E no entanto, o seu olhar estava repleto de preocupação, enquanto limpava os meus olhos e me beijava suavemente na boca. Segurei os seus cabelos desalinhados, sentindo a sua língua deslizar pelos meus lábios.
- Não consegui pagar a minha divida. – respirei fundo, ainda abalada. – Nunca poderei agradecer e pedir desculpas. – murmurei contra o seu peito.
Alguns dias atrás, Alex dissera que voltaríamos para o castelo. Para começarmos, onde tudo tinha terminado. No entanto, ele surpreendera-me, dizendo que antes disso, iríamos á Ucrânia, perto da fronteira com a Roménia. Disse que se era algo que me deixava tão cheia de arrependimentos, iríamos á casa da família do militar, ajuda-los financeiramente e eu poderia pedir perdão ao tal militar e devolver o dinheiro que ele me dera. E depois seguir em frente. Ficara tão feliz, que me lancei nos seus braços, acabando a trocar carícias enlouquecidas e desenfreadas contra a porta da cozinha do meu antigo apartamento. Não só feliz por poder tirar um pouco do peso de consciência que carregava, talvez obtendo perdão, mas especialmente porque Alex o sugeriu. Ele tratara de tudo. Por mim.
E, no fim de nada valera. Chegara na casa, e Alex foi traduzindo o que a mulher falava. Afinal, todos os milénios que vivera dera tempo suficiente para saber todos os dialectos, além de que a mente de um puro funcionava infinitamente mais rápido que um simples humano. Alex ainda com a mão entrelaçada na minha, com a voz ausente de emoção, traduziu as palavras da mãe de Yakiv. Yakiv, tinha desaparecido cerca de dois, três meses depois de mim, numa missão qualquer militar. E nunca mais regressara.
Controlei-me, disse o quanto lamentava. E agradeci de novo á família. Alexander, passou-lhes um cheque, que pelos olhos esbugalhados da mulher devia ser muito mais do que ela alguma vez sonhou ter em toda a sua vida, mesmo trabalhando todos os dias. Percebi que ela tentou recusar, mas Alexander insistiu. Despedi-me, mandando comprimentos para o marido dela, e voltei para o carro.
As mãos de Alexander, deslizavam pelo meu cabelo, massajando os meus ombros em seguida, tentando livrar-me da tensão. E no entanto, ele estava tenso.
- Por favor Alex, - coloquei-me em bicos de pé, beijando a sua mandíbula tensa – Não estejas assim agora.
- Estás a chorar por outro homem. – os seus dedos, prenderam o meu queixo obrigando-me a ver o seu olhar intenso. Aquele cinzento azulado brilhante.
- Não é da forma como estás a pensar. Eu só cheguei tarde de mais… Eu – suspirei – Não compreendes? Ele era uma espécie de amigo que eu trai, que eu mesmo sem querer e me aperceber manipulei desprezivelmente. Tirei vantagem dos seus sentimentos, fiquei com tudo o que ele tinha, e deixei-o sem nada. Ele amava-me, e mesmo eu não o amando nem como homem, nem mesmo como um elemento da minha família, eu gostava dele. Ele era, como um amigo. Eu preocupava-me. Tenta perceber, ele acabou por partir para a tal missão e não voltou. Ele morreu com o coração partido. Eu parti o seu coração. E ele morreu sem eu poder dizer o quanto lamentava, o quanto ainda lamento. – suspirei, percebendo ainda o ciúme nos seus olhos, e desconfiança. A desconfiança de que eu lhe mentia. – E eu terei de viver o tempo todo cheia de remorsos. E Alex, o tempo todo, para nós, significa para sempre. E para sempre, como sempre disseste, é muito tempo.
As suas mãos quentes, seguraram o meu rosto enquanto os seus dedos polegares acariciaram os meus lábios.
- Nikka, já pagas-te o que quer que devias. Agradeces-te aquela família, eu agradeci, e eles nunca mais terão problemas de dinheiro na vida! Não me pareceu que tivessem passado privações de necessidades básicas. No entanto, agora poderão viver muito bem, sem qualquer preocupações monetárias. Tu, não deves mais nada!
- Não para a família. Mas eu tinha uma divida com Yakiv. E não a paguei. – insisti. – E nunca poderei saldar essa divida.
As suas mãos nervosamente colocaram fios do meu cabelo ruivo, atrás das orelhas. Roçou os lábios nos meus levemente e sussurrou:
- Não te vou mentir. Sabes que para mim, a morte dele foi algo que eu ansiava… - tapou os meus lábios com os seus dedos, calando assim o meu protesto – Tu sabes isso, eu queria a morte dele, mesmo não conhecendo o seu rosto. No entanto, preferia que tivesses resolvido tudo o que tinhas a resolver. Mas, tu sabes, que eu não lamento. Nunca lamentarei nada, nada além do que te incomode. E o que lamento, é que sofras. Não pela morte dele. Especialmente, lamento que sofras por ele!
- Estavas tão distante, tão ausente. Indiferente, como se o meu sofrimento, nada significasse para ti…
- Não. Eu estou ausente, para não te fazer sofrer. – disse entre dentes – E te dizer o que penso daquele que consideras a porra de um santo! – silvou – Eu odeio que te preocupes com a porra do militar. Ele aproveitou-se de ti.
- Não digas isso!
- Não é verdade? – riu ironicamente soltando o meu rosto – Tu já o tinhas colocado num pedestal á muito tempo. Guardavas a sua memoria só para ti. Só na porra da semana passada me falas-te nele. Porquê? Porquê? – tentou moderar a voz, que saia áspera e cheia de rancor – Eu digo-te porquê. Porque querias que eu não estragasse nada, querias guardar segredo. Como se eu fosse um demónio, e ele um anjo. A diferença Nikka, é que ambos sabemos que eu sou, e eu não tento fingir ser bom ou qualquer porra. Enquanto que o teu precioso militar fingia-se de bonzinho, quando tudo o que queria, era sexo! – neste momento, ele já me agarrava pelos ombros e me abanava.
- Por favor, Alexander. Pára com isso. – respirei fundo, tentando acalmar-me – Eu bem que desconfiei que andavas a pensar coisas do género! É tão difícil pensar que existe pessoas boas? – ele riu amargurado – Achas que ele não me podia amar mesmo, que eu não posso despertar amor? Só luxúria? É assim que tu me vez? Foi assim que tu sempre me viste?
- Não me compares com ele! Achas que um humano, pode sentir o que sentimos? Tu és um puro também Nikka. Sabes perfeitamente da diferença entre alguém como nós e um humano. E eu… Eu vivo á muito tempo. O amor que eu sentia por ti, não pode sequer estar na categoria de qualquer sentimento, quanto mais, na categoria de um simples humano aproveitador. – O amor que sentia. Sorri amarga. Ele nunca diria que me amava de novo. Apesar, de, de certa forma eu sentir o seu amor. Mesmo, no ciúme dele. – Sim, eu sentia uma luxúria insuportável por ti. Mas eu amava-te. Como jamais, alguém poderá chegar perto de amar.
- Eu sei, eu percebo a diferença. Só, tenta perceber que não era assim como querer fazer parecer! Eu sentia sim, que ele me desejava. Mas, ele só queria proteger-me, ele queria cuidar de mim. Ele queria a rapariga que pensava vir da prostituição! Ele queria corar o meu coração partido. Ele era doce o tempo todo, não sedutor.
- Seduzia tentando parecer a porra de um menininho perfeito! – rugiu, com o resto perto do meu. Os olhos faiscantes – Ele não era um anjinho! Tudo o que ele fez, ele fez querendo algo! Oh, ele até empurrava no baloiço, não foi? – gargalhou de uma forma que me arrepiou - Se ele não tivesse morrido, depois de tu teres a porra do tão precioso perdão, iria adorar arrancar o seu coração!
- Porque tens de ser assim? – gritei – Vês maldade em tudo, sempre segundas intenções! E queres saber? Não me importo mais o que pensas. E tu não podes mandar na minha maneira de pensar. – afastei-me dele, olhando-o com raiva.
- OH… Tu estão tão fodidamente apaixonada por ele! – rugiu tão alto que eu saltei de susto, enquanto os seus olhos ficavam avermelhados, e as suas presas alongaram-se. – É isso não é? Tu apaixonaste-te por ele.
- Deus! Para com isso Alexander! – eu não gritei, passei a mão pelo rosto, tentando acalmar-me – Estives-te este tempo com isso na cabeça, não foi? A sério, tu és doente.
- Diz-me – as suas mãos capturaram o meu rosto. Pensei que me seguraria com forças excessiva, mas ele não o fez, estava tenso, ainda no estado de predador. Mas não me magoou – Quantas… Quantas vezes fodes-te com ele?
Suspirei.
- Já tivemos uma conversa do género. E eu disse-te que não tinha tido relações sexuais com ninguém, quando estivemos separados. Que tu, tinhas sido o meu único homem. – levei a minha mão ao seu rosto tenso, muito quente pela sua fúria – E tu, juras-te que também não tinha feito com ninguém. E eu acreditei em ti.
- Eu não fiz. – cuspiu as palavras – Tentei, mas não consegui. Queria-te longe da minha mente! Desde o dia em que coloquei os meus olhos em ti, nunca mais me interessei por ninguém. Mas não sou ingénuo. Eu sei que tiveste sexo com ele!
- Alexander…
- Tu estás apaixonada por ele! Olha para ti! – dizia amargurada – A defende-lo, a idolatrado! Como, como posso competir com a porra de um santo? Como posso competir com porra de lembranças que tu nem contas?! – ele virou-me as costas, começando a mexer-se de um lado para o outro, tentando acalmar-se.
- Alex – caminhei para ele, e abracei-o por trás, encostando o meu rosto, nas suas costas. Ele estava tenso. – Por favor, acredita em mim. Eu nunca, em momento algum senti luxúria por alguém além de ti. Quanto mais fazer o que quer que seja, com Yakiv. Especialmente naquele momento. Eu sequer sabia o que era, eu não estava bem lúcida… - dizia amargurara, e acabei por derramar lágrimas – Olha para nós, estamos tão fodidos. – disse a completa verdade – Eu tenho medo, medo de que já não tenhamos concerto… - ele segurou as minhas mão e encarou-me de novo. O seu olhar desesperado, e beijou-me vorazmente. E as suas presas acabaram por se retrair.
Quando o beijo passional acabou, eu encostei a cabeça no seu peito, e ele limpava a minha bochecha com o polegar, a limpar o risco vermelho que as lágrimas de sangue fizeram.
- Tu nunca mais vais confiar em mim. – disse com a voz suave, e triste – Não consegues, porque eu trai-te. E mesmo que tentes, não tens confiança novamente em mim. – suspirei – Vais sempre desconfiar o tempo todo de mim. Antes, a minha palavra era uma verdade absoluta, e agora… Alex, cada palavra minha, na tua mente é uma possível mentira. - desta vez, foi eu que coloquei os meus dedos nos seus lábios, impedindo o protesto – Eu percebo. Eu magoei-te tanto. Não vou ter a tua confiança de volta assim fácil. Só que para mim Alex, também nem tudo é fácil. Eu também morro de medo. Morro de medo, cada vez que te afasta de mim para caçar ou qualquer outra coisa. Morro de medo se sais do meu campo de visão, ou te deixo de sentir por perto por mais de 5 segundos. Temo o tempo todo que vás embora. Temo o tempo todo, que voltes a ficar furioso, e me expulsos de novo. E eu, Alex por favor, eu não posso ficar sozinha de novo! – implorei segurando o seu casaco e novas lágrimas caindo selvagens e o coração tão apertado que doía a respirar – Eu não posso ficar sem ti. Não de novo. Por favor, entende que eu também tenho medo. Porque ambos estamos fodidos, ambos estamos partidos. E… Eu acho que não estamos no caminho certo. Nada funciona, ainda desconfias de mim o tempo todo, e eu não me sinto segura…
- Não vou deixar nada de mal acontecer-te. Eu juro. – a sua voz estava presa, e os seus olhos ensanguentados pelas lágrimas. Lágrimas que eventualmente caíram – Aconteça o que acontecer, eu não te abandonarei. Ouviste? – os seus lábios, trémulos como os meus, percorreram o meu rosto – Estás presa a mim. Para sempre.
- Oh, Alexander… Tu também me prometeste amar e venerar acima de tudo… - eu chorava e soluçava com tanta dor que eu nem sabia como tudo aquilo tinha surgido naquele momento – Dizias que sempre me protegerias… E mesmo assim, mesmo assim, expulsaste-me do castelo. E eu fiquei sozinha. Sozinha o tempo todo, sem saber absolutamente nada. Eu não sabia nada, nada de regras, a verdade é que não foste um bom criador. E eu, tornei-me uma má cria em retorno. Eu não aguento ficar sozinha de novo…
- Lamento por tudo isso – ele limpava as suas próprias lágrimas – Eu só, não quero voltar a ser aquela porra de ser sem nada na cabeça, tão morto pelas facadas que me deste. O meu amor, todo o meu mundo, a minha alma… o meu pequeno anjo, tentara destruir-me. Sem piedade, depois de tudo. E mesmo assim, tudo o que eu queria, era ter-te de volta. Sem qualquer tipo de orgulho. Eu não quero passar por tudo aquilo de novo…
- Nunca mais. – segurei bem o seu rosto, e olhei bem fundo nos seus olhos – Eu morro se me abandonas de novo. Não terei mais forças para isso.
- Nunca, minha pequena. Nunca digas isso. Não fales em morte, tu nunca morreras, eu sempre estarei ao teu lado, protegendo-te contra a única coisa que poderá tirar-te de mim, o fogo. Eu nunca te deixarei correr qualquer tipo de perigo. Eu nunca te abandonarei, porque mesmo que me mintas e me tentes matar, eu nunca morrerei, e pensar que possas deixar de viver no mesmo mundo do que eu… - ele respirou fundo – Não quero nem pensar nisso.
- Alex, eu estou tão cansada!
- Cansada?! – as suas mãos seguraram-me forte – Cansada… de mim?
- Não… Cansada disto… Nós não estamos a ir a lado nenhum… Tudo isto de fingir que nada aconteceu, e cada um ficar com os seus pensamentos sombrios, está a matar-nos aos poucos. Nós discutimos o tempo todo, magoamo-nos mutuamente… Isto não vai acabar bem… Eu não posso continuar assim. Eu sei que vai doer, mas teremos de enfrentar isso juntos.
Ele assentiu e beijou-me.
- Apenas, vamos de vagar, Nikka.
- Eu também prefiro assim… Eu tenho tanto medo que invés de estarmos a melhorar, estejamos a nos destruir.
- Eu também fico assustado. Eu não sabia o que era amor, mas é tão doce, tão amargo. É um veneno mortal e ainda é o paraíso. Oh Nikka, tu fazes-me viver no paraíso e arder nas chamas do inferno! Eu preciso desesperadamente de ti, e no entanto ás vezes sinto que é uma maldição. Estou a pagar por tudo o que fiz. Mas eu não vou desistir Nikka, eu quero perdoar-te, eu quero esquecer. Eu quero que sejamos felizes, nos fomos felizes antes… Mas foi tão pouco tempo… Mas eu não estou a conseguir, eu tento, eu juro que tento. Mas não consigo. Sempre foi a minha natureza, sempre que penso, sempre que recordo, eu sinto que estou a passar por tudo aquilo de novo… Eu não consigo deixar-te ir, mesmo fazendo-nos mal, eu não consigo deixar este ciclo vicioso. E eu não sei se algum dia pararemos. Á momentos em que eu acho uma punição, outros uma bênção, um milagre. E, em qualquer deles, eu não paro de pensar em ti, em te querer e te guardar só para mim. E no entanto, destruímos mutuamente. Ambos recebemos isto, ambos meio que estamos doentes, e teremos de aprender a viver com as escolhas que fizemos e que nos levaram até aqui e superar ou eu não sei o que nos irá acontecer. Ambos somos escravos disto. Eu sou um escravo de novo, e mesmo assim, eu não quero a liberdade.
Tudo aconteceu tão rápido em seguida, que eu mesmo poderia tentar lembrar o que se passou. Só sei que no momento seguinte, estávamos embrulhados no chão da estrada de terra batida abandonada, ainda meio vestidos, fazendo amor loucamente. O corpo de Alex procurava o meu, e o meu, loucamente ansiava por ele e respondia a todos os seus toques. Nada era suficiente para matar a nossa anciã, a nossa fome de amor, de perdão, de esperança por novos tempos felizes. Não havia duvida de que eu sempre seria dele, e ele seria sempre meu. Mas, por quanto tempo?
- Tinhas mesmo de rasgar as minhas calças? – resmunguei um tempo depois.
Estamos deitados no capo do carro, encostados ao vidro. Uma leveza nos envolvia, enquanto estávamos abraçados, fazendo carinhos um no outro.
O Carro, ele tinha-o alugado e assim que tínhamos saído do seu jacto partículas para nos dirigirmos á casa da família de Yakiv. As malas já tinham sido enviadas para o castelo, tudo já devia estar lá na Roménia. E esse meio que era um problema no momento, já que eu não podia pegar nenhuma roupa da mala. Não podia acabar de me vestir completamente como Alexander, uma vez que não tinha calças disponíveis
- Agora, vou aparecer no castelo sem calças, Alex? – na verdade, eu nem estava preocupada com isso. Só o abraçava.
- Eu paro pelo caminho em algum lugar e compro algo… - beijou o topo da minha cabeça, afagando com a outra mão a minha coxa nua. – foi bom, não foi? Então, valeu a pena o pequeno incomodo…
- Convencido!
Ambos rimos.
- Olha lá… - levantei o rosto e olhei-o semicerrando os olhos, desconfiada – Que história foi aquela de “sentia uma luxúria insuportável por ti”?
- Obviamente que ainda sofro desse problema… - ia-me puxar para um beijo e eu interrompi divertida.
- Não é isso… Tu sentias desejo por mim, enquanto eras meu professor, não é? – ri enquanto ele deu de ombros – OMG, que vergonhoso Alexander! Antes mesmo de nos declarar-mos, tu imaginavas-te a ter sexo comigo? – eu estava a adorar aquela conversa.
- Honestamente sim – mordeu o meu queixo – Obvio que sim, Nikka. Vais me dizer, que nunca pensas-te em algo comigo? – ele fitava-me incomodado. Como se eu dizendo que não, fosse uma espécie de “desilusão”. Afinal, ele sempre se achara irresistível.
- Bem, não era nada pervertido ou assim – senti-me corar – Eu imaginava fazer amor contigo. Em beijar-te… essas coisas. Que dissesses que me amavas…
- Eu passei pelo inferno – suspirou – Eu não pensava em mais ninguém, e o tempo todo tinha tido mulher atrás de mulher, todos os prazeres carnais satisfeitos. E então, conheci-te. A aluna adolescente que me roubou o coração. E eu nem podia tocar. Foi mesmo o inferno.
- E, quando começamos a namorar, eu queria muitas vezes e tu afastavas-te. – beijei o seu pescoço, e afaguei o seu peito, coberto pela camisa escura. –E eu admiro-te por isso. Eu não sabia qual a tua natureza, e tu respeitaste-me imenso. Mesmo, querendo provavelmente mais do que eu.
- É. Apaixonar-se tornas-nos assim, parvos.
- Oh, não digas isso! – ri – Tu eras muito romântico. Não aquele romântico extremo, mas um romantismo que eu sempre apreciei. Eu via naqueles gestos brutos, naquela ferocidade sobre me proteger, romantismo. Mesmo quando eu descobri o que eras, tu vinhas o tempo todo tentar-me.
- Queria sexo.
- Parvo! – abanei-o para ele parar de rir – A sério, Alexander. És um pervertido… A fantasiar com uma aluna, mais nova e virgem. Meu deus, tu corrompes-te uma menor! – fingi alarme.
- Eu nunca pensei que serias virgem. Só descobri quando já era tarde – mordeu a minha orelha – E honestamente, se soubesse antes, não teria feito diferente. Eu adorei, quando tu me disseste que eu também tinha sido o teu primeiro beijo… - sussurrava no meu ouvido, provocando-me.
- Certo, e eu em troca tenho um vampiro desavergonhado. – comecei a murmurar baixinho contra o seu pescoço – Eu quase morro sempre que me tocas.
- E eu quase morro, sempre que tu me tocas de volta… Ou quando te toco.
- Hum.. Alexander, tu pensavas em fazer amor comigo, mesmo quando estávamos na sala de aula? Eu tenho vergonha, mas eu sempre que te via, pensava em como seria beijar-te enquanto davas a matéria de inglês.
- Vergonha? – ele riu divertido – Eu não tenho vergonha, e acredita que eu não pensava só em beijos, quando te olhava. Eu pensava mais, era mesmo em te reter no final da aula. Sozinha comigo na sala.
- E depois o quê? – sussurrei.
- Fazer uma ou duas coisinhas – soltou um riso baixo e rouco – Lembras-te, quando fizemos na biblioteca da mansão que sempre achava assombrada lá na vila? A minha casa que sempre ias assim que possível? – a sua voz estava tão sedutora, que eu prendi a respiração assentindo.
- Não esqueceria nada que vivemos juntos.
- Bem, nos fizemos contra umas estantes, e eu também te dobrei numa mesa lá… - mordeu a minha orelha – e tu gemias para mim, tão perdida na paixão como eu… E eu, eu fazia as coisas que me passavam pela cabeça fazer depois da aula… Já sabes?
Engoli em seco e assenti, novamente sem poder falar.
- E lembras-te daquela vez, em que foste a minha casa, e eu ajudei-te numa matéria de espanhol, e bom… - ele riu sedutor – eu não esperei muito, até te puxar para o meu colo, tirar a tua roupa toda, e fazer amor contigo, e tu gemes-te que me amavas... Tudo isso, eram coisas que me tinham passado pela cabeça… e daquela vez que nos fizemos – o som do telemóvel dele a tocar parou o dialogo.
Coloquei as mãos nas bochechas que estavam tão quentes, que devia estar corada até a raiz dos cabelos. Ele ainda me fazia corar o tempo todo.
Pensei que estávamos tão leves de novo. A calma, depois da tormenta. Costumava ser sempre assim, e depois começávamos de novo e de novo. O tal ciclo vicioso e sem fim. Mas tínhamos que terminar com aquilo. Tínhamos de arranjar forças para superar todas as feridas, ou perderíamos para sempre.
Saí do capo, e rápido entrei no carro e entreguei-lhe o telemóvel. Ele estava com um sorrisinho no rosto, que ainda me fazia corar mais. Pelo que percebi, era do aeroporto, tínhamos de chegar lá rápido, porque já estávamos atrasado se queríamos chegar ainda antes do sol nascer. Definitivamente, não tínhamos dado pelo tempo passar.
- Bem, terminamos a conversa quando estivermos no castelo… - disse divertido Alexander enquanto ligava o carro.
- Eu sempre disse que tu ficavas muito manso depois de fazer amor. – provoquei-o enquanto ele arrancava.
- Olha quem fala! – a sua mão pousou no meu joelho – Ainda temos de parar para te comprar umas calças – apertou o meu joelho nu. – Parece que nem sempre sou manso… - piscou o olho. Eu revirei os meus, e depois ambos rimos.
Obvio que fomos o resto da viagem com um sorrisinho nos lábios. E eu só queria, que aquela nova trégua durasse bastante tempo. Que desta vez, começássemos a fazer as coisas certo, e pudéssemos voltar a confiar mutuamente um no outro. Por mais que nos amassemos imensamente, cada vez mais, por mais que nos desejássemos loucamente, o caminho que seguíamos, não ia acabar bem.
Quando descemos do avião particular de Alexander, o seu carro já estava á espera dele. E durante a viagem de volta para o castelo, eu estava tensa. Não sabia se estava preparada para voltar ao castelo. Mas ao mesmo tempo, eu queria imensamente. Porque, uma das coisas que eu sempre tinha tido medo, era que Alexander me mantinha longe do castelo por ter vergonha de estar comigo de novo. E ele dissera que era por estar preocupado comigo, com o que eu sentiria ao ver todos e os seus olhares reprovadores, já que mesmo ele ordenando respeito e que nenhuma palavra seja referida a mim com falta de respeito, os olhares e o meu incomodo ele não podia evitar. E ele tinha razão. Fora ali que tudo acabara, e tínhamos que começar dali.
Estavam ali grandes marcas, memorias tão dolorosas, e juntos, tínhamos de superar isso. Esquecer essas más memorias, e pensar que também tínhamos bons momentos ali. E que, teríamos muito melhores pela frente.
- Pronta? – Alex levou a minha mão aos seus lábios.
- Sim. – sorri nervosa – Pelo menos, já tenho calças. – tentei fazer piada.
- Não estejas nervosa. Eu estarei o tempo todo ao teu lado.
- Eu sei. – sorri-lhe.
Estávamos nos portões principais, e eu olhava para o imponente castelo, sem saber bem o que sentia. Foi então que eu reparei.
Reparei num dos vampiros que guardava os portões e prestava respeito á entrada para o seu rei. Reparei na pele pálida do vampiro “normal”, e mesmo com o luar, deu para perceber os cabelos meio dourados.
Não. Isto não estava a acontecer.
Os olhos castanhos, olhavam ansiosos para o carro. Até que cruzaram com os meus.
Pânico dominou-me.
O vampiro desviou o olhar e continuou o seu trabalho.
Se eu fosse humana. Tinha vomitado.
- Bem vinda, pequena. – disse Alex antes de voltar a avançar com o carro encarando-me com o meu sorriso torto e beijou-me puxando delicadamente o meu lábio inferior com os dentes. – Vai ficar tudo bem, agora. Nós vamos ficar bem.
Eu assenti, nervosa e um tanto em pânico. Alex, deu-me a mão, pensando que o pânico seria uma reacção á volta do castelo. Uma reacção normal que ele tentou dar-me alento, segurando-me na mão, mostrando que estávamos juntos nisto.
Mas não era pelo castelo. Não.
E não ficaria tudo bem.
Não. Definitivamente não ficaria.
Não sei como, mas aquele vampiro… Aquele vampiro, sem qualquer sombra de duvida, era Yakiv.
Bem, que tal? Estão a gostar do desenrolar da historia?
Ah… Agora quero saber se alguém verteu uma lagrimazita, ou sou eu mesmo que ando sensível de mais. (Como sempre. Lol) Não a sério, os sentimentos passaram?
Aquela parte da conversa da Nikka e do Alex, no capo do carro, gostaram?
Eu gostei de relembrar "velhos tempos" xD e ao mesmo tempo, colocar novas coisas referentes a esses tempos. Espero que tenham gostado.
Já deu para matar um pouquinho a saudade destes dois? – que ainda têm um bom caminho a percorrer. Ainda á muitas feridas para curar…
Bem, comentem ;) Nem que seja o bonequinho com o braço no ar -> o/ a dizer que gostaram e que esperam por mais. Eu gosto imenso de saber o que acharam do capitulo. É mesmo importante para quem escreve :) Então se gostaram., deixem-me saber, ok?
p.s-> Ok, se calhar fiz um capitulo grande de mais… sorry… Vou ver se na próxima faço mais pequeno ou assim. Se bem que eu sempre posto por volta da mesma coisa, capítulos longos, mas se acharem cansativo, e assim, eu posso postar em duas vezes. Tipo parte I e parte II.
Acho que se este capitulo cansou, foi tambem por ter sido assim para o intenso a nivel sentimental. Quer dizer, para mim foi.
Quero dar um recado, e vou tentar ser bem rápida… Não devo conseguir, como é habitual, mas…
1º->Mil desculpas pela ausência! Foi cerca de um mês sem actualizar o blog, mas eu nem mesmo andei pela net a “socializar” em qualquer lado, não foi só no Blog…
2º-> Não quero estar a explicar os motivos que me levaram a essa ausência, porque á coisas que acontecem que nem mesmo queremos falar ou lembrar disso. Então, basicamente, num termo mais popular, eu estava na fossa xD E sem motivação para qualquer coisa.
Sei que devia ter dito alguma coisa, especialmente aqueles que me enviavam e-mails, mas eu nem mesmo os li, até á pouco. Desculpem, eu não estava mesmo com cabeça para nada, e nem mesmo acedi a e-mail.
No entanto, aproveito agora para dizer, muito obrigada de todo o coração pelo apoio que sempre me dão, pela compreensão, pelas palavras carinhosas, enfim por estarem sempre prontos para qualquer coisa :) Obrigada :D
Para aqueles que não mandaram, mas estavam sempre a vir ao blog ver se a parvalhona aqui tinha “dado as caras”, e algumas vezes pensando até num palavrão ou pelo menos chateados por eu nada postar, agradeço á mesma por não se esquecerem de mim nem das minhas histórias. A sério, obrigada.
3º-> Agora é que vai ser MESMO! Vou voltar á carga (quero dizer, por favor que não aconteça outra treta que me impeça! A sério, já chega!). Quero terminar Profanação até ao inicio das aulas. E como só tenho ainda 12 capítulos e muita coisa está para vir, tenho mesmo de me lançar á carga xD Pelo menos mais 12 capítulos terei. Pelo menos.
Então, “Quase sem Querer” vai ficar sem actualização por enquanto, pelo menos até avançar com Profanação mais uns 3 ou 4 capítulos.
Espero que não se queixem agora que terão muito Nikka/Alex. Já que estavam sempre a dizer que tinham saudades, agora vão matar todas!
4º-> Mesmo sendo em tempo de férias, espero que tenham um tempinho para comentar, e assim eu ter mais vontade de postar (sério, tenho de voltar a ter aquela “velha” motivação de postar que andou um pouco perdida)
5º-> Acho que é tudo… Deixem um coment nem que seja com um “bonequinho” com a mão no ar assim -> o/ ou as duas \o/
^xD só para eu saber que alguns ainda estão por aqui, e vão continuar :)
Ah, sai amanha novo capitulo de profanação – braços no ar, ok?
Olá minha gente! xD Aqui trago os dois capítulos de "Quase Sem Querer". Espero que gostem, eu pessoalmente gosto, depois digam a vossa opinião! :D Isto está para o grande, foi para compensar, e tambem porque esta história (comédia romantica) tem poucos capítulos... Se não gostarem assim, digam que eu depois post mais pequenos... Aqui tambem vão dois, de qualquer forma, por isso é que é tão grande xD Capitulos dedicados á vera Martins!! Espero que gostes querida! :)
Divirtam-se todos! :)
3º Capítulo
Quando decidi passar a tarde com Ryan, nunca iria imaginar que o tempo junto com ele teria sido muito mais que delicioso e ao mesmo tempo atribulado. Nunca fui tão eu mesma, desde… sempre. Ele não se importava com a minha estupidez, e ria de mim, e eu… eu não me importava nada. Como ele também não se importava quando eu ria dele. Quando ele me foi buscar a casa de carro, sentia-me reticente, porque ele tinha dito que os seus pais não estariam em casa (o que foi óptimo para mim, não queria conhece-los naquelas circunstancias), mas ele tinha dito que também não queria-me apresentar. O que só podia ser, porque achava que não ia apresentar uma rapariga como eu aos pais, tão sem noção e tão burra. Eu podia ser boa para desfilar na escola e impressionar esses, mas não os importantes, porque esses definitivamente achavam o Ryan muito melhor e que perdia tempo comigo. No entanto, o silêncio foi posto de lado, com a sua gentileza, e o bom humor que eu começava a descobrir nele. Era engraçado em como ele vinha a surpreender-me, pela positiva. Mostrou-me a sua casa (eu acho que é mais uma mansão, sinceramente), mas não me mostrou toda, porque eu não estava interessada em saber qual era a sala que a mãe dele recebia as amigas, e a sala onde recebia as esposas do seu pai dele, e definitivamente não queria saber qual a sala que o pai dele ia depois do jantar para beber um copo do whisky. E Ryan também não se importou nada, porque não se sentia orgulhoso daquilo, era normal para ele, alem de que, aquilo tudo não tinha sido uma conquista dele e isso justificava o seu tom de voz desinteressado quando me explicou isso. Eu disse-lhe que a casa dele era muito sofisticada, muito luxuosa e moderna, mas muito impessoal supunha. Ele concordou e disse que era porque a mãe dele contratara um decorador, e tirara toda a personalidade que uma casa devia ter e fazendo-a parecer uma casa de revistas de decorações e moveis, e não onde vivia uma família feliz. O quarto dele, no entanto, era totalmente diferente. Era completamente a cara dele, amplo e cheio de espaços onde eu o imaginava a caminhar e divagar sobre temas que eu nunca iria chegar perto de compreender. Tinha uma enorme estante cheia de livros que quando fui ver, descobri que estavam organizados por temas, dentro dos temas estavam organizados por autores em ordem alfabética com aquelas plaquinhas típicas de biblioteca a indicar e dentro dos autores ordem de publicação. Mostrava a sua organização estrema! Sentei-me na cama grande dele, coberta por uma colcha azul, enquanto observava tudo o resto. A secretaria dele, onde devia estudar, estava mais organizada do que a minha no fim de eu a arrumar (isto é, a partir de que comecei a estudar com ele, já que antes a secretaria não tinha utilidade alguma). Ao lado dessa secretaria, havia outra onde tinha o seu computador, um microscópio, e o peças robóticas que deduzi serem do tal projecto que ele estava a fazer por diversão. Ele estava sentado na cadeira giratória na secretaria do projecto enquanto me observa, cadeira que eu já o imaginava a arrastar da secretaria de estudos para aquela e vice versa. Ele olhava-me, enquanto eu reparava nas paredes pintadas de branco, com quadros de prémios dele, e alguns quadros decorativos. - O teu quarto é completamente a tua cara! - Hum, nem sei se estas a dizer que isso é bom, ou não. - Eu gostei – ri. – Só, acho estranho… Quer dizer, tu tens aqui todos quadros e taças dos prémios ganhas-te… Porque as tens aqui? De certeza que a tua mãe ia gostar de as ter na sala, para mostrar a todos… Quer dizer, todos os concursos que ganhei de beleza desde pequena, a minha mãe tem espalhado em lugares que todos possam ver, acho que são coisas de orgulho de mãe… - Não coisas da minha mãe. Com aquela simples resposta, percebi que a mãe dele ou o pai, pouco se importavam com o filho. Como se desde que ganhe e passe na TV o seu único filho, para o nome da família ser mencionado com mais uma vitoria para ela estaria perfeito. Senti uma revolta, quando percebi que eles vinham o filho mais como uma aquisição que tinha de ganhar, como se fosse um desses cães que ganham medalhas. A quem se dirige com disciplina rígida e que não podem lamber o nosso rosto. - Bem, eu tenho orgulho por namorar, embora de mentira, um rapaz tão inteligente – sorri-lhe. - Mas isso significa que sou um Nerd, Caroline. E que eu saiba isso é coisa que te faz alergia. - Mas, já que tens de ter um namorado Nerd, ao menos que seja um que seja o melhor – brinquei. Levantei-me da cama, e pedi-lhe para me dizer o que estava a fazer no tal projecto. Não percebi nada, mas gostei de ouvir, porque ele falava animado e entusiasmado, com paixão. Mostrou-me alguns esquemas no computador que mostrava o projecto final, e todas as etapas que ele criara para chegar lá. Depois passamos um bom tempo, a jogar playstation, onde eu ganhei. Desconfiei que ele me deixou ganhar, embora ele tivesse dito que não. Lanchamos e voltamos para o quarto dele, onde conversamos sobre preferências musicais, que até eram parecidas, mas tudo o resto éramos completamente diferentes. - Tu gostas tanto de ler! – apontei para a sua estante – Eu acho que nunca li um livro inteiro. Melhor, acho que nunca tive paciência para passar do 2 capitulo no máximo. - Talvez não tenhas escolhido o indicado. Para começar, tens de escolher um tema que te chame á atenção, um tema que gostes. Por exemplo, disseste que gostas de comedias românticas. Devias começar por um livro do género, ou um romance. E tem de ser um livro com uma escrita suave, e não muito complexa para começar… - Mas, como eu vou conseguir ficar tanto tempo a ler um livro? – espantei-me. - Eu sou suspeito para falar, porque eu realmente gosto, mas nem dás pelo tempo passar, só queres desvendar o final da história, da vida que existe no meio daquelas folhas. - Falando assim, até me dá vontade de ler! – disse tentando não parecer como uma beata cristã a ouvir um pregador de testemunha de Jeová. - Queres que te indique um, para começares? – eu assenti ainda meio reticente mas ansiosa também para aprender a gostar de ler, para ter algo que partilhar com Ryan. – Acho que tenho um que vais gostar… - levantou-se e procurou na sua estante – Já li este, no entanto não continuei a série. Comporei por insistência de uma amiga, e terminei de ler mais por o ter começado do que outra coisa. No entanto, acho que agrada mais a raparigas. Acho que vais gostar. – finalmente encontrou o livro que procurava e tirou-o da estante com cuidado. - Muito grande! – tipo, ele não tinha assim um fininho, como uma revista? Não podia começar com um livro de banda desenhada? - Experimentas, se gostares o tamanho não vai importar. E se realmente achares que a história é fascinante e te apaixonares pelo enredo, vais achar até pequeno de mais. – entregou-me o livro.
A capa, era duas mãos pálidas e femininas, segurando uma maçã. A capa era linda, e misteriosa. Twilight. - Acho que já ouvi falar. Não é de vampiros? - Sim. Tenho uma amiga que é muito viciada nisso, por insistência dela comecei a ler, mas não é bem uma historia que me agrade, não sei, só não me entusiasmou. Mas acho que será perfeito para ti. Confia em mim, lê. - Ok. Obrigada! – coloquei o livro na mala, decidida a fazer um esforço para ler aquilo. Ao menos, para ele ver que tentei. Recebi uma mensagem, e quando fui ver, fiz careta ao ver que era Chris. Respondi-lhe rápido, tendo a certeza que ele não me responderia de volta. Reparei que Ryan apesar de não me ter perguntado quem era, ficou curioso. - Era o Chris. Parvalhão, estava a perguntar se já me tinha cansado de brincar contigo. Respondi-lhe que só me cansaria quando ele se cansasse de ser um idiota. Ele não gosta de discutir comigo, não deve mandar mais nada hoje. - Ele manda-te sms, ainda? - Ás vezes. – encolhi os ombros – Ele não consegue acreditar que eu o deixei, para ficar contigo. Super ego. E fui logo troca-lo por ti, que ele não suporta – ri – O ego dele não aguenta. - Talvez, ainda esteja apaixonado por ti. – sentou-se na cama, encostado á cabeceira, pensativo. - Chris nunca esteve apaixonado por mim. – afirmei. - Se calhar, não devia ter-te obrigado a acabares com ele. Mas não pensei que realmente gostasses dele. Digo, que o amaces e isso… - Não penses nisso. - Mas, eu não quero que fiques triste. – lamentou-se - Não quero ser responsável pelo teu coração partido… - Nunca pensas-te nisso, antes. – estranhei. - Como disse, achei que vocês não se gostavam mesmo… Não sei, eu só… - suspirou fundo - Mas, se és feliz com ele, e te estou a fazer ficar triste e com saudades do teu grupo… Podemos acabar com isto. - O quê? – quase gritei – E os estudos? – agarrei-me á primeira coisa que me lembrei. – Disseste que me ajudavas! – acusei. - E continuarei. Posso ser teu amigo, só… Não quero que sofras. Acho que nunca pensei que estarias mal longe daquela gente, pelo contraio sempre pensei que eles te faziam mal. Mas, se te faz fazer ficar triste longe das coisas de antes, não quero ser o responsável por isso… - sorriu um pouco tenso – Afinal, já consegui tirar a namorada de Chris, de qualquer forma. - Mas o combinado foi, até o final do ano, certo? - Sim, mas estou a dar-te a hipótese de saíres disto agora mesmo. - Por mim, estou bem assim… Quer dizer, tu sabes que ajuda imenso na relação com os professores eles pensarem que sou tua namorada, já para não falar da minha mãe… Só se não for mais vantajoso para ti… - Por mim, estou muito bem assim. Então, se está tudo bem para os dois, continuamos com a mentira? - Sim – assenti fazendo força para não sorrir aliviada. Não sabia o que se passava comigo - Óptimo! – exclamou sério - Mas mesmo que não continuássemos, eu não voltaria para Chris. – confessei baixinho. - Porque? Já não gostas mais dele? – perguntou interessado, chegando-se mais perto, como se como falava baixo ele não fosse ouvir. - Hum… - nunca tinha contado a ninguém aquilo, mas acho que nunca tive alguém em quem realmente podia confiar. Um amigo de verdade. Acho que podia confiar em Ryan, afinal, nos também tínhamos um segredo. – Acho que posso confiar em ti… Somos amigos, certo? Amigos de verdade, não é? - Claro que sim – sorriu concordando e incentivando-me a continuar. - Estranho. Acho que só agora me passou pela cabeça, que nestas semanas, nos tornamos amigos. Se á um mês atrás me dissessem que ia ser tua amiga, eu riria na cara da pessoa. -ri. - Então, já não gostas do Donavan? – insistiu no tema. - Eu… Bem, no inicio eu achava que gostava. Quer dizer, ele é o capitão e isso tudo. Parece fútil, mas era como se toda a gente esperasse que namorássemos. E bem, não havia ninguém que de quem gostasse, então, ficamos juntos. Mas, eu não gostava dele, e ele sentia o mesmo por mim. Tinha-mos este acordo, tipo o nosso. Só para ficar bem na fotografia, sabes? – falava baixinho, pensativa. Admirei-me, porque Ryan começou a gargalhar divertidíssimo. - Ryan? Estás bem? – olheio como se ele fosse o louco do jardim perto de minha casa, que falava com as formigas, com tom paternal, para depois as esmagar e começar a chorar e gritar “Porquê?” - Sim, sim… - tentou controlar as risadas – Só, nada. É que, não podia imaginar isso. Quer dizer, vocês disfarçavam bem… - Nós também disfarçamos bem. – apontei – Ao primeiro as pessoas não queria acreditar, mas agora ninguém desconfia do que planeamos. Realmente acreditam que deixei o Chris, porque nos apaixonamos, Ryan. - Verdade. Mas, o Chris dizia… - ele ficou tenso novamente – Bom, já que vocês fingiam, ele andou a dizer coisas que namorados de mentiram não fazem. - Ah. – encolhi os ombros. - Não te importas? – estranhou – Avisaste-me para não andar a fazer essas coisas, de me gabar, e na verdade não te importas que o imbecil o diga? – zangou-se - Oh, deixa-me adivinhar, com ele é diferente, porque ele é o capitão de equipa e com ele tu também parecerias bem. Já comigo, o nerd, não pareceria tão bem para ti! – acusou furioso. - Ey, calma aí! Eu só disse que não queria ser falada, e continuo a não querer! E tu disseste que não eras esse tipo de rapaz! - Não sou. Mas não muda o facto de teres vergonha de namorares comigo, mesmo de mentira. - Não é isso! – disse calmamente, não querendo chatear-me com ele. – É que é meio normal o Crish dizer isso, percebes? Não esperaria outra coisa da parte dele. - Então, o facto de ele ser um imbecil, desculpa-o? - Não, desculpa-o o facto de que o que ele disse, provavelmente ser verdade. – disse de com rapidez, levantando-me quando vi o rosto surpreso de Ryan. - Ah. – ouvi-o dizer. - Eu só… não penses mal de mim, ok? – virei-me atrapalhada para ele – Eu só, pensei que ele gostasse de mim. - Caroline, isso não me interessa. A tua vida sexual não me diz respeito… - Então, porque me estás a olhar dessa forma? – acusei – Não fiz nada de mal. - Eu sei, eu só, não sei… Não te estou a julgar ou isso. – tentou esclarecer. E falhou. - Sim, claro. Notasse perfeitamente! – com um gesto de mão apontei para o seu rosto. – Vejo perfeitamente a compreensão! – não pode evitar as lágrimas caírem, mas limpei-as rapidamente – Sinto-me tão humilhada neste momento. – peguei na minha mala sem olhar para ele – Acho que é melhor ir embora. Podes levar-me? A minha mãe não está em casa, e não pode vir-me buscar.
- Ey – tirou-me a mala e segurou-me pelo braço firme, mas não com força o bastante para me magoar – Não vais assim. Eu não quero humilhar-te. Não é isso. Nem te estou a condenar ou qualquer outra coisa. Estás a ouvir? – assenti sem nem olhar para ele – Não tenho nada que condenar as tuas escolhas, ou o que quer que seja. É a tua vida. Eu sempre pensei que tinhas sexo com o ogre dos bosques – soltei quase um sorriso com o apelido dele - todos pensaram, e é normal. Afinal era o teu namorado, e tiveste outros antes. É normal teres relações sexuais com o teu namorado. Eu só estranhei, foi quando me disseste que era um namoro de mentira também, como o nosso. Por isso te avisei do que ele dizia, porque fiquei com raiva dele. - E então, ficaste desiludido comigo, por ter feito com ele. Não foi? – ele ia negar, mas eu cortei – Não mintas, ok? Eu vi no teu olhar. Mas que queres que diga? Eu acreditei que gostava dele, e que ele gostava de mim! Caso contrário, como é que ia perder a virgindade com ele? - Não sabia que foi com ele que fizeste pela primeira vez. – notei o seu ar de espanto. - Certo, pensas-te que a fútil da Caroline é também uma puta. Muito obrigada! – eu acho que nunca me senti tão humilhada – Toda a gente pensa isso, não é? Que lá por gostar de roupas, ser vaidosa e gostar de ser bonita e sensual tenho de ser uma puta que vai para a cama com todos? E depois sou eu que sou burra! Cambada de preconceituosos! – rugi – Queres saber Ryan, lá por adorar ser bonita, e gostar de ser sexy, gostar de mostrar que o sou, não significa que não tenha respeito por mim mesma! E se… Se foi para tentares a tua sorte, já que eu sou uma puta, estás muito enganado! Saí da minha frente! – tentei passar por ele, que tentava barrar o meu caminho. - Pára! Não digas parvoíces! Não pensei nada disso, não ponhas palavras na minha boca, entendido?! – gritou também – Nunca que iria usar-te dessa forma, estou a fazer-me entender?! – agarrou os meus braços e abanou-me ligeiramente – Alguma vez tentei algo? Alguma vez te toquei sem autorização, ou tirei vantagem da minha posição? Não. Eu pensei que me visses como um amigo. E, sim eu pensei que já tinhas iniciado a tua vida sexual antes do Crish. Mas não por seres uma puta, mas é normal sendo tu tão bonita. E o número de parceiros sexuais, não diz nada sobre uma mulher. Eu não julgo uma mulher pela sua experiencia sexual. Agora, acalma-te e pensa direito. Não metas palavras na minha boca, e muito menos me ofensas com esses pensamentos ridículos e ofensivos sobre mim. – ficamos a encarar-nos muito tempo, e ele só me largou quando percebeu que estava mais calma. – Melhor? - Sim. - E eu não estou desapontado contigo. – disse com firmeza. – Nunca o podia fazer, ainda mais quando gostavas do palhaço. Por mim, eu dava-lhe era um bom murro, por tirar vantagem de ti, quando tu gostavas dele e ele fingia. Imbecil. - Eu não sou uma vitima. – esclareci – Fiz porque quis. Arrependi-me? Sim. Mas afinal, é a errar que aprendo. Podes ter a certeza, que noutra não me meto. – arrepiei-me surpresa, quando ele afagou a minha bochecha, molhada pelas lágrimas. Mas não fugi do gesto. Gostei da sensação do seu toque gentil e suave. - Não chores. Ele não merece. – Quase fechei os olhos, com a sua carícia. Nunca um rapaz me tinha acariciado assim, tocando-me na pele e fazendo-me sentir no coração. - Eu sei. Não estou a chorar por causa dele. Mas por mim, e por tudo o que pensam de mim. Não é que me importe o que os outros pensam, é só que, também não quero que pensem que sou uma puta. - Caroline, muitas raparigas fazem o que fazias com o Crish. Praticar sexo a 3, é uma coisa que muitos casais fazem. – olhei-o espantada sem saber se tinha ouvido bem, enquanto ele falava calmo e compreensivo – É normal. Aliás, eu já fiz. – sorriu envergonhado com aquilo - Estava muito bêbado, é verdade, mas embora não tivesse amor envolvido. O que foi a coisa que me espantou, sendo ele o teu primeiro e como gostavas dele deixares outra mulher entrar na vossa relação sexual. Porque pensei que eras daquelas raparigas que gostam de exclusividade. O que não significa que te critique, pois é natural hoje em dia separar-se o prazer do amor e… - ESPERA AÍ! – gritei tão alto, que ele saltou de susto, pois estava a raciocinar sobre o que conversávamos atentamente e a mão que ainda fazia carinhos leves na minha bochecha saltou – O que estás a falar? - Estou a dizer, que não te cesuro, ou qualquer coisa parecida… - Diz-me uma coisa. O que aquele filho da puta disse de mim? – sussurrei, aquele sussuro calmo que dava quando a minha mãe tingia uma camisola Dior. - Eu… - Ryan, eu não sei o que ele disse de mim, quantas vezes disse que fez, ou o que disse que eu fazia ou ele fazia durante o sexo. Embora eu achasse meio normal ele exagerar na sua performance. Típico de rapazes dizer isso. Não o julguei, porque é normal os rapazes falarem disso com os rapazes, ainda mais nos balneários, e tudo o mais. Mas pensei que ele falasse ao menos um pouco verdade. - Nem todos os rapazes. – afirmou, mas eu não estava a tomar atenção a ele. - Mas, eu juro, que o que ele disse é mentira. Eu não tinha relações sexuais a 3. Eu na verdade, tive uma relação sexual com ele. – suspirei fundo, para não me emocionar e não me deixar atingir pela raiva e magoa – Uma relação falhada. Eu disse-lhe que era virgem, ele disse que esperava por mim o que fosse preciso. Claro que ele esperava, mais tarde percebi porque ele não forçava muito. Tinha Alice e outras para o satisfazerem. Então, como ele era tão atencioso, me defendia e tudo o mais que o namorado perfeito possa fazer, eu pensei que ele era o tal. E disse-lhe que queria fazer com ele, no dia do meu 19 aniversário. Queria que fosse especial. Ele disse que me levaria para um hotel, numa suite porque eu era especial. Que seria perfeito. Quando íamos a caminho, parece que ele recebeu um telefonema do hotel, e ouve um problema, não teríamos a suite. Ele pediu-me desculpas, e eu disse-lhe que estava tudo bem, que eu não me importava com isso, que bastava só estar com ele. Tão burra, acreditei direitinho. Então, ele levou-me para um motel decadente, e posso te dizer que não foi especial, não me senti única, w não foi tudo aquilo com que sempre sonhei. Pelo contrário. A coisa toda demorou 5 minutos, sendo ele o único a ter prazer. Eu fiquei com a dor e a falta de carinho e compreensão da parte dele comigo, que nunca tinha feito nada daquilo. E no fim, ele levantou-se, deu-me uma latada na coxa murmurando algo como “foi bom”, nem me deu um beijo e foi tomar banho. Só faltou atirar-me uma nota para cima de mim pelo serviço. Levou-me a casa e aí eu percebi que ele não gostava de mim, e eu muito menos gostava dele. Quis acabar, então ele propôs a farsa. – suspirei pensando nas recordações - Aceitei, afinal era vantajoso para os dois, e não valia a pena fazer um drama por aquilo. Acontece a muitas raparigas e eu não ia morrer por isso. Ao menos, ele usou preservativo. – nem percebi como ele se moveu, só senti os seus braços á minha volta, quentes e calorosos. Um ombro amigo - Portanto Ryan – o som das minhas palavras saiam agora abafadas pelo seu ombro - qualquer coisa que ele tenha dito, alem de termos feito uma vez, e ele ser o meu primeiro e tudo ter sido óptimo na mente dele, foi mentira descarada. - Eu vou matar aquele filho da puta! – rugiu. - Não importa. – abracei de volta, já que até ali tinha resistido e mantido os braços junto ao meu próprio corpo. Mas era tão bom, poder só… Abraça-lo de volta. – Se é isto que ele quer, ele que me aguarde. Que não pense que vai ficar assim. – sorri, um sorriso de vingança – Eu não sofro mais com isso. Só que custa, ouvir todas as mentiras que ele disse. Nem quero imaginar o que ele pode ter dito mais. Aquele porco! - Eu vou acabar com a raça dele! Filho da puta! - Ey, calma – tentei brincar – Ele ainda continua maior que tu. – não, na verdade Ryan era mais alto - Ao menos, mais músculos ele tem que tu, Ryan… - sim, Chris tinha músculos firmes e volumosos, enquanto Ryan tinha um corpo mais alongado e esbelto, no entanto, ali abraçada a ele senti a firmeza dos seus músculos, pela sua tensão. Não era magro como eu pensava. Nunca me tinha aproximado o suficiente para o saber, e a descoberta fizera o meu coração acelerar um pouco. - A inteligência ganha á força bruta. Garanto-te que um murro com a força certa e no sitio certo, ele não se levanta mais. – ainda o sentia tenso, quando se afastou e beijou a minha testa. – Como ninguém lhe deu um bom murro e o deixou continuar a contar aquelas historias? – era melhor eu nem perguntar quais eram as historias. - Foste o único a quem contei. – dei um sorriso tímido, enquanto ele corou e passou a mão pelos cabelos alinhados. - Prometo-te que isto não vai ficar assim. - Não te preocupes. Já foi á bastante tempo, já superei isso. Nem penso nisso. Só te contei, porque me senti mal e senti que me recriminavas, quando eu não tive culpa além da culpa de ser uma burra que acredita em tudo. E tu, só estavas a basear-te nas historias daquele imbecil…. E tu, ainda estavas a dizer que não me censuravas… - E não censuraria. Desculpa se te fiz sentir mal. - Não fizeste. Ainda bem que te contei, sinto-me mais leve. Acho que o facto de te contar algo assim tão intimo, e que não contei a ninguém, faz de ti, tipo, o meu melhor amigo. – disse timidamente. - E eu fico muito lisonjeado com a promoção. – brincou – Caroline, estarei aqui para tudo, percebes? Não estás sozinha. Sei que te sentias assim naquele grupo de merda, onde todos lixam todos, mas eu sou teu amigo de verdade. - Obrigada. – sorri – Achas que agora me podes levar a casa? - Claro. Deves querer estar um pouco sozinha, depois disto… - Algo assim.
Íamos no carro, quando me lembrei de uma coisa que Ryan dissera. - OMG! - O quê? – espantou-se. - Espera aí, eu ouvi bem, ou tu disseste que já tinhas feito sexo a 3? – abri a boca totalmente, completamente chocada – O…M…G – ele estava muito corado. -Volto a frisar que estava bêbado. Muito bêbado, mesmo. - OMG… - As raparigas não eram inocentes, nem nada do género. Acho que estávamos todos bêbados. - Não sei o que dizer… OMG, 1º tu estavas bêbado! Nunca pensei sequer que bebias álcool! 2º Em que tipo de festas andaste para isso acontecer? Pensei que nem frequentavas festas! E 3º OMG, sexo a 3? Eu pensei que eras virgem! Estava completamente chocada. E Ryan corara até a raiz dos cabelos. - Eu… - Não era suposto seres Nerd? Quer dizer, eu… estou chocada. - Não estejas. Lá por ser o Nerd na escola, não significa que não tenha vida? Ok? E lá por me achares desinteressante, não significa que ninguém queira ter sexo comigo. - Ey, não disse isso! Só achei estranho… - Certo, porque eu tinha de ser virgem, não é? Porque o Nerd nunca teria ninguém que se sujeitasse a fazer sexo com ele, certo? Posso não ser bonito, mas tenho outros atractivos! – dizia zangado – E para que saibas, perdi a minha virgindade quando tinha 16 anos, e garanto-te que a rapariga teve bem prazer. Eu não durei 5 minutos! E, sempre tive relações sexuais com frequência, e as parceiras estavam ansiosas por elas! – eu realmente devia ter ofendido o seu orgulho masculino, já que ele quase gritava – Posso não te interessar nesse campo para ti, mas não significa que não interesse outras. Se não for mais, pensa que como filho do governador, com um futuro promissor e uma conta bancária razoável para alguém da minha idade, isso soa bastante atraente para algumas raparigas. – respirou fundo – Pensas-te o quê? Vou fazer 19 anos em Setembro, já me vias como aquele personagem ridículo do filme virgem aos 40? Não é? E caso não percebes-te, estás a ofender-me com a conversa. Silencio. - Desculpa – murmurei – Não era minha intenção que soasse dessa forma. Só estava surpresa. - Claro. - Não havia necessidade de gritares comigo. – resmunguei baixinho, e ele não respondeu. Só ligou o rádio e colocou uma musica de rock – que descobrira que ele gostava, hoje. - Alem disso, escusavas de mandar a boca do “Eu não demorei 5 minutos!”, ou garantires-me que a parceira com quem perdes-te a virgindade teve prazer. – ele apertou o volante com força, percebi pela tensão dos seus punhos - Parabéns, suponho que foste mais feliz do que eu nesse campo. - Caroline… - E não estava a dizer que eras repulsivo nesse campo ou algo assim. Só me surpreendi, porque sempre pensei que nem te interessasses nessas coisas, e antes que digas que te estou a chamar de gay ou algo assim, não é isso. Só fiquei surpresa, porque nem sabia que bebias, ou que frequentavas festas. Nunca te vi a fazer nada disso. E eu estava a brincar, a exagerar um bocado na reacção como sempre faço. Depois destas semanas, já devias estar habituado ás minhas cenas. – olhava pela janela, enquanto falava – Além disso, não te via como o virgem de 40 anos, e não vejo qual o mal disso realmente. Para mim pior são os rapazes como o Crhis. Parabéns, tu vais fazer 19 anos em Setembro, e tens uma vida sexual óptima, não és um virgem. Eu vou fazer 20 em Outubro, e nesse dia não vou deixar de pensar em como um, ano atrás perdi a virgindade e em que circunstancias. E vou desejar ser virgem. Mas parabéns de qualquer forma. És um macho. - Caroline… - tentou novamente. - E para a próxima, ficas já a saber que não gosto que gritem comigo, ou esbracejem dessa forma. Tanto que as pessoas da rua viraram a cabeça com pena de mim, como se estivesse prestes a apanhar do namorado. Não faças isso de novo, não por uma parvoíce destas. Por uma coisa séria, estás a vontade de mostrares o teu ponto de vista, eu seria a primeira a faze-lo. Mas por isto? Eu não reagi dessa forma no teu quarto, e parece-me que teria mais razões para o fazer do que tu. - Eu… Desculpa! E lamento mesmo aquilo de ter dito aquela boca, nem me apercebi e… - Estamos a chegar. – disse só para o interromper, já estava a ver a minha casa – Obrigada pela boleia. - Caroline, espera… - segurou o meu braço, enquanto eu tirava o cinto e ia abrir a porta. – Não vás assim chateada comigo… - Não estou. Até segunda.
4º Capitulo
E saí do carro, entrando em casa sem nem olhar para trás. Só quando ia subir as escadas, é que ouvi o motor do seu carro potente a arrancar a alta velocidade. Ele ás vezes era tão fofo e meigo, outras enervava-me e magoava-me. Mas afinal, eu também não era perfeita. Deixei o assunto de lado, e comecei a abrir o meu e-mail, procurando pelos e-mail’s de Crihs onde ele pedia desculpas por não me ter dado prazer naquela noite, e que prometia para a próxima09 aguentar mais. Aqueles e-mails onde falávamos em como íamos mentir e na verdade não tínhamos intimidade e outros do tipo. Imprimi tudo, junto com fotos que ele me mandava com cuecas de mulher, na brincadeira. Ele ia-me pagar por ter andado a inventar coisas sobre mim, podia apostar! Depois de ter imprimido tudo, fui á gráfica que havia na minha rua, e pedi cópias daquilo tudo, muitas cópias. Ele que me aguardasse, se pensava que aqui a burra e fútil da escola ia ser burra o suficiente para deixar as coisas para lá, estava muito enganado. Quando cheguei a casa, a minha mãe estava a fazer o jantar e perguntou-me como tinha sido a tarde com o meu namorado. Disse-lhe que tinha sido boa, e ela disse que devia ter sido para só chegar aquela hora, mas não o disse como se me estivesse a recriminar ou assim, só foi uma observação. - Não, eu já cheguei á quase duas horas, só tive a fazer um trabalho no computador e depois fui á gráfica. Por isso só cheguei agora. Subi para o meu quarto, e guardei todas as cópias, para na segunda levar para a escola. Abri a minha mala que tinha levado para casa do Ryan, e tirei o livro que ele me emprestou e coloquei-o ao lado da cama para antes de dormir ver ler alguma coisa. E quando ia tirar o telemóvel, vi que no visor mostrava que tinha 11 chamadas não atendidas, e 4 mensagens. Tudo de Ryan. Comecei a ler as mensagens, a primeira devia-me ter enviado mal chegara a casa dele, depois de me ter trazido, deduzi pela hora.
De: Ryan Para Caroline 18:05
Estás zangada comigo, não é?
De: Ryan Para Caroline 18:15
Desculpa, fui um imbecil. Estava com o modo parvalhão/bruto one. A sério, lamento mesmo ter sido assim contigo. Perdoas-me?
De: Ryan Para:Caroline 18:35
Caroline, tens toda a razão para estares assim comigo. Fui imbecil, mas podemos fazer as pazes? Lamento, a sério. Podes dar-me uma estalada se quiseres, que tal? Ás vezes os melhores amigos, podem chatearem-se e assim… Mas, acabam por ficarem amigos de novo, se a amizade for forte…
De:Ryan Para: Caroline 19:00
Já percebi que estás mesmo chateada comigo. Já perdi desculpas, e disse que lamento… Espero que esteja tudo bem… Por favor, responde.
As chamadas começavam das 19:15 até á ultima, 5 minutos atrás, ás 20:05. Ele tinha ligado 11 vezes nesse espaço de tempo. Sorri revirando os olhos e decidi mandar-lhe uma mensagem.
De:Caroline Para: Ryan 20:12
Desculpa só responder agora… Não estava em casa, nem tinha levado o telemóvel comigo. Quer dizer, devia estar quando mandas-te a primeira, mas não tinha o telemóvel ao meu lado, e como estava em silencio, não percebi. Se tivesse, tinha mandado a resposta. Não estou zangada contigo, Ryan. Como já te tinha dito no carro.
Dois minutos depois, ele respondeu.
De: Ryan Para: Caroline 20:14
Pensei que não respondias, nem atendias porque estavas mesmo zangada comigo… E agora dizes que não estás, mas eu sei que estás. Eu conheço-te. Mais uma vez desculpa.
De:Caroline Para: Ryan 20:17
Eu não estou zangada contigo, Ryan.
De:Ryan Para:Caroline 20:18
Está bem, se não estás zangada, estás triste ou desiludida comigo. Não sei escolher qual é pior.
De: Caroline Para: Ryan 20:21
Não estou nem zangada, nem triste, nem desiludida, ou outra coisa qualquer contigo…
De: Ryan Para: Caroline 20:23
Então, estás indiferente.
Soltei uma gargalhada com a persistência dele, enquanto lhe respondia. Nunca se tinham preocupado com o que eu sentia.
De:Caroline Para: Ryan 20:25
Ryan, como disseste, até os melhores amigos têm discussões…. A sério, está tudo bem da minha parte. És tipo, o meu melhor amigo, contei-te coisas que nunca contei a ninguém, portanto não vou ficar zangada por aquela discussão parva. Lamento também ter-te dado uma impressão errada… Ficamos bem?
DE: Ryan Para: Caroline 20:27
Óptimo. Estamos bem. O que achas de amanha vires aqui novamente, ou fazer-mos outra coisa qualquer?
De: Caroline Para:Ryan 20:28 Depois digo-te. Pode ser?
De:Ryan Para: Caroline 20:29
Claro.
De. Caroline Para: Ryan
Tenho de ir jantar, a minha mãe está a chamar…
Quando ia dormir, olhei para o livro, e encolhendo os ombros decidi ler uma página ou duas. Não sei o que se passou, só sei que eram 9 da manha, quando já me doíam os olhos, e decidi parar de ler. Fiquei tão embrenhada na leitura que não dei pelo tempo parar. Não sei o que se passava comigo, eu nunca gostei de ler. Eu NUNCA li um livro. E estava ali, agarrada ao livro. Estava nos capítulos finais, embrenhada num romance tão bonito e puro que eu só podia ter ficado viciada. Acordei ás 2 horas da tarde, desci para comer alguma coisa, e a minha mãe disse que aquilo a fazia lembrar de quando saia muito á noite. Quando lhe disse que foi porque estivera a ler um livro que Ryan me emprestara até as 9 da manha, sem conseguir parar a minha mãe ficou tão atordoada que nem sabia o que dizer. Subi a correr, tomei um duche e vesti-me. Estava a calçar-me e liguei para Ryan colocando o telemóvel em mãos livres.
- Bom dia! – disse assim que ele atendeu. - Boa tarde, Caroline! – riu – São 3 horas da tarde, dificilmente é bom dia. - Oh, é que eu acordei agora… Só me deitei eram umas 9 da manha… - Hum… Sais-te? - Oh, eu disse-te ontem que depois dizia-te alguma coisa sobre fazermos algo hoje, não foi? – disse tirando a toalha da cabeça, e nem ouvi bem o que ele tinha dito – Desculpa, depois esqueci-me de te dizer… - Não tem problema. - Estou a dizer agora… Quer dizer, tens alguma coisa combinada? - Não. - Podes vir-me buscar? Preciso falar contigo… - Claro! A que horas? - Hum, eu demoro uns 30 minutos a acabar de ficar pronta, depois disso podes vir quando te der jeito… - Então, estou aí daqui a uns 40 minutos, pode ser? - Sim! Que tal irmos até a praia? Está tão calor hoje… -Por mim, tudo bem… Sobre o que querias falar comigo? - Oh, nem vais acreditar! - exclamei. Ele riu. - Tenta a ver se eu acredito ou não... – brincou - Oh, eu apaixonei-me! Descobri o rapaz perfeito! OMG! - Ah! – disse depois de um tempo, em que eu tive de o chamar a ver se o telemóvel tinha ido a baixo – Foi? Quando foi isso? - Ontem á noite! – ri – Nem vais acreditar! Estou eléctrica… Mas depois falo melhor contigo! Até daqui a pouco! - Está bem. Estava a acabar de fazer a maquilhagem quando ouvi ele buzinar. Fui á janela, que era de frente para a estrada e vi que ele era mesmo Ryan. Estranhei, porque ele chegava sempre no tempo exacto, e só tinha passado uns 20 minutos desde que ele me ligou, e ele tinha dito que só vinha 40 minutos depois. Ainda faltavam 20 minutos, e 10 necessários para eu estar pronta. Desci a correr, ainda descalça, e só com um olho maquiado, e abri aporta do carro dele. - Olá! Eu ainda não estou pronta, disse-te que ia demorar 30 minutos… Queres entrar? - A tua mãe não se importa? – ele parecia estranho. - Ela não está. Mas mesmo que estivesse, ela não se importa. Nunca se importa quando trago amigos, muito menos se ia importar quando és tu, Ryan. - Ok. Sorri-lhe, enquanto o via a estacionar o carro melhor, e depois seguir-me para dentro de casa. - Fica á vontade, não te convido a ires ao meu quarto porque aquilo está uma confusão e eu tenho vergonha – confessei meio sem jeito – Mas, depois eu convido-te, quando aquilo não estiver a parecer um campo de batalha, está bem? Ele assentiu, com as mãos nos bolsos, meio sério. - Estás estranho, hoje… - dei de ombros enquanto comecei a subir as escadas – Fica á vontade. Vou tentar não demorar muito. – brinquei. Quando desci, já pronta, 15 minutos depois, ele estava a ver as minhas fotos espalhadas pela casa. - És tu, não és? – apontou para uma foto de uma bebé, de uns 10 meses. - Sim… Era super gordinha, não era? – abanei a cabeça. Naquela foto eu estava de fralda apenas, a pele dourada e o meu cabelo preto na foto estava pequeno todo despenteado, mas com um lacinho cor de rosa. Os meus olhos cinzentos e grandes, desde bebé que tinham longos cílios que com aquelas bochechas sempre que ria quase escondia os olhos. E estava com o queixo babado, a rir-me só com dois dentes – Ey, não olhes ok? Estava com as maminhas á mostra! Ela riu divertido, enquanto olhava a foto e depois olhava para o meu decote da t-shirt branca, fazendo-me ficar um bocado tímida. - Parece que eles cresceram… - Ahaha, muito engraçadinho! - Eras um bebé lindo, o que não é de estranhar. - Obrigada… - Realmente, a tua mãe tem aqui registados tu com imensas coroas, miss beleza – brincou. - Eu disse-te… Vamos? – disse, querendo tira-lo dali, porque estava na ficar um pouco sem saber o que dizer. - Vamos…
Fomos a ouvir musica, e depois paramos num café, que nos dava a paisagem das lindas praias de Miami, enquanto bebíamos um sumo. - Então… Não me querias contar uma coisa? – disse sério, enquanto olhava para o mar. – Algo sobre estares apaixonada sobre um gajo que conheces-te ontem. - Não é um gajo! – revirei os olhos – É um rapaz educado e cavalheiro. Não um gajo! - Tanto faz. - Tanto faz!? – perguntei, mas saiu como uma exclamação – Quer dizer, tu não deves estar bem a perceber! Edward, é tão perfeito! - Edward? Não conheço nenhum Edward… Anda na nossa escola? - É que és tonto! – gargalhei com a brincadeira de Ryan – Isso queria eu, que ele andasse na nossa escola! Quer dizer, de nada adiantaria, já que ele é completamente apaixonada pela namorada… - Tenho certeza que vais resolver esse inconveniente? - Hã? – não estava a perceber nada do que Ryan queria dizer. Parecia que ele estava a falar daquelas coisas da politica, onde eu simplesmente me limitava a ouvir. - O que quero dizer, é que, tenho certeza que ele pode muito bem deixar a namorada se tu te empenhares em seduzi-lo… - falava, ainda a olhar para o oceano. - Ryan? – chamei baixinho – Do que é que estas a falar? - Sentes-te incomodada em demonstrares essa tua paixão obvia a um rapaz comprometido? – olhou-me atentamente – Acho que fazes bem. Fazes muito bem… - Ryan, bateste com a cabeça? – inclinei-me para a frente, baixando os óculos de sol, para o ver bem. Ele não estava bem, só podia, ou eu é que tinha batido com a cabeça. Porque o que ele dizia não fazia sentido. Não era do sol, já que estávamos numa esplanada, mas estávamos numa mesa á sombra. - Não. – olhou-me confuso – Só te estava a elogiar pela tua escolha de não queres nada com esse Edward, por ele ser comprometido. Mostra maturidade, sensatez e sensibilidade da tua parte… - começou a beber o sumo de laranja enquanto eu percebi e comecei a ri, enquanto abria a minha mala e tirava de lá o livro de twiligth e mostrei-lho abanando o livro ao lado do meu rosto. - Eu estava a falar do Edward Cullen! Twilight! Não sei como avaliar a reacção de Ryan, porque ele estava a beber o sumo e simplesmente… Cuspiu tudo para fora. Os meus óculos escuros ficaram com pingas de sumo de laranja, e senti o sabor do sumo nos lábios, junto com a t-shirt molhada. - Oh não! – Ryan ficou tão vermelho como eu nunca tinha visto ninguém. Todo o seu rosto ficou vermelho, e pescoço. Enquanto ele se levantou rápido e atrapalhado aproximou-se de mim, com toda a gente a olhar para nós. – Caroline, eu lamento tanto… - dizia baixinho enquanto pegava em papeis e me entregava para limpar o rosto, e me tirava os óculos de sol. Eu lancei a cabeça para trás e comecei a gargalhar que nem uma deficiente mental. Mas aquilo tinha tanta piada. Porque ver a cara dele, antes, durante, e depois de me ter molhado foi a coisa mais engraçada do mundo. E eu não percebo como ele não se ria, porque imagino que a minha cara ao receber o sumo no rosto tinha sido tão engraçado. Ele ajoelhou-se ao meu lado e começou a acompanhar-me nas risadas, e toda a gente na esplanada começou a gargalhar também. - Isso significa que não estás chateada comigo? – perguntou hesitante enquanto depois das gargalhadas limpava o meu rosto, quando insistiu para ser ele a fazer isso. - Não. Está tudo bem, foi muito engraçado. Dói-me a barriga e o maxilar de tanto rir! - Sinto-me um imbecil por fazer estas figuras! – lamentou-se enquanto limpou os meus óculos de sol – A tua t-shirt branca vai ficar manchada… - Sem problema. – sorri e tirei a camisola. Ryan corou e desviou o olhar. – Estamos numa esplanada na praia, Ryan. – revirei os olhos apontado para as pessoas. A maioria estava na esplanada de biquíni e eu estava de shorts curtos de ganga, chinelos do dedo, e agora com a parte de cima do biquíni simples e preto. – Não sejas pudico! - Olhem só quem veio até á praia! – gelei quando ouvi o riso em forma de porco, e o olhar gelado de Ryan subia para o dono dela, rodeado do meu antigo grupo.
Então? Que tal, gostaram? o.O Comentem, que eu já tenho assim muitas saudades de ler coments e responder :D
Não sei vocês, mas eu tinha mesmo saudades disto por aqui! xD Ah, o próximo capitulo que irei postarei, vocês querem de “Quase sem Querer”, ou “Profanação”? Qual preferem? Lá para segunda está bom para postar? Beijinhos grandes! :* E já sabem… Comentem! xD
Desculpem o desaparecimento, mas enfim era final de ano, épocas de exames e para quem anda no 12 ano, exames nacionais são aquela coisa, já que são provas de ingresso na faculdade… E a época de exames só terminou ontem. :/
Além disso, a minha net horrível estava… bem, horrível de novo… mas no fim do mês passado (ontem) terminou a minha fidelização e agora tenho outro tarifário! Nananananah! :)
Enfim, agora de férias terei mais tempo não só para o este meu blog, como para o outro e poder acompanhar melhor os vossos!! Além disso, isto por aqui tem de ter uma mudança de visual, já me está a cançar isto xD
E as vossas ferias, já começaram também?
P.S-> Ainda hoje trago dois capitulos inteirinhos para vocês! :D
Desculpem, mais uma vez, não ter andado a actualizar o blog, mas eu compenso!!
Por questões de saúde, fiquei ausente este tempo. Desculpem pelo incomodo. Tentei escrever um pouco, só para não deixar o blog sem post por mais de um mês. Mas escrever agora, não é um coisa que consiga. Tenho outras preocupares na cabeça, no momento. Primeiro vem a saúde, acho que todos percebem isso. Espero que compreendam.
Este capitulo vai para a Emily! – Obrigada pelas dicas das musicas, no teu ultimo comentário! Eu simplesmente adorei, e tens razão. Eu adoro esse género :)
Divirtam-se todos!
P.S-> Pelo que me apercebi, a Flavia Mendes é leitora nova! Fico feliz que tenhas gostado, és muito bem vinda :) (Profanação é a continuação de Amor e Sangue á Meia-Noite)
12º Capítulo - Segredos
Enquanto via o filme, sentada no sofá do meu apartamento, não podia deixar de pensar no militar. O filme era sobre guerra, o protagonista era um militar que nunca chegaria a voltar para casa, para a sua mulher grávida. Eu tinha uma divida com um militar. Suspirei. E se ele fosse em alguma missão, antes de eu poder retribuir o que fez por mim? Como poderia pedir-lhe perdão? Quando de certa forma o enganei e tirei vantagem dele? Ele apaixonara-se por mim, dera-me tudo o que tinha. As economias dele, pelas quais trabalhou desde muito cedo, para pagar pelos documentos falsos e uma viagem para Itália. Colocou-se em risco a arranjar documentos falsos, para me fazer sair do país dele. Arranjou um lugar para eu ficar, na qual eu nunca cheguei a aparecer. O que ele pensaria de mim? Como teria ficado ao saber que não aparecera na casa combinada, o que pensaria quando percebesse que eu não queria ficar com ele como ele queria ficar comigo? Ele amara-me. Talvez iludido pela minha embalagem, não sei. Deslumbrou-se e apaixonara-se, chegando ao ponto de colocar tudo em risco, para ficar com aquela que ele pensara ser uma rapariga que tinha sido desviada para redes de prostituição e que a camionista amiga da família tinha-me ajudado na fuga. Apesar das barreiras linguísticas, ele percebera que sofria. Só se equivocara no motivo. Ele ia desistir de tudo, fugir e morar comigo em Itália, onde tinha uns amigos que nos ajudaria no principio, a tal morada que me dera, falando com um dicionário na mão a tentar explicar que ia ter comigo quando juntasse novamente dinheiro para outra passagem de avião. Suspirei. Ele acreditava que eu era uma boa pessoa. Uma espécie de anjo, ou algo assim. Euriko, também pensara nos primeiros minutos. E eu matara-o para me alimentar, deixando uma menina órfã, com a sua madrinha. Provavelmente traumatizando-a quando ligasse tudo ao pensar que viajou na carrinha com a assassina do seu pai. O facto de ter deixado a criança viva, não minimizava o que fiz. E eu podia não ter morto o militar, mas aquele ar juvenil e divertido, dificilmente ia ser o mesmo quando descobrisse que o anjo que descobrira existir, era na verdade, uma impostora. Eu odiava aquilo que acabara por me tornar. Não especialmente o facto de ser uma vampira, mas sim aquilo que eu fazia por o ser. Não importa aquilo que somos, mas as nossas acções. A forma como lidamos com as coisas. Senti o cheiro de Alexander. Ele devia estar quase a entrar no apartamento. Eu não conseguia sentir o cheiro muito mais longe que isso. Ele entrou, tirou a casaca. Tinha ido caçar. - Que se passa? – perguntou assim que viu o meu olhar, não se deixando enganar pelo sorriso de boas vindas que pairava nos meus lábios. – Pensei que já tínhamos superado o facto de eu caçar. Mesmo quando ainda eras humana. - E superei. São escolhas tua. - Então, conta-me o que se passa. – sentou-se no sofá e puxou-me para seu abraço. O problema era que eu não queria ser abraçada. Não agora. Quando pensava em tudo de mal que fizera, e o dono dos braços que me seguravam, era uma das vitimas também. Desenvencilhei-me do abraço. - Conta-me. – exigiu. - Lá estás tu com a mania de dar ordens! – exasperei-me – Não posso ficar sossegada com os meus pensamentos, pelo menos uma vez? – levantei-me do sofá e passei a mão pelos cabelos nervosa. Uma mania que sem querer, apanhara dele. – Alexander, existe coisas que todos guardamos em segredo. Até tu guardas coisas de mim. Existe coisas que as pessoas não gostam de falar. - Eu quero saber tudo. – disse calmo, mas fitando-me atentamente – Conta-me a razão por estares com esse olhar de remorso. Ri-me secamente. - És inacreditável, sabias? – fui ao quando, abri o armário e tirei um casaco. Não por ter frio, mas porque nas ruas as pessoas acharia estranho estar de camisola de alças quando soprava um vento frio. Quando voltei para a sala, a vestir o casaco, ele fitava-me atentamente. - Não és o único a saber-me ler. Eu sei fazer o mesmo contigo. – peguei nas chaves – Pensas que estou com um olhar de remorso, como disse-te, porque achas que vou fazer algo contra ti. Ou já o fiz. Com a estúpida desconfiança. – voltei a rir-me secamente – Desculpa desapontar-te, mas nem tu se resume a ti. - Onde vais? - Não importa. Não sei. E – antes de abrir fechar a porta, avisei-o – não me sigas. Estarei atenta a isso. Quando sai do prédio, senti os olhos de Alexander em mim, através da janela. Coloquei o capuz do casaco, e caminhei. O vento frio no rosto era agradável. Gostava de Londres. Mas não era a minha casa. Não podia deixar de pensar, que eu não tinha um lugar a quem chamar casa. Só Alexander, os seus braços, ele era o lugar onde pertencia. Encontrava conforto nele, mas a verdade é que eu não tinha um lugar físico, uma casa, um ponto de referencia. E Alexander tinha vergonha de mim. Era inacreditável, como á alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente feliz e irreverente na villa, com o meu pai e o meu irmão. Sorri, pensando em como estaria o meu irmão. Cabeça oca. A minha realidade nunca mais seria essa. Ás vezes sentia-me como se tudo fosse um castigo, não sei. Talvez fosse uma moeda de troca. Entregar tudo, tudo em troca do amor. Alexander. Agora quando já crescera mais, especialmente por ter de passar por todas as etapas que passei sozinha, percebia que não se pode ter tudo. Costuma dizer que deixaria Alez, e seguiria a minha vida depois. Uma total mentira, agora eu sabia que seria impossível. Eu era para ser dele. Desde o inicio. Talvez as coisas pudessem ter sido mais suaves, comigo a optar realmente por isso, e não ter sido forçada, a tudo ser arrancado de mim. Mas NADA se comparava com a dor, que perceber que amava Alexander e ele já não estava lá. Nada. Eu hoje amava mais Alexander, do que em humana. Era impossível de descrever o que um vampiro sente. Mil coisas ao mesmo tempo. Mil pensamentos. E no meu caso, mil arrependimentos.
Sentei-me num banco de jardim, observando as pessoas que passavam. Observando rostos, mas pensando em outros rostos. Vitimas anónimas, Euriko morto. Outras espécie de vitimas. Rachel sozinha, o militar roubado, Michael, o meu pai. A minha melhor amiga. Todos eles estavam mortos para mim. Quando percebi que já eram 4 horas da tarde levantei-me para voltar para o apartamento. Afinal, estava ali desde as 11 da manha. Alexander devia estar a passar-se, ou não. Podia estar a observar-me, já que não estivera atenta ou não se ele me seguiria. Mas ele tinha ficado no apartamento. Vi-o na janela antes de entrar no prédio e subir as escada. Abri a porta, e ouvi logo a pergunta que já esperava: - Ode raios estiveste? -Calma. Não estive a fazer nada de mal. Só pensar. - Em quê? Eu quero saber. - Também quero muitas coisas. E não as tenho. – eu já nem me chateava (muito) com estas típicas atitudes dele. Ele era rei, estava habituado a mandar. Era parte da personalidade dele. O que não significava que eu tinha de obedecer, claro. - É só pedires-me o que queres, eu dou-te. – senti antes de ver. Ele abraçou-me forte – Não gosto nada de não saber onde andas. - O que eu quero não me podes dar. Consciência tranquila é uma coisa que não se pode oferecer. – recebi o beijo dele, apreciando o sabor dos seus lábios. Adorando a forma como as suas mãos corriam pelas minhas costas e braços.
Bebia o sangue de uma bolsa no sofá, com Alex ao meu lado, e víamos um programa qualquer onde passavam vídeos engraçados. - Nikka, conta-me os segredos de que falavas que tinhas. – suspirei e tive que soltar o riso. - És inacreditável. A ideia de não saberes as coisas, esteve até agora na tua mente, não foi? - Sim. – revirei os olhos – Não quero que tenhas segredos para mim. - Alexander, toda a gente tem segredos. Sejam acções, pensamentos, sentimentos, ideias, preocupações, algo que não contam para ninguém. - Mas, eu não quero que tenhamos segredos um do outro. Não mais! - Tu contas-me tudo? - Sim! Tudo o que acho relevante. Tudo o que é importante. Para mim, e para ti. - Não mintas. – acusei-o – Não me contas tudo! Tem mais de 5500 anos, não pode haver ninguém que tenha mais segredos que tu. Deixa-me com os meus. Tu não queres saber. - Mas, tudo o que é importante para ti, é importante para mim. Por favor, conta-me. Fechei os olhos e suspirei. Abri os olhos fitei-o. -Conta-me porque tens vergonha de mim. – rematei. - Não tenho vergonha de ti! – respondeu ofendido. - Certo. - Que ideia é esse? Estás louca? - Tu não queres que ninguém saiba que estás comigo. Que mesmo eu ter-te traído tu estas aqui. Não me levas ao castelo quando vais lá. Portanto, isso és tu a ter vergonha de mim. - Não digas isso. – puxou o meu queixo para cima, para poder ver o meu rosto – Nunca que teria vergonha de ti. Isto sou eu a proteger-te. A tomar conta de ti. Eu sei como vai ser para ti, vais sentir-te incomoda, com os olhares. E por mais que eu obrigue que ninguém fale no tema, tu vais sentir-te deslocada. É por ti, nunca por ter vergonha de ti. - Estas a dizer a verdade? – engoli em seco. Aquilo era uma coisa que sempre me remoía. - Claro. – sorriu – Como podia ter vergonha da minha beleza particular? Sorri. - Nikka, eu quero que me digas o que vai no teu coração. Estou preocupado. Por favor. - Eu só estava a pensar no que me tornei. No que me deixei ser. No porque de não ter parado. O que fiz, até voltarmos a estar juntos. Eu sou má. Sempre me vi como uma boa pessoa, com um bom coração. Sem atitudes com maldade ou segundas intenções. E tudo o que era, eu perdi. Eu não quero ser má, ser rancorosa, manipuladora. Eu manipulei, eu menti, eu enganei sem pensar duas vezes. A minha crueldade fez vitimas. Como posso viver comigo mesma? - Nikka, por favor não comeces a ter esses pensamentos. És uma vampira, não podes querer comportar-te como uma humana. É uma nova etapa para ti. - Mas, o facto de ser uma vampira não é desculpa. As nossas acções é que importam. E para mim, o facto de fazer tudo o que fiz, não me deixa ter paz. Como fiquei assim? Porque não parei? – respirei fundo – Eu matei, roubei, enganei, manipulei, fingi. Não sei onde parou a Nikka de antes. Eu quero-a de volta. – avoz começou a ficar fraca, com o choro preso. - Eu queria que nunca tivesses ido na conversa daquele clã nojento, quando te abordaram antes mesmo de ir para a tua villa… - Eu já disse que não foi isso, porra! – gritei, mas respirei fundo. Ele não iria acreditar. Não agora. – Não estávamos a falar sobre isso. O que eu queria dizer, é que de repente vime a ser algo totalmente diferente do que era. - Continuas a ser a mesma. - Não. Não porque eu não era maldosa e sem escrúpulos. Eu matei, e gostei. E o que mais me custa, foi que eu enganei quem me ajudava. - Não vamos falar disso agora. – ele pensou que estava a falar dele. - Não estou a falar de ti, no momento. - De quem? – os seus dedos acariciaram a minha nuca – Acho que está na hora de me contares um pouco do que te aconteceu, enquanto estávamos separados. Foges sempre á pergunta, todas as vezes que te questiono sobre isso. Conta-me, nem que seja só um pouco. - Uma noite, eu sai da floresta. Uma floresta na Roménia onde me tinha escondido depois de ter feito um dos meus muitos actos repulsivos. Uma camionista ajudou-me a sair do país. Ela pensou que era uma rapariga que tinha sido feita refém numa rede de prostituição de menores. – fechei os olhos, e deixei-me ficar a sentir o seu carinho calmante no meu pescoço – Ela levou-me para uma família que conhecia perto da fronteira da Roménia com a Ucrânia. Fui muito bem tratada, parte da família, mesmo tendo a barreira linguística. A vida naquela zona da Ucrânia era calma, fácil. Nas noites eu fugia para me alimentar, assim durante o dia, era fácil viver com eles. Eram tão boas pessoas, um pouco pobres, mas muito divertidos. Mesmo não percebendo o que diziam as suas piadas, as gargalhadas eram contagiosas. Lá, morava um jovem militar. – os dedos de Alexander pararam o carinho por uns segundos, e depois voltaram – Eu gostei dele. Ele era simpático comigo, fazia-me rir o tempo todo, chegou a empurrar-me no baloiço. Dava-me a mão quando estava triste e com o pensamento ausente. Falava calmamente, e o tom suave nas palavras ilegíveis para mim, tinha um efeito apaziguador. - Aconteceu alguma coisa entre vocês? Tu disseste que não tinhas tido nenhum outro homem além de mim. – as palavras deles saíram arrastadas, como se o estivesse a trair de novo. - Não. Não tive contacto físico com ele. Eu estava quebrada. E ele sabia isso, nem tentou algo mais. Só uma vez tentou-me beijar e ao ver a minha reacção, nunca mais o fez. Ele tentou arranjar-me, curar-me, fazer-me de novo inteira. Mas sempre sentia que eu ficava reservada no meu canto. Um dia, ele deu-me uns documentos falsos, e uma viagem para Itália. Aquilo custou todo o dinheiro que tinha. Pelo qual trabalhou toda a sua vida. Ele deu-me uma morada, para onde eu devia ter ido em Itália, e ele quando conseguisse juntar dinheiro para uma nova viagem, viria ter comigo. E juntos, iríamos começar de novo, construir uma vida. Eu nunca tive a pretensão de ir para a tal morada, e mesmo assim, peguei o dinheiro. Eu nunca lhe pedi nada, mas talvez mesmo sem querer, o manipulei. Ele estava apaixonado por mim, e eu fi-lo sofrer. Silencio. - Alex, os meus actos foram todos nojentos, mas este foi mais vil e repulsivo do que posso explicar. Eu via o amor nos olhos dele, e no fim, tomei foi uma decisão egoísta. Eu poderia ter arranjado dinheiro de outras formas, poderia ter roubado a ricos como fiz mais tarde em Itália, ou outra coisa qualquer. Mas, eu brinquei com sentimentos de outros. E no fim, ele não me corou, eu é que o deixei quebrado. – quando dei por mim, lágrimas escorriam pelo meu rosto. – Um dia, eu vou devolver-lhe o dinheiro, e pedirei desculpas, mesmo se ele nem a família me poderem desculpar. Sinto tanta vergonha do que fiz! - Oh pequenina… Eu nunca devia ter-te deixado sozinha… Mas, não podia ter feito outra coisa. - Eu percebo. O que te fiz, foi o pior dos meus pecados. E o resto, foi tudo consequência da minha maldade contigo. O remorso que sinto, todo o meu arrependimento sobre tudo o que fiz, não é nada comparado com a dor que sinto ao pensar na dor que te infligi. Nunca poderei dizer, o quanto lamento. Eu só, não estava em mim. Não é desculpa, mas eu não sabia quem eu era. Agora sei. Sei o que quero, e sei que o que ficou para trás não voltarei a repetir os mesmos erros. Acho que… cresci. - Meu amor… - abraço-me e embalou-me no seu colo – Vamos com calma, com as revelações. Para a próxima, eu relato os meus pecados. De vagar, vamos voltar a ser o que éramos. Juntos vamos apagar as coisas más. Os pesadelos. - Espero que sim. – levantei o rosto pedindo-lhe um beijo. - Amanha, vamos juntos para o castelo. Eu nunca tive vergonha de ti. – beijou-me – não quero que te sintas mal lá, acho que só poderemos começar, onde tudo terminou. – beijou-me de novo.
Então, gostaram?:) O capitulo anterior de Profanação, já foi á algum tempo, portanto espero que este tenha matado um pouco as saudades, que tanta gente me fala sobre isso ;) E tenho de dizer, que surpresas vão acontecer no próximo capitulo. Coincidências, ou não. Estejam atentos, porque a Nikka vai ser surpreendida. E vai esconder um segredo que Alain sabe, ao Alex. Até ele estar pronto para o ouvir. Comentem, por favor :*
Não há muito a dizer sobre mim - e provavelmente ninguém quer saber...
Estudante, adoro ler e escrever.
Perfeccionista e sou muito chata ;)
Espero que se divirtam.
P.S – Adoro Vampiros!